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Governo lança estratégia para vacinação contra o HPV e vê Joinville como prioridade

Ministério da Saúde fala em duas doses, com índices abaixo dos 80%. Joinville trata o assunto como dose única e afirma ter atingido 86% em 2024.

Redação, Portal Chuville

04 março 2025

editado em 04 março 2025

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Menina sendo imunizada contra a HPV - Foto Agência Gov
Menina sendo imunizada contra a HPV – Foto Agência Gov

O Ministério da Saúde lançou uma estratégia nacional para vacinação de adolescentes de 15 a 19 anos que não tenham se imunizado contra o HPV (papilomavírus humano) e vê Joinville e Florianópolis como cidades prioritárias, com cerca de 26,5 mil pessoas do público-alvo ainda não imunizadas.

Segundo dados do Ministério da Saúde, Joinville tem 2001 mulheres de 15 a 19 anos sem a vacinação e 10059 homens na mesma faixa de idade sem estarem imunizados.

O Governo entende que esta faixa etária é altamente vulnerável a doenças relacionadas ao HPV por ser uma infeção sexualmente transmissível, o que pode levar ao desenvolvimento do câncer do colo do útero.

O plano de ação da pasta de saúde consiste em mobilização de estados e municípios em pontos estratégicos, onde esse perfil de público se encontra, como escolas, faculdades e salas de vacinação.

Ainda para o Ministério da Saúde, os municípios são essenciais para elaborar um plano de ação eficaz, e com base nos dados locais, garantir que a vacinação chegue até os adolescentes.

Questionada sobre os índices de vacinação contra o HPV em Joinville, a prefeitura respondeu ao Chuville que, em 2023, 83% do público-alvo foi imunizado e, em 2024, 86%, com dose única — embora o recomendado sejam duas doses. No entanto, não detalhou o percentual por sexo ou faixa etária.

Até o momento, a prefeitura não divulgou um plano de ação específico para essa vacina. O último movimento foi a abertura da sala de vacinação no domingo, 23 de fevereiro, em meio período, onde a vacina contra o HPV estaria disponível.

Escócia zerou os casos de câncer do colo do útero com vacinação nas escolas

A Escócia, país do Reino Unido, adotou a mesma estratégia que o Ministério da Saúde pretende implementar agora no Brasil: levar a vacinação contra o HPV para as escolas.

“Nas escolas, eles andam em grupo e, se um aluno líder faz alguma coisa, o resto do grupo tende a seguir. Assim, conseguimos que mais de 80% das meninas com idade entre 12 e 13 anos tomassem a vacina, o que é o melhor dos mundos”, diz Tim Palmer, um dos maiores pesquisadores do mundo sobre o HPV, ao programa Fantástico, da Rede Globo.

Outra estratégia adotada foi o rastreamento por meio do exame Papanicolau entre as adolescentes. Nenhuma das meninas escocesas de 12 a 13 anos que tomaram a vacina desenvolveu câncer do colo do útero.

Preconceito, desinformação e disponibilidade no SUS

Há 10 anos, o Brasil oferece gratuitamente pelo SUS a vacina contra o HPV. No entanto, a baixa adesão, motivada por preconceitos e desinformação, preocupa as autoridades.

Pelo fato de ser uma doença transmitida pelo sexo, foi disseminada a falsa informação de que a vacina estimularia a iniciação sexual precoce entre adolescentes. Por esse motivo, o assunto ficou restrito até mesmo nas escolas.

Outro boato inverídico associa a vacina a fortes efeitos colaterais, como desmaios e dificuldade de locomoção, fatores não comprovados, mas amplamente difundidos.

A vacinação contra o HPV está disponível para meninos e meninas de 9 a 14 anos e para imunossuprimidos. 

Na rede privada, está acessível para adultos, com um custo de aproximadamente R$ 1.000 por dose. A vacina pode ser tomada mesmo por quem já contraiu a doença.

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