Na foto: vereadores que integraram a Comissão Especial de Mobilidade Urbana – Alisson (relator), Lucas (presidente), Tânia e Claudio Aragão. O vereador Brandel também integrou a comissão. Foto: Mauro Schlieck/CVJ
Por Leandro Ferreira | Editor da Newsletter Guará Jornalismo e colunista político aqui no Chuville!
A arte de fazer política deve ser desenvolvida para atender a população, de maneira que o bem coletivo esteja sempre acima do bem individual – do interesse privado. Mas em Joinville, mais uma vez, o interesse público saiu perdendo na discussão do binário.
A prefeitura apresentou, no início de setembro, a proposta de implantação do Binário da Zona Sul – entre as ruas Monsenhor Gercino e Florianópolis. A intervenção se mostra extremamente necessária, visto que o trânsito nessa região parou – a velocidade média em horário de pico se assemelha ao de um pedestre.
Os benefícios são muitos, com ganho de tempo de viagem de até 11 minutos para passageiros de ônibus, e de 30% para ocupantes dos demais veículos. Além disso, o binário traz maior segurança viária – com redução de cruzamentos, por exemplo, na Monsenhor Gercino – via que é campeã de acidentes na cidade.
Com esses argumentos – o binário obteve aprovação de 82% na consulta pública da prefeitura, mesmo assim – não deve mais sair do papel.
Câmara não deu aval
O governo não precisa de aprovação da Câmara para implantar um binário, mas buscou apoio – porque sabia que o tema era polêmico.
Pois bem – a Câmara fez a escuta da população, e eis que na audiência pública surgem os comerciantes, amparados com um abaixo-assinado com aproximadamente 70 assinaturas contra o binário. A preocupação? Redução do movimento nos comércios.
O descontentamento dos comerciantes impactou os vereadores – que concluíram o parecer com posição contrária ao binário. Na justificativa, a alegação de que a prefeitura deve primeiro fazer obras como – melhoria da iluminação, drenagem de rios para evitar enchentes, e melhoria das calçadas.
O povo perde
Sem conseguir participar ativamente da política, mas respondendo ao chamado da consulta pública, por exemplo, a população sairá no prejuízo mais uma vez. São aproximadamente 200 mil pessoas que moram nessa região – que irão continuar paradas no trânsito.
A intenção inicial da prefeitura era obter a aprovação da Câmara – e implantar o binário já nas férias escolares de dezembro. Sem o aval, sem apoio político, a prefeitura não irá mais fazer a obra – apesar de dizer que vai seguir estudando.
Afirmo isso, porque sabemos que o prefeito não irá comprar esta briga em ano de eleição, mas deveria.