Março é reconhecido mundialmente como o Mês da Mulher, um período de reflexão e mobilização sobre a luta por direitos, igualdade de gênero e combate à violência contra as mulheres. Em Joinville, movimentos feministas organizam uma série de atividades para ampliar o debate e dar visibilidade a pautas urgentes, como a violência de gênero, a desigualdade salarial e a representatividade feminina na política.
Neste ano, um dos principais temas do 8M — evento que ocorre globalmente no Dia Internacional da Mulher — será a busca por justiça para Sônia Maria de Jesus.
Mulher negra e com deficiência, Sônia foi mantida em condição análoga à escravidão por 40 anos na casa de um desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
Mesmo após ser resgatada, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou seu retorno à casa dos empregadores sob o argumento de que ela “fazia parte da família”. O caso gerou indignação e reforçou a necessidade de combater todas as formas de violência, inclusive a violência institucional e jurídica.
O evento 8M em Joinville será realizado na Praça da Estação da Memória, das 8h às 19h, com rodas de conversa, atividades culturais e uma marcha programada para a noite.
O encontro reunirá lideranças feministas e apoiadores da causa para fortalecer a luta por direitos e pela implementação de políticas públicas que garantam segurança e equidade para as mulheres.
No âmbito político, a Procuradoria Especial da Mulher na Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) retomará suas atividades nesta legislatura. O órgão tem a missão de acolher denúncias, promover debates e pressionar por políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.
A primeira ação será uma palestra sobre empoderamento feminino, marcada para o dia 13 de março. O fortalecimento da Procuradoria ocorre em um cenário preocupante: Santa Catarina é o nono estado mais violento do Brasil para mulheres, segundo dados oficiais.
Entre as pautas em discussão, estão a ampliação do atendimento em delegacias especializadas, a criação de novas casas de acolhimento e medidas para incentivar a participação feminina na política.
A programação do Mês da Mulher em Joinville reforça a importância da mobilização contínua para garantir avanços e enfrentar desafios históricos. O combate à violência, a ampliação dos direitos e a luta por maior representatividade seguem como pautas centrais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
