Nunca imaginei que iria viver um período tão sombrio e sinistro em meus 54 anos. Considerava eu que o conhecimento e o processo histórico, a ascensão tecnológica, as experiências passadas, com os erros e acertos, nos levaria obrigatoriamente ao progresso e a uma evolução humanista e fraterna. Ledo e triste engano. No ano de 2025 do terceiro milênio pós-Cristo, a angustia aperta o peito e vê, estupefata, o retrocesso mental e espiritual dos líderes e do povo. Hoje, na sociedade da pós-verdade, a mentira, a maldade, o engano, a ganância e o ódio são vícios sociais perversos, enaltecidos e absorvidos pela horda de néscios em todas as classes.
Sou um leitor voraz e ávido em busca de conhecimento e discernimento sobre o entendimento de nosso papel durante a piscada de olhos da vida, para servir de bússola e assim, nortear a minha PRAXIS, podendo expandir aqueles que estiverem sintonizando a mesma frequência vibratória. Não aceito ser manipulado. Gosto de pensar pela minha cabeça, buscando sabedoria para analisar de forma assertiva as interpretações e complexidade dos FATOS.
Mas o abandono da ignorância tem como preço, um sentimento de impotência sobre o senso comum de quem vive e age na epiderme, bem como da visão de nossa pequenez perante o Universo e a eternidade. Sócrates estava certo ao responder ao Oráculo de Apolo de que “quanto mais eu sei, mas sei que nada sei”. As dúvidas impulsionam o mundo. As certezas só servem aos néscios.
Haroldo Dutra Dias é um juiz de direito, psicólogo e neurocientista PHD graduado em Harvard. Escritor, conferencista, palestrante iluminado pela energia do amor e espiritualista. Esse artigo se baseia em sua palestra sobre a transição planetária e se você, assim como eu, sente a necessidade de ser um dos trabalhadores da última hora, assista na íntegra da palestra no Youtube. Haroldo Dutra Dias 🤍 SAIBA SE VOCÊ ESTARÁ NA TRANSIÇÃO PLANETÁRIA #mensagensdobem
Costumo afirmar que o mal da humanidade é a ALIENAÇÃO. Infelizmente, Nelson Rodrigues tinha razão. O mundo está dominado por idiotas. Empoderados pelas redes sociais, essas criaturas flertam e reproduzem o mal. Tolos que são, acreditam piamente que a verdade é aquela vendida nos livros da ideologia terraplanista e tradicionalista dos Olavo de Carvalho da vida e do Brasil para lerdos. Manipulados pelas trevas da ignorância e da enganação, reproduzem meias verdades em seus canais de Youtube, em programas de TV e de Rádio para milhões de seguidores.
A influência de seus oráculos é absorvida por adeptos poderosos nos governos, no Congresso Nacional, nos parlamentos estaduais e municipais. Porém, o doce sabor da metade que é verdade, é neutralizado pelo gosto amargo da metade que é mentira, e assim, comem o engodo com farinha. Pela sua ignorância, não sabem que vão colher toda maldade que estão plantando e vão sofrer as mesmas dores que provocam.
Nelson Mandela, após sair da prisão depois de 27 anos e assumir a presidência da África do Sul, num momento grave do Apartheid, dizia que “se implementarmos na África do Sul o olho por olho e dente por dente, seremos uma nação de cegos e banguelos”. Violência e vingança não têm fim. É ação e reação, causa e efeito, o tempo todo. Porque de agressor e agredido, se tornam vítimas de um infortúnio, onde a racionalidade é subjugada. Foi o carisma, a liderança e a iluminação de Mandela que apaziguou os ânimos sectários e encerrou um período de conflitos e mortes no país. Sua filosofia virtuosa percebeu que, “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.
Com tanta escuridão moral e desumana pairando sobre nós, é preciso que haja um candelabro da verdade com pontos de luz para iluminar o trajeto e sabermos onde pisar para não submergir no pântano da alienação e da maldade. Afinal, todos os extremismos derrotados no passado, ressuscitaram. Os preconceitos, o desrespeito, e todos os vícios humanos afloram nas mentes alienadas, afastando de seus corações, qualquer tipo de sensibilidade e empatia com quem pensa diferente de sua ideologia.
O Pastor e deputado federal, Otoni de Paula, da Assembleia de Deus do Rio de Janeiro, lembrou numa entrevista que até a chegada de Bolsonaro, não havia guerra política nas famílias, nem perseguição dos púlpitos sagrados das igrejas. A percepção espiritual de Otoni de Paula foi ainda mais longe, esclarecendo que a malfadada BESTA bíblica do 666, será um conservador reacionário que vai enganar a todos que se dizem cristãos por ausência de capacidade analítica para reconhecer a árvore pelos frutos e/ou sobre a PRAXIS amorosa de Jesus.
O período que estamos passando mostra claramente que “O velho mundo está morrendo e o novo mundo luta para nascer: agora é o tempo dos monstros”. A frase é do notável pensador italiano, Antônio Gramsci, falecido em 1937, depois de oito anos nos cárceres da escória fascista. Essa frase nunca foi tão atual. Parece que estamos repetindo o ciclo histórico dos anos 20 ao 30.
Sobre um novo mundo, a Bíblia trata do final dos tempos. No capítulo 24 do Evangelho de Mateus, no sermão profético, os discípulos se aproximam de Jesus e perguntam, “quando serão essas coisas e qual será o sinal da tua vinda e da consumação dessa era? Responde o Mestre, “que ninguém vos enganem, pois muitos virão em meu nome dizendo eu sou o cristo e enganarão a muitos”. Os enganados são exatamente aqueles que dizem ter Jesus como modelo de conduta, porém, confiaram em outros modelos de falsos messias, falsos profetas e falsos cristos para seguir.
Os que defendem torturadores e a eliminação física dos imaginados inimigos, os que pregam o ódio ao semelhante e fazem sinal de arminha na mão. É a violência sendo reverenciada. Porém, o modelo humanista do novo mundo é outro. E como cristão que sou, vejo perplexo, o abandono de Jesus como guia que dizia, “aprendei comigo que sou manso e humilde de coração”, “vinde a mim vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”.
Os falsos messias, cristos e profetas, lideram massas de alienados indo na contramão dos preceitos ensinados por Jesus. Os profetas bíblicos, Elias, Jeremias, Isaias, Daniel, TODOS alertavam para o cuidado com a idolatria. Ser humano algum pode ser idolatrado, porque, conforme Jeremias, maldito será o homem que confiar no homem. A adoração, orientada pela Bíblia Sagrada, é para Deus e não para os homens, pessoas ou líderes. Essa adoração tem um sentido psíquico que é, onde estiver aquilo que você valoriza, lá estará o seu coração e nós nos tornamos aquilo que adoramos.
A idolatria é hoje um fenômeno de massas com os grupos de idolatras, potencializados pelas redes sociais. E ao cair nessa armadilha, você abre mão da sua autonomia, parando de escolher e de decidir. Você se infantiliza e se torna um alienado, delegando a outrem a tarefa de pensar, escolher e decidir por você. Jesus foi claro e alertou para que não nos deixássemos enganar, pois muitos viriam em seu nome para deturpar e fazer ao contrário dos seus ensinamentos de amor. Portanto, prestemos atenção nos frutos das arvores.
Um profeta é alguém que aponta caminhos, é um guia em direção ao amor, à fraternidade, ao bem viver. O falso profeta te leva para a destruição, à violência, ao preconceito, ao ódio, à morte. A horda de profetas do extremismo não tem mais vergonha para defender o mal, a perversidade e a iniquidade. Eles andam à luz do dia, publicando postagem em seus perfis do X e do Instagram com milhões de seguidores e curtidas.
O mal tem publicidade, divulgação, sem qualquer mácula e enriquece seus influenciadores digitais, monetizados pelo Youtube. E com a ascensão do mal e da iniquidade, o amor de muitos se esfriou e gerou dúvidas sobre a sua existência e necessidade. Daí nos perguntamos, será que vale a pena ser bom e amparar alguém que sofre? Vale a pena eu me importar com outra pessoa que pensa diferente de mim? Será que vale a pena lutar por justiça social? O amor esfriou inclusive nos grupos familiares de whatsapp. Por que o cidadão prefere brigar com um irmão do que abrir mão e recuar de sua opinião? A violência e iniquidade vão crescer tanto que o amor deve congelar. A truculência, a intransigência, a intolerância vêm se tornando comum, normal. Mas Jesus diz que aquele que perseverar no amor, na tolerância e na bondade até o fim, esse será salvo, mas confesso que não será fácil.
Diz ainda Jesus, “quando virdes a abominação devastadora falada através do profeta Daniel, estabelecida no lugar santo, compreenda”. Quais são os nossos lugares sagrados? Uma creche com crianças é ou não é um lugar sagrado? Atualmente ficamos horrorizados vendo a invasão de creches para assassinar crianças em nome de uma ideologia extremista. Nos EUA é comum os ataques e mortes em escolas. Tivemos essa iniquidade também no Brasil. O lar e a nossa mente também são sagrados. Porém, é permitido o acesso a todo tipo de veneno intelectual e emocional. Vemos perplexos, um surto em escolas de adolescentes se automutilando. Ao serem perguntados do porquê, respondem que sentem um vazio e quando se cortam, sentem alívio. Isso expressa o abandono humano sobre os sentimentos, sobre o bem comum, sobre o amor. O profeta Daniel tinha razão, vivemos o tempo da abominação devastadora.
O fundamentalismo religioso proclamado pelos falsos messias, falsos profetas e falsos cristãos e as ideologias maléficas como o tradicionalismo e o nazifascismo, pretendem resgatar as guerras e o derramamento de sangue em nome de seu Deus, contra os ímpios que no Brasil é à esquerda e nos EUA e Europa são os imigrantes. A modernidade e a democracia são alvos a serem atingidos pelo retrocesso. Que religiosidade é essa que justifica você ferir e tirar a vida do seu semelhante? Em nome do quê ele não tem mais o direito de existir? Ponham a mão na consciência.
Toda essa brutalidade e violência desenhada deve levar em conta a lei da livre semeadura, acompanhada pela colheita obrigatória de seus provocadores. Afinal, toda ação tem como resposta uma reação na mesma medida e proporção. As pessoas esquecem dessa lei física da natureza. Portanto, fujamos do mal, por mais sedutor que seja, porque não há como escapar da colheita. O final dos tempos para processar um novo mundo, diz a espiritualidade que a loucura se multiplicará e o suicídio será uma saída perseguida até pelas crianças. Já estamos vivendo isso. A solução é buscar o conhecimento filosófico que nos conduza ao amor fraternal, exercitar as virtudes humanistas, éticas e morais com maturidade e desenvolvimento da inteligência emocional para que nossos espíritos sejam merecedores de se manterem nesse belo planeta azul.