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OPINIÃO: Que futuro estamos construindo com tanta maledicência e alienação?

Por Carlos Castro - Jornalista

Redação, Portal Chuville

02 dezembro 2024

editado em 02 dezembro 2024

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Foto: Pixabay
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Opinião por:
Carlos Castro - Jornalista

Ao ler o livro “MEDITAÇÕES” do estoico Imperador Romano, Marco Aurélio, aquele interpretado no filme Gladiador; relendo o bíblico “SERMÃO da MONTANHA”, e após ler “MAIS ESPERTO que o DIABO” de Napoleon Hill que trata sobre a alienação, comecei a refletir sobre quanta SABEDORIA que poderia estar sendo proveitosa para fortalecer o humanismo nas relações sociais que estão sendo esgaçadas por dicotomias ideológicas estúpidas, seja à direita, seja à esquerda.

O nosso mundo externo está pesado, cansativo, chato, sem prazer. Já o nosso mundo intimo vive o dilema da angústia e da euforia com tanta informação desinformada. Com o advento das redes sociais, ao invés de nos aproximarmos e nos irmanarmos, não, nos enfiamos mentalmente em bolhas alimentadas por desinformação, ódio ao diferente, com espírito bélico e loucas por conflitos. A Internet, fonte inesgotável de informação, conhecimento e cultura, ao invés de servir como instrumento de enriquecimento mental, cultural e espiritual, serve como máquina de desavenças e de articulação de guerras.

A intolerância, a inveja, o ódio, a maledicência são vícios repugnantes que ganham destaque no vigésimo quarto ano do Século XXI. O mundo externo envenena o nosso espírito que não é nem a TÁBULA RASA de John Locke, nem o Leviatã de Thomas Hobbes que dizia ser o homem lobo do homem e, para contê-lo, era necessário o Absolutismo. O “Contrato Social” de Rousseau, “Do Espírito das Leis” de Montesquieu, a irreverência de Voltaire, entre outros iluministas, jogaram luzes sobre a estrutura política e jurídica do Estado moderno. Porém, a democracia com seus freios e contrapesos, e com respeito a quem pensa diferente, está sob ataque de extremistas nazifascistas mundo afora. Tudo isso são sintomas de um capitalismo senil em direção ao caos.

Foi na Revolução Francesa que se estabeleceu o quadro do posicionamento político da direita e da esquerda. Os partidários do rei e do poder sentavam à sua direita e os simpatizantes da revolução que queriam liberdade, igualdade e fraternidade, sentavam à esquerda. O problema é que quando obtiveram o poder, como classe social burguesa, rasgaram essas bandeiras e partiram para absoluta exploração da nova classe social, o proletariado. No novo escopo, a burguesia passou a sentar à direita do poder e os representantes do povo explorado à esquerda. No livro “A Acumulação Primitiva”, Karl Marx retrata o processo medonho da ascensão do modo de produção capitalista sobre o feudal e quanto sofrimento teve o proletariado com suas 16 horas de trabalho e com salário miserável sem qualquer direito.  A resultante histórica com a força e o papel da luta de classes a gente conhece.

O problema está no revisionismo histórico que setores extremistas tentam impor, invertendo os polos. Para estes, sob a narrativa retórica do astrólogo, Olavo de Carvalho, a esquerda é a essência do mal e a direita é a santificação do bem. Me dei ao trabalho de ler seu livro “O mínimo que você precisa saber para ser, ops, não ser um idiota”. Quanta patacoada e falsidades históricas. 600 páginas de lixo para limpar a bu… e fazer o leitor ser um idiota. Foi como me senti, perdendo horas em 20 dias do meu tempo.

Com tanto saber histórico e filosófico disponível, como é possível as pessoas se deixarem enganar tão facilmente? Afinal, estamos a um Google das fontes corretas de informação. Detalhe, não são só os desavisados e sem leitura, são pessoas com estudo e com nível intelectual expressivo. Ou seja, o diagnóstico a ser feito é que a alienação e a maldade vão para além do conhecimento. Talvez a explicação esteja na formação do caráter pessoal e no conteúdo teórico absorvido. Infelizmente, é costumeiro deixar o pensamento ser tomado por ideias negativas e com a mente envenenada, se chafurda num pantano mental de crenças erradas e dominadas pelos vícios maledicentes. Dessa forma, eis a fonte da alienação: pensamentos negativos, crenças erradas, desconhecimento filosófico e histórico ou não, informação viciada e a pós-verdade cheia de certezas e mentiras num mundo paralelo embolhado.

Nunca o conhecimento filosófico foi tão necessário para libertar a mente e a alma do ser humano. A leitura de bons livros acalma e eleva o espírito à reflexão. Afinal, que mundo e futuro estamos construindo? Basta de dicotomias ideológicas impositivas. O antídoto pode ser a leitura da sabedoria estoica, de toda a filosofia clássica e de obras motivadoras como as de Napoleon Hill sobre as leis do TRIUNFO, entre tantas outras obras magníficas, sob o efeito de um fundo musical saboroso com as melhores músicas clássicas da história, como estou fazendo nesse momento na elaboração desse artigo. Afinal, a música dita a frequência vibratória do espírito e a nossa mentalidade merece essa limpeza intelectual para dar o sentido correto a uma vida harmoniosa.

Os polos negativo e positivo permeiam tudo o que existe. Toda tese gera sua antítese, porém, é necessário a síntese na busca pelo equilíbrio para a sociedade avançar e evoluir. A mentalidade precisa se libertar da alienação para atingirmos esse objetivo. Somente com paz social vamos alcançar a prosperidade e o bem viver. Portanto, sejamos dialógicos e não impositivos. Mais dúvidas, menos certezas e mais confiança ou desconfiança organizada.

No aspecto político e ideológico já vivemos o suficiente para perceber que a esquerda e a direita, os liberais e os sociais, em suas PRAXIS têm qualidades e os erros precisam ser superados na composição de novas ideias atualizadas para desconfundir esse momento estranho. Para isso, é preciso haver um inventário histórico com muito diálogo, com as guardas baixas e se pensar no melhor modelo evolutivo para o bem comum. Nesse modelo não cabe o foco na “acumulação de riqueza onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam…Pois onde estiverem as suas riquezas, lá estará também o seu coração”. Mateus em sua sabedoria cristã tem muito a ensinar aos que se dizem cristãos.

O modelo sócio econômico que tenho como referencial é o WALFARE STATE, conquistado no sistema capitalista com base no temor do avanço das revoluções socialistas e se configura como a melhor síntese histórica para a vida em sociedade. Basta ver a realidade vivida pelo povo e porque seus países são considerados os mais felizes do mundo. Então, por que se agarrar aos modelos extremistas, à ditadura liberal estadunidense ou à ditadura socialista chinesa? Olhemos mais para o que há entre esses dois extremos. Olhemos e estudemos o modelo dos países nórdicos, da Alemanha, França, Reino Unido, entre outros europeus. Que a teimosia ideológica seja aplacada pelos dados da vivência comunitária harmoniosa desses países, que obviamente também tem seus problemas, mas tem muito a nos ensinar sobre o equilíbrio na dicotomia capitalismo x socialismo.

Parte dos seres humanos vivem sob uma cegueira ideológica generalizada. São manipulados e usados como massa de manobra por interesses escusos de espíritos tirânicos, seja de direita ou de esquerda. Por isso, é preciso jogar luz sobre a alienação e estabelecer como método, o diálogo sábio e tocante para mexer com a mentalidade dessa legião perdida que empurra a humanidade para o caos. Precisamos de uma saída assertiva e humanista. Basta de extremismos.

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