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Você sabia? Joinville ficou 13 anos sem carnaval de rua, retornando em 2006

Ex-prefeito Wittich Freitag cortou investimentos, prática mantida pelos prefeitos seguintes. Escolas de Samba tiveram que migrar para São Chico até 2006

Redação, Portal Chuville

10 fevereiro 2024

editado em 10 fevereiro 2024

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Desfile do último sábado. Foto Mauro Artur Schlieck

Estamos em feriadão de carnaval e nada melhor do que puxar a história desta importante festividade na maior cidade catarinense. No último sábado (3) tivemos cerca de 18 mil pessoas que compareceram no Centro para assistir os desfiles das Escolas de Samba, onde quatro agremiações mostraram criatividade, alegria e disposição na Avenida Beira Rio.

No dia seguinte (domingo), 12 Blocos de rua também fizeram bonito, mostrando que a cidade tem cultura carnavalesca, inclusive com registros históricos desde 1865. Porém nem sempre foi assim.

Joinville teve um hiato, um corte abrupto nas comemorações carnavalescas na década de 90. Como nem todas as escolas de samba tinham dinheiro para montar suas apresentações, a prefeitura auxiliava com recursos. Em 1988, o ex-prefeito Wittich Freitag cortou recursos, pressionado por um grupo de pessoas que acreditava ser “desperdício de dinheiro”. Dois anos depois o carnaval de rua retornou, mas em 1993 a segunda gestão de Freitag inviabilizou novamente, só que desta vez a cidade ficou sem carnaval de rua até 2006, portanto 13 anos de bloqueio carnavalesco.

 

Retorno começou a ser discutido em 2005

Quem começou a dar movimento para retornar o carnaval de Joinville foi o ex-prefeito Rodrigo Bornholdt. Em 2005 a cidade estava sob a gestão do ex-prefeito Marco Tebaldi e Bornholdt era vice, acumulando a função de presidente da extinta Fundação Cultural. Havia ainda na época a cultura de achar que ninguém ficava na cidade no carnaval, de que todos iam para as praias, sobretudo São Francisco do Sul, para asssitir aos desfiles.

Como não havia recurso para investir naquele ano, Bornholdt buscou verba para o ano seguinte com o governo estadual, que na época estava sob o comando do ex-governador Luiz Henrique da Silveira. Assim, em 2006 o carnaval de rua voltava oficialmente a Joinville, porém ainda tímido, com a folia no entorno do Mercado Municipal. De acordo com registros oficiais, cerca de 5 mil pessoas compareceram.

Durante aquele ano foi garantido verba para o orçamento de 2007, possibilitando investimento maior ao evento seguinte. Dessa forma, naquele ano alguns blocos conseguiram desfilar pela rua Abdon Batista até o Mercado Municipal. Como o sucesso de público foi garantido, em 2008 a organização do carnaval de rua também acompanhou, desta vez colocando o desfile na avenida Procópio Gomes em direção ao Mercado Municipal. 

A partir de 2009, o desfile do carnaval joinvilense ganhou corpo. Já na gestão Carlito Merss (PT), a Fundação Cultural estava sob a presidência do professor Silvestre Ferreira. Mais escolas de samba foram surgindo, as que tinham ido para São Chico desfilar acabaram voltando, profissionalizando e consolidando assim a festa, que é mantida até hoje.

“Acredito que se a gente não tivesse provocado esse retorno, talvez aquela ideia de que ninguém ficava na cidade para festar o carnaval tivesse perdurado por mais alguns anos, não dava para aceitar que Joinville, com uma história riquíssima de carnaval, tivesse parado no tempo”, considera o ex-vice-prefeito Rodrigo Bornholdt.

“O carnaval é a maior festa popular do Brasil e Joinville tinha um público carente. Nossa missão era devolver ao povo o que já era dele, melhorando o que já tinha sido feito na gestão anterior”, lembra o ex-prefeito Carlito Merss.

Respostas de 2

  1. Eu já estava morando em nossa cidade. Ah! Joinville que tanto amo! Sou do tempo que o Carnaval o desfile era na rua do Príncipe. Foi um Grande erro do PIB de Joinville, acabar com uma festa popular, que era a alegria de nosso povo.

  2. Numa cidade ainda composta por fortes grupos conservadores, nós, que cultivamos a cultura de festas populares e, o maior expoente, o Carnaval, a maior festa popular do país, devemos Boa parte do retorno do povo carnavalesco às avenidas ao ex vice-prefeito Rodrgo Bornholdt e principalmente ao ex prefeito Carlito Mers…

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