O Instituto Festival de Dança de Joinville selecionou mais dois jovens talentos, renovando a Bolsa Talentos do Festival.
A Bolsa Talentos do Festival, criada este ano, tem como objetivo apoiar dançarinos ao longo de um ano, proporcionando-lhes recursos do Instituto Festival de Dança de Joinville para especialização na Cia. Jovem Bolshoi Brasil, da Escola do Teatro Bolshoi do Brasil.
A intenção da organização é manter essa iniciativa como parte de seu calendário anual, beneficiando pelo menos dois dançarinos. Ely Diniz, presidente do Instituto, explica que o objetivo é apoiar os dançarinos no início de suas carreiras, uma fase desafiadora, especialmente na dança, onde muitos jovens encontram dificuldades para ingressar em companhias profissionais. Ele também enfatiza a importância das entidades culturais apoiarem esse processo e fortalecer os laços com o Bolshoi, seu parceiro.
Essa iniciativa se alinha com a trajetória cíclica do evento, que revela talentos desde a infância no Festival Meia Ponta e depois os vê retornar como artistas consagrados. Um exemplo é Mayara Magri, uma das primeiras bailarinas da Royal Opera House, de Londres, que foi reconhecida como a melhor bailarina na 28ª edição do evento em 2010 e retornou em 2022 para interpretar Julieta na Noite de Gala da 39ª edição.
Os dançarinos que participam do festival têm a oportunidade de serem avaliados pelos jurados do evento e podem chamar a atenção dos professores do Bolshoi. A Bolsa Talentos do Festival é concedida aos que se destacam, independentemente do estilo de dança, com foco na técnica e no preparo físico.
Os bolsistas
Nesta edição, Fabricio Cestari Miranda da Silva e Leticia Cola Gomes, que se destacaram na 40ª edição do festival, serão beneficiados a partir de fevereiro de 2024.
A vivência de Fabricio nos palcos começou aos nove anos. “A minha irmã já dançava e eu acompanhava ela nos ensaios, foi quando surgiu o meu interesse”, relembra. O bailarino paulistano iniciou seus estudos de Ballet Clássico e Jazz na Academia São José, em São Paulo, e, depois, conheceu o Raça Centro de Artes, grupo de onde veio a primeira contemplada pela Bolsa Talentos do Festival, Beatriz Vasconcellos.
Em 2022, Fabricio participou pela primeira vez do Festival de Dança. “Dancei pelo Raça com um trabalho de Duo de Jazz e com dois conjuntos, de Jazz e Contemporâneo. Foi incrível. É uma delícia estar naquele palco”. Neste ano, retornou ao festival de emoções e ganhou, também pelo Raça, o primeiro lugar da categoria Jazz Solo Masculino Sênior da Mostra Competitiva com a coreografia “Preencha-me o Vazio que Ficou”.
A performance do solista chamou a atenção dos professores da Escola Bolshoi e, na Noite dos Campeões, a notícia da seleção para a Bolsa Talentos do Festival chegou ao conhecimento do contemplado. “Depois que dancei, o diretor da Escola Bolshoi me chamou e ao meu coreógrafo para conversarmos. A gente estava lá na coxia, foi bem especial. Fiquei super feliz e me emocionei. É como se tudo que fiz até agora, todo o esforço e dedicação, valessem a pena. Foi um sentimento de gratidão”, conta.
Agora, o bailarino está na expectativa para a mudança de sua cidade natal, São Paulo (SP), para Joinville. “Será uma experiência muito legal, que vai ficar marcada na minha vida. Meu sonho sempre foi ser parte de uma companhia”, avalia. “A dança precisa desses lugares de formação e de oportunidades para novos bailarinos. É desafiador viver da nossa arte. Essa bolsa nos incentiva a continuar, a buscar a profissionalização”, acrescenta.
Leticia começou a fazer ballet aos quatro anos, na Lenira Borges Ballet Studio, em Vitória (ES), e, aos oito anos, na Petite Danse, no Rio de Janeiro (RJ). Seu interesse em seguir carreira surgiu aos 12 anos, quando Nelma Darzi, a fundadora e diretora da Petite Danse, a convidou para fazer parte da companhia da escola. “A partir daí, comecei a fazer aulas diariamente e evoluir minha técnica”, explica. Em 2019, aos 14 anos, participou pela primeira vez do Festival de Dança de Joinville, com 15 apresentações nos Palcos Abertos.
Em 2022, a dançarina retornou ao festival de emoções como demi-solista em um grupo sênior, quando a Petite Danse conquistou o segundo lugar. Neste ano, a jovem levou o primeiro lugar com o solo Neoclássico “Metanoia”, no Festival da Sapatilha; e fez parte da conquista da companhia carioca do primeiro lugar na categoria Balé Clássico de Repertório – Conjunto – Sênior da Mostra Competitiva, com a coreografia “Grand Pas de Fleurs”. Mas o grande momento mesmo ocorreu durante os preparativos para a Noite dos Campeões.
“Eu estava prestes a ir para o ensaio de palco com o grupo, aí o coordenador, o Luiz Henrique, me chamou e contou! Ter o trabalho reconhecido por pessoas tão significantes me deixou muito feliz e animada. Celebrei de uma forma especial, dançando mais uma vez no palcão, que é sempre muito especial e memorável”, conta.
“O Festival é muito importante, pois é uma experiência única e incrível. Proporciona oportunidades de dançar para uma enorme plateia, com uma energia inexplicável, que só tem em Joinville. Possibilita conhecer diversos dançarinos talentosos de todo o país, dá oportunidades de reconhecimento, networking, feedback e desenvolvimento pessoal também. O evento tem um papel muito importante de crescimento dos dançarinos em direção a uma carreira profissional”, acrescenta.
Leticia já está em contagem regressiva para fevereiro de 2024, quando trocará a sua cidade natal, o Rio de Janeiro (RJ), por Santa Catarina. “Vai ser uma experiência incrível e muito enriquecedora. A mudança para Joinville vai me permitir ter a minha vida mais organizada e estruturada para a dança. No polo da dança e com a estrutura do Bolshoi, espero ter impacto na evolução da minha carreira, que está iniciando”, afirma.
Uma resposta
Bravo!! Bravissimo!!