“Germinar” é uma iniciativa social que reúne presidiárias que buscam uma fonte de renda para se sustentar fora da criminalidade
Embora existam leis que estimulem a contratação de pessoas que já passaram pelo cárcere, o ingresso de ex-detentas no mercado de trabalho ainda é dificultado pelo preconceito. Para amenizar o impacto econômico na vida dessas pessoas, o projeto Germinar, que entra em sua segunda edição em Joinville, oferece oportunidades para mulheres que precisarão se recompor após a saída dos presídios. O objetivo é capacitar essas internas profissionalmente como designer de sobrancelhas.
O curso iniciou no dia 22 de agosto, sendo realizado com 16 detentas e tem 40 horas de capacitação. As aulas serão ministradas pelo idealizador e voluntário Alexandre Simas e outras duas profissionais da área de estética, Carolina Matos e Thaysla Karine.
“Este projeto é uma oportunidade para que elas tenham uma nova perspectiva de vida, adquirindo competências que lhes permitirão contribuir de forma significativa para a sociedade”, afirma Alexandre Simas. “Acreditamos que todos merecem uma segunda chance e estamos empenhados em ajudar a construir um futuro melhor para esses participantes.”
Ao finalizarem o treinamento, as alunas que estão próximas de passarem para o regime semiaberto, receberão kits com materiais para iniciarem os atendimentos.
Para o ex-juíz da Vara de Execuções Penais de Joinville, João Marcos Buch, forte defensor da ressocialização por meio dos estudos, da capacitação profissional e do trabalho, acredita que projetos como o Germinar são uma forma de minimizar os danos causados pelo sistema prisional.
“Projetos desta magnitude oportunizam à mulher presa o resgate de sua dignidade para que ao sair, ela tenha condições de se sustentar e de sustentar sua família longe da criminalidade”, garante.