A golpista pichadora de estátuas e cabelereira nas horas vagas poderá ir para casa, finalmente. Débora Rodrigues dos Santos foi autorizada a deixar o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, no interior de São Paulo. Ela teve a prisão preventiva por participação no atentado golpista de 8 de janeiro, convertida em prisão domiciliar, por ordem do Ministro Alexandre de Moraes, devendo cumpri-la em Paulina, onde reside.
Ela deverá usar tornozeleira eletrônica, não pode dar entrevistas, usar redes sociais ou ter contato com outros investigados.
O clamor nas redes sociais deve ter tido papel na decisão do ministro, afinal não se falou de outra coisa na semana de um acontecimento muito importante e relacionado, também, ao 8 de janeiro: o ex-presidente Bolsonaro virou réu.
A história da moça que largou a família e foi participar de um atentado à Democracia em Brasília mexeu com as emoções nas redes sociais, com argumentos a favor e contra.
Já foi dito e repetido, mas é bom reafirmar: ela estava presa por pichar a estátua com batom, ato de vandalismo execrável por si só.
Além disso, ela está sendo julgada por 5 crimes:
– Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito (4 anos e 6 meses)
– Golpe de Estado (5 anos)
– Associação Criminosa Armada (1 ano e 6 meses)
– Dano qualificado (1 ano e 6 meses)
– Deterioração do Patrimônio Tombado (1 anos e 6 meses)
Nada disso é novidade. Na verdade, esse assunto cansou. Cansou, mas nos fez pensar sobre quantas mães estão inviabilizadas no Sistema Prisional, sem ter o direito de conviver com seus filhos porque são ignoradas pela sociedade. Muitas estão encarceradas sem julgamento, esquecidas nas cadeias.
Parece que só agora a sociedade se voltou para a tragédia que é o encarceramento de uma mãe.
Segundo a professora Elenira Vilela, a população carcerária feminina cresceu 7 vezes nos últimos anos e há mais de 40 mil mulheres no sistema prisional, em torno de 80% são mães e como se isso não fosse suficiente, algumas mulheres são presas gestantes e quando nascem seus filhos, eles ficam com as mães para terem o direito de serem amamentados e, assim permanecem por meses e até por anos, encarcerados. Impossível avaliar o que é pior: os dois presos juntos ou separados. Ainda segundo a professora, a maioria fica até os 6 meses e depois é entregue para alguém da família da mãe.
A maioria é pobre, preta, de baixa escolaridade e em muitos casos essa mulher presa é a única adulta da família. Em periferias e comunidades pobres, a proporção de famílias monoparentais (só um adulto e crianças) pode chegar a 90%. A prisão da mãe representa uma catástrofe para a família. A maioria está envolvida com drogas, na maioria das vezes por causa dos companheiros.
Apesar da decisão do STF para que mães de filhos menores e condenadas por crimes de menor potencial ofensivo, cumpram a pena em prisão domiciliar, isso não acontece e elas permanecem invisíveis aos olhos da sociedade.
A comoção provocada pela jovem que pichou a estátua e optou por deixar o lar para se envolver em atos criminosos, não apaga os crimes que ela cometeu.
Se o ato de 8 de janeiro tivesse obtido sucesso, certamente teríamos muitas mortes e desaparecimentos, muitas mães perderiam seus filhos, muitas avós chorariam seus netos, como até hoje muitas famílias choram os mortos e desaparecidos no golpe militar de 64.
Não se iludam: Débora cometeu um crime muito grave, se a imagem que ficou foi dela passando batom na estátua da Justiça, o que aconteceu de verdade foi que ela participou de um crime muito grave que poderia ter jogado o Brasil num período sombrio, pior do que em 64.
Fontes: artigo de Elenira Vilela, artigo no Facebook de 28/03-2025, site diariodolitoral.com.br em 29/03/2025
Uma resposta
Sem dúvida alguma ela cometeu crimes muito graves, sendo que o 1⁰ e mais GRAVE DE TODOS… “Abandono de Incapaz” , quando com muita determinação, deixou seus 2 filhos menores, sabe-se lá onde e com quem, partindo para Brasília, determinada a cometer tantos outros, que poderiam ter sido evitados, caso ela já não tivesse o propósito e a determinação,
de participar dessa nefasta aventura!!
#semanistiaprafascista
#ditaturanuncamais