A paralisação dos professores no estado de SC entra em seu segundo dia nesta quarta-feira, 24/04. Segundo o sindicato da categoria, a mobilização ocorre em todas as 1064 escolas sob a tutela do estado, e com uma adesão que supera as expectativas, o que reforça as reivindicações em pauta.
Segundo Evandro Accadrolli, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), há 43.766 trabalhadores contratados entre professores e administrativos que atendem mais de meio milhão de estudantes, porém 32 mil são empregados em caráter temporário.
Esta situação ocorre porque, segundo Evandro, o último concurso público para profissionais da educação foi realizado em 2004. Em 2017, foi realizado um concurso, mas com a pandemia, poucos trabalhadores foram contratados, e com isso o sindicato desconsidera o concurso.
Dentre as principais reivindicações, estão: a valorização da carreira, com a aplicação do reajuste do piso salarial em todos os níveis e a descompactação da tabela salarial; a revogação integral do confisco de 14% das aposentadorias; e a garantia de hora atividade para todos os professores dos anos iniciais e segundos professores, com a luta pela sua extensão a todos os profissionais da educação.
Adesao em Joinville supera as expectativas do sindicato
Em Joinville, segundo o SINTE, mais de 120 professores aderiram à greve, e das 60 escolas estaduais da cidade, 50 contavam com professores mobilizados.
Para Viviane, Coordenadora do Sindicato, 30% da categoria paralisada em Joinville supera as expectativas, e corrobora com o descontentamento dos professores com a situação atual.
O comando da greve irá às escolas estaduais para mobilizar o restante dos professores a aderirem ao movimento. Há um ponto de encontro localizado no sindicato, onde novas ações serão discutidas.
“Santa Catarina paga bem”, segundo Secretário da Educação
O secretário de Administração de Santa Catarina, Vânio Boing, afirmou que a descompactação da tabela salarial, principal reivindicação do magistério, causaria um acréscimo de R$ 4,5 bilhões na folha de pagamento do Estado.
Segundo o secretário, entre 2018 e 2023, a folha subiu 65%, o que equivale a R$ 19 bilhões, cerca de metade da arrecadação total. Ainda conforme Boing, “Santa Catarina paga bem”.
Sobre o concurso público, uma das principais pautas da greve, Boing afirma que até o final do ano o governo do Estado deve realizar um concurso para 10 mil vagas. O edital deve ser publicado até junho.