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Médica perfura erroneamente intestino de idosa ao realizar exame de colonoscopia

O caso ocorreu no hospital Hans Dieter Schmidt. A paciente terá que ficar, no mínimo, 7 meses de cama e sob cuidados médicos intensivos.

Redação, Portal Chuville

12 setembro 2024

editado em 12 setembro 2024

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Hospital e Secretaria de Saúde do Estado ainda não se manifestaram sobre o caso - Foto divulgação.
Hospital e Secretaria de Saúde do Estado ainda não se manifestaram sobre o caso – Foto divulgação.

Uma paciente idosa, de 79 anos, que esperou seis anos para realizar um exame de colonoscopia na rede estadual de saúde, no Hospital Hans Dieter Schmidt, e achou que sairia no mesmo dia, 29/08, teve seu intestino perfurado devido a um suposto erro médico durante a intervenção, sendo levada à UTI, correndo riscos e com sequelas.

O caso foi relatado ao Chuville pela filha da paciente, que, neste momento, está internada e recebendo cuidados médicos.

Mariani, filha da paciente que não terá o nome divulgado a seu pedido, contou que sua mãe estava à espera de um exame de colonoscopia desde 2018 devido a uma suspeita de diverticulite. 

Mesmo sem sentir qualquer problema ou sintoma aparente, recebeu a notícia de que, no fim do mês de agosto (2024), o exame seria realizado e foi encaminhada pelo SUS para o procedimento no Hans Dieter Schmidt.

Durante o exame, a médica responsável perfurou erroneamente o intestino da paciente, ocasionando complicações. Tal ação levou a mãe de Mariani a sofrer uma parada cardíaca e a necessitar de um procedimento cirúrgico de urgência para conter os danos.

Por causa do suposto erro médico, a mãe de Mariani, que, segundo ela, estava bem de saúde e sempre foi independente, está internada no hospital para recuperação e, quando tiver alta, terá que ficar acamada por, no mínimo, 7 meses, com a utilização de uma bolsa de colostomia.

“Minha mãe estava saudável, sem reclamar de nada. Nunca teve problema grave, inclusive fazia de tudo para não incomodar os filhos. Andava de ônibus, viajava, cuidava das netas; agora está nessa situação. Ela não merecia isso”, nos relatou Mariani.

Revoltada com o caso, Mariani entrou com uma representação no Ministério Público Federal, solicitando investigação pela má conduta e requerendo total assistência do município/estado durante todo o tratamento.

“Esse caso ocorreu com minha mãe, mas já ouvi relatos de que várias pessoas tiveram a perda de seus entes queridos neste hospital. Mãe é única, e eu quero que isso reverbere para que novos casos não aconteçam”, disse Mariani, indignada com a situação.

Na representação consta o pedido de atendimento domiciliar por médicos e enfermeiros, troca de bolsa, uma cama hospitalar e um carro para as consultas que se fizerem necessárias.

Mariani relata também uma conversa por WhatsApp com a ex-Secretária de Saúde do Estado, Carmen Zanotto, que a auxiliou a procurar a Diretora do Hospital Hans Dieter para empréstimo da cama. Procurada por ela, a Ouvidoria do Hospital informou que isso não seria possível.

Ainda na mesma representação ao MPF, é citado que foi procurada a Secretária de Saúde de Joinville, Tânia Eberhardt, que encaminhou o caso para a Coordenação da Unidade de Saúde do Floresta, onde supostamente se prontificou a auxiliar nos cuidados. 

Mesmo assim, Mariani solicitou que o MPF supervisione se isso de fato irá ocorrer.

Procuramos a assessoria da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina, responsável pelo hospital, que informou que levantará informações para entender o caso e dará uma posição futura.

Já a Secretaria de Saúde do município de Joinville informou não ter sido citada nem procurada e que, apesar do “auxílio” descrito pela secretária Tânia, o caso precisa ser tratado pela Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina.

Resposta da Secretaria de Saúde do Estado de SC e Hospital Hans Dieter Schmidt

O Hospital Hans Dieter Schmidt informa que a paciente foi recebida na instituição para a realização de procedimento eletivo. O procedimento é considerado invasivo e com riscos iminentes. A paciente segue internada aos cuidados da equipe médica na qual encontra-se clinicamente bem, apresentando evolução no pós-operatório, sem intercorrências, evoluindo e se recuperando com previsão de alta para amanhã.

O Hospital Hans Dieter Schmidt informa que não foi notificado pelo Ministério Público Federal e que assim que for notificado irá tomará as providências.

O que é o exame de colonoscopia

A colonoscopia é um exame que avalia o intestino grosso e a parte final do intestino delgado. É recomendada para pacientes que apresentam sintomas de origem intestinal como sangramento nas fezes, diarréia, intestino preso e dor abdominal.

A colonoscopia é feita com o paciente sedado. Através de um tubo com uma câmera na ponta do aparelho, chamado de colonoscópio, guiado até o reto, é possível produzir imagens de alta qualidade ao longo do caminho. Essas fotografias e vídeos são produzidos em um computador para análise médica.

Embora rara, a perfuração intestinal iatrogênica durante colonoscopia ocorre em cerca 0,9/1.000 exames, variando entre 0,14 a 0,65% para exames diagnósticos e 0,15 a 3% para exames terapêuticos.

Os sintomas de uma perfuração intestinal podem variar, mas, geralmente, incluem dor abdominal intensa que começa repentinamente e se agrava com o tempo, náusea, vômito, febre e um inchaço visível no abdômen. Esses sintomas podem se desenvolver rapidamente, exigindo cuidados médicos de emergência.

Uma resposta

  1. Infelizmente é mais um caso de Dano ao paciente que acaba de ser usado como cobaia para os médicos estagiários do hospital escola.

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