Dois vereadores de Joinville, Mauricinho Soares (MDB) e Claudio Aragão (MDB), estão sendo investigados por fraudes no Detran e na pavimentação comunitária.
Mauricinho foi preso em flagrante na manhã desta quinta-feira, 30, por posse ilegal de arma de fogo. Ele também é investigado pela Polícia Civil pela operação Profusão, que apura um esquema criminoso que retirava a suspensão de carteiras de habilitação de condutores.
A operação Lajotas, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), investiga supostos crimes na pavimentação comunitária em Joinville. Aragão é um dos vereadores investigados, mas não é o objeto central da apuração.
Como funcionava o esquema no Detran
Segundo a Polícia Civil, o esquema no Detran funcionava por meio da atuação de agentes públicos e particulares, principalmente ligados à despachantes.
O vereador Mauricinho Soares estaria ligado ao esquema por ser amigo de um servidor terceirizado da Ciretran. Ele utilizava a popularidade para captar interessados pelo serviço.
Os condutores eram beneficiados pelo esquema fraudulento de acesso ao sistema do Detran, que desbloqueava a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) antes do prazo. Em alguns casos, quando a pessoa era de outro estado, eram inseridos dados falsos para fazer a liberação.
Como funcionava o esquema na pavimentação comunitária
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), os crimes na pavimentação comunitária teriam sido cometidos entre 2016 e 2020.
As subprefeituras de distintas localidades de Joinville teriam sido distribuídas para livre indicação política pelos vereadores das respectivas regiões.
Com isso, os vereadores investigados, entre eles Mauricinho e Aragão, e um ex-vereador não identificado, teriam agido como facilitadores das contratações celebradas para pavimentação de ruas, indicando empreiteiros para a realização dos serviços.
Quando os moradores precisavam de pavimentação, procuravam a subprefeitura, que indicava um vereador.
As investigações apontam que eram feitas reuniões com os moradores, a subprefeitura e os próprios vereadores ou assessores, já com a presença dos empreiteiros.
A maioria das empresas que prestavam serviços de pavimentação comunitária abriu no período em que o programa foi criado e fechou no final do governo.
Próximos passos
As investigações nas duas operações seguem com a análise do material apreendido, sendo documentos e equipamentos, além da oitiva dos envolvidos.
Os vereadores Mauricinho e Aragão ainda não se manifestaram sobre os casos.