A 20ª legislatura da Câmara de Vereadores de Joinville precisa assumir o seu papel democrático como poder independente para que seja a caixa de ressonância das reivindicações populares. A Casa do Povo não pode ser um puxadinho do governo de plantão, no caso do prefeito reeleito, Adriano Silva, mesmo que tenha sido com 78% dos votos uteis.
No editorial da Folha de São Paulo desse domingo (05), com a manchete “Vereadores paulistanos precisam resgatar a independência”, o jornal cobra o fim da postura submissa e sem altivez daquele poder e de seus vereadores. Tenho divergências homéricas com toda a imprensa burguesa, mas na questão apontada pela FSP, tenho pleno acordo.
A independência dos poderes pensada por Montesquieu no seu clássico “O Espírito das Leis”, com os freios e contrapesos, é o fundamento angular para uma democracia saudável. Mas, infelizmente, a teoria está desconectada da realidade na prática. O oportunismo e o descaso com os eleitores levam à capitulação para a benesse de preferências na execução de projetos e de cargos no executivo aos apaniguados.
É impossível acreditar que boquinhas são garantidas e pagas com dinheiro público aos cabos eleitorais de vereadores que não cabem na assessoria de gabinete? Pensemos.
O presidente Diego Machado (PSD), reconduzido ao cargo pela UNANIMIDADE dos vereadores é vaquinha de presépio do prefeito Adriano. Inimigo declarado do SINSEJ, dos servidores e do serviço público, quer porque quer aprovar a terceirização do Hospital São José, das UPAS, dos CEIs e das escolas. Saliva e baba quando o assunto terceirização vem à tona na Câmara, afirmando que está ávido para o prefeito enviar esses projetos ao Legislativo.
Como presidenta do SINSEJ, deixo claro que não vamos nos curvar aos intentos corruptos da terceirização que desvia dinheiro público para garantir as eleições de políticos miúdos e pobres de espírito diante de sua missão de representar os interesses do povo.
Vamos organizar e mobilizar muitas lutas contra os desmandos do projeto de destruição dos serviços públicos capitaneados pelo prefeito Adriano, mancomunado com os vereadores que não cumprem o seu papel de independência política.
Conforme exposto no editorial da Folha, “não cabe à Câmara Municipal ser parceira da prefeitura; o que lhe compete é atuar como órgão autônomo, capaz de executar não só as suas funções legislativas, mas também as fiscalizadoras. Daí não decorre que os vereadores devam agir como inimigos da administração municipal, derrubando qualquer projeto gestado no Paço municipal. Mas, assim como tal beligerância levaria a uma paralisia, seu oposto resulta na supressão dos controles e na ausência dos debates que só engrandecem as democracias”.
Ou é isso, ou a Cidade dos Príncipes vai se tornar a monarquia do Imperador Adriano.