A primeira das três audiências públicas sobre a Reforma Administrativa aconteceu na Câmara de Vereadores na noite desta sexta-feira (13). Com o plenário lotado, a Comissão de Finanças, onde parte dos 19 projetos da reforma estão sendo discutidos, recebeu diversas críticas. Estavam presentes representantes da prefeitura, entidades e o Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos).
Em linhas gerais, tanto vereadores quanto os representantes da prefeitura ali presentes ouviram um sonoro não, compartilhado com mais de 25 falas, todas fundamentadas com argumentos de quem vive o serviço público no dia a dia sem a devida valorização. Ao todo Joinville possui mais de 14 mil servidores públicos, consolidando-se como a maior empregadora de Santa Catarina.
Assuntos como vale alimentação defasado, falta de progressão de carreira, sobrecarga de trabalho, pouco ou nenhum incentivo a concurso público, terceirizações e, principalmente, a criação de mais de 50 cargos comissionados de chefia, impactando em quase R$ 100 milhões anuais, foram os destaques da noite.
A saúde financeira do Ipreville, o instituto previdenciário da categoria, também foi questionado, sobretudo com o atual déficit de mais de R$ 4 milhões. O atual secretário da pasta, Guilherme Casali, respondeu às críticas afirmando que todas as contas do Ipreville estão em dia e que não há riscos. Acabou sendo vaiado pelos presentes.
“Justificar a reforma desse jeito porque a população da cidade aumentou não é argumento para criar cargos de chefia que vão custar caro aos cofres públicos. Não é de chefia que estamos precisando, mas de uma verdadeira valorização do servidor que está na ponta e que amarga perda salarial há anos, isso sem falar em outros problemas”, disse a presidente do Sinsej, Mara Tavares.

Indicativo de paralisação aprovado
Após a audiência pública, os servidores se reuniram em frente à Câmara para realizar uma assembleia e decidir os próximos passos. Além de incentivar a presença nas próximas audiências, a atual direção do Sinsej provocou a categoria a votar pelo indicativo de paralisação a partir do dia 1º de julho. Ou seja, se o prefeito Adriano Silva (NOVO) não sentar com os representantes dos servidores antes de continuar o trâmite da reforma administrativa, haverá paralisação em diversos setores.
Mas antes haverá outra assembleia, marcada para o dia 24, onde os detalhes serão apurados, assim como a avaliação das três audiências públicas.
O debate durou quase três horas e foi o primeiro de três encontros para discutir a Reforma Administrativa. A próxima audiência pública está marcada para terça-feira (17), às 19h30, na Câmara de Vereadores. Já a terceira audiência pública, que tratará das alterações no estatuto do servidor, está marcada para o dia 23, no mesmo horário e local.
Programa Café com Chuville na 89FM irá repercutir amanhã
O programa Café com Chuville na 89FM será AO VIVO neste sábado, ao meio dia. O Sinsej será ouvido e a audiência pública desta sexta-feira será explicada para população, repercutindo os principais fatos que impactam não só na vida dos servidores, como também no dia a dia de quem mora e vive a cidade.
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