Hoje na Folha de São Paulo, o historiador e deputado português, Rui Tavares, teve um artigo publicado com o título: “2024 foi ruim para a democracia global – A história explica como as nossas ações hoje podem ser decisivas para o futuro”. As informações históricas contidas nesse artigo devem servir a imprensa, ao povo brasileiro e, principalmente, ao STF, para que não haja qualquer hesitação no julgamento e condenação do golpista Jair Bolsonaro, de seus generais e financiadores. Assim, novos 8 de janeiros serão inviabilizados.
Cabe destacar que no Estado Democrático de Direito deve existir isonomia no tratamento de qualquer julgamento, independente de contra quem quer que seja. O rito e o devido processo legal deve ser respeitado pela Suprema Corte dentro do tempo correto, tudo o que o julgamento de Lula não teve. Com a tramitação em tempo recorde para impedi-lo de ser candidato a presidência da República em 2018, o desembargador do TRF4, Leandro Paulsen, leu 250 mil páginas em 6 dias. Foram 2 mil páginas por hora, sem dormir, 24 horas por dia. O parecer foi concluído em cem dias, sendo que em média se levava 275 dias para decidirem os votos na Lava Jato. Bom, é público e notório o resultado histórico nefasto dessa ignomínia jurídica.
Para que não haja vacilo na decisão, à golpistas e fascistas NUNCA deverá existir misericórdia porque a história será cruel e jamais os absolverá. O Brasil já foi palco de N tentativas de golpes. Lembremos 11 de novembro de 1955, quando o Marechal Lott deu um contragolpe para garantir a posse de JK após vencer nas urnas, mas os conspiradores continuaram soltos e à espreita, se articulando e conspirando contra a democracia. Em 1 de abril de 1964 conseguiram o seu intento, afundando economicamente o Brasil na hiperinflação e na concentração de renda, enquanto nos bastidores e masmorras do DOI-CODI, brasileiros eram torturados e assassinados por motivação política e ideológica. Esses fatos podem ser esclarecidos no livro “Brasil Nunca Mais” de Dom Paulo Evaristo Arns ou na trilogia magistral de Elio Gaspari, “A Ditadura Envergonhada”, “A Ditadura Escancarada” e “A Ditadura Encurralada”. O filme “Ainda Estou Aqui”, autobiográfico do escritor Marcelo Rubens Paiva é o mais atual para retratar o sofrimento da sua família com o desaparecimento de seu pai, o deputado carioca, Rubens Paiva que no dia do golpe, convocou, o país à insurreição contra os militares, mas não lhe deram ouvidos.
Há cem anos, em 1924, Adolf Hitler foi libertado da prisão, cumprindo meros nove meses de uma pena que era de cinco anos, por tentativa fracassada de golpe de estado. A imprensa da época afirmava que Hitler teria sido domado no curto tempo de prisão e que não era mais necessário temê-lo. “Acredita-se que se retirará para a vida privada e que regressará à Áustria, país de seu nascimento”. A história foi cruel com esse desatino e ilusão.
Na Itália não foi diferente com Mussolini no poder. Após reforçar sua posição em eleições fraudulentas com apoio dos partidos conservadores tradicionais e até “progressistas” do centro. Somente socialistas e comunistas ficaram de fora do “Il Listone” de Mussolini. Mas a covardia política era tamanha que apenas um socialista teve a coragem de denunciar a violência, os abusos e as artimanhas da fraude num discurso parlamentar em 30 de maio de 1924. O socialista Giacomo Matteotti, foi assassinado onze dias depois. O país percebeu que o mandante do ato assassino foi Mussolini. Com a força da indignação popular esperava-se que o Rei Vitorio Emmanuelle Terceiro demite-se o mentor do assassinato e derruba-se o seu governo. A hesitação do rei resultou na história sangrenta que conhecemos.
Golpistas, fascistas, terroristas, devem ser submetidos ao rigor da lei sem espaço para vacilo. Estão aí alguns casos históricos para ensinar aos democratas, a Justiça, a Imprensa e ao povo brasileiro que não cabe perdão ingênuo ou covardia em tempos obscuros. A ambição de autoritários deve ter como clímax, a jaula, para refrear ímpetos maléficos e sangrentos. Há indivíduos que tem papeis relevantes na história para o bem e para o mal. Vejamos como vão se comportar os ministros do STF e a Imprensa nesse que será um julgamento histórico. Será que dessa vez a história será passada a limpo?
Respostas de 2
O golpe foi dia 08. Mas,. vivemos 364 dias de ditadura, roubo…….e nem uma menção a isso. Que Pena.
Narrativas e mais narrativas de gente que não engole as regras do Estado Democrático de Direito. Mas enquanto os cães ladram, a caravana passa.