A cidade de Joinville teve um caso de Mpox confirmado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) no mês de agosto. Com a confirmação pela Secretaria de Saúde, Joinville entra no mapa de alerta do estado.
Desde o começo do ano, Santa Catarina já confirmou 12 casos, sendo 6 em Florianópolis, 4 em Itajaí, 1 em Balneário Piçarras e 1 em Joinville.
Em 2022, SC registrou 439 casos de Mpox em 33 municípios e um óbito na cidade de Balneário Camboriú, de um paciente de 23 anos, do sexo masculino e imunodeprimido. Já em 2023, SC registrou 50 casos em 18 municípios.
O estado recebeu, em 2023, a quantidade de 3.308 doses da vacina contra a Mpox, mas apenas 1.120 foram aplicadas, o que equivale a 34%, um número considerado baixo.
Santa Catarina, junto com Piauí, Rio Grande do Sul e Maranhão, não aplicou nem metade dos imunizantes repassados pelo Ministério da Saúde.
A mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus mpox (MPXV). A transmissão para humanos pode ocorrer pelo contato com pessoas infectadas, materiais contaminados ou animais silvestres, como roedores. Apesar de ser semelhante à varíola, a mpox possui sintomas mais leves e menor letalidade.
Sintomas
Os principais sinais e sintomas da mpox incluem erupções cutâneas, lesões na pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios e fraqueza. Segundo o Ministério da Saúde, o período de incubação — intervalo entre o contato com o vírus e o início dos sintomas — varia de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. A transmissão do vírus cessa após o desaparecimento das crostas das lesões.
As erupções na pele geralmente surgem de um a três dias após o início da febre, podendo aparecer antes em alguns casos. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, formando crostas que secam e caem. A quantidade de lesões varia de algumas a milhares e tende a se concentrar no rosto, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas pode surgir em qualquer parte do corpo, incluindo boca, olhos, órgãos genitais e ânus.
Diagnóstico
O diagnóstico da mpox é feito por meio de testes laboratoriais, como testes moleculares ou sequenciamento genético. O material para análise é coletado, preferencialmente, da secreção das lesões. Quando as lesões estão secas, as crostas são utilizadas para o diagnóstico. No Brasil, as amostras são enviadas para laboratórios de referência.
Transmissão
A principal forma de transmissão da mpox ocorre pelo contato direto com uma pessoa infectada, por meio de contato pele a pele, secreções corporais (como pus ou sangue das lesões) ou gotículas respiratórias. Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser fonte de infecção, permitindo a transmissão por saliva.
A infecção também pode ocorrer pelo contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama e utensílios. A transmissão por gotículas respiratórias geralmente requer contato próximo e prolongado, colocando em maior risco trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos de pessoas infectadas. A transmissão é possível desde o início dos sintomas até a cicatrização completa das erupções e a formação de uma nova camada de pele.
Prevenção
Para prevenir a mpox, é essencial evitar contato direto com pessoas suspeitas ou confirmadas com a doença. Em casos onde o contato é inevitável (como cuidadores, profissionais de saúde, familiares próximos e parceiros), deve-se usar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção. Pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem cumprir isolamento imediato e não compartilhar objetos pessoais, como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente e talheres, até o fim do período de transmissão.
Recomenda-se lavar as mãos regularmente com água e sabão ou usar álcool em gel, especialmente após o contato com a pessoa infectada ou com itens que possam ter sido contaminados. Roupa de cama, roupas e objetos pessoais devem ser lavados com água morna e detergente. Superfícies contaminadas devem ser limpas e desinfetadas, e resíduos contaminados, como curativos, descartados de forma adequada.
Tratamento
O tratamento da mpox atualmente envolve medidas de suporte clínico para aliviar os sintomas, prevenir complicações e evitar sequelas. A maioria dos casos apresenta sintomas leves a moderados, e até o momento, não há medicamentos específicos aprovados para a mpox.
Vacinação
A estratégia de vacinação contra a mpox prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para formas graves da doença. A definição dos grupos prioritários foi feita em conjunto com representantes dos conselhos municipais e estaduais, baseada em avaliações técnicas e científicas.