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ESTAMOS DE OLHO: Escola evangélica, viagem à China com hipocrisia e mais!

As últimas que você não viu por aí, os bastidores da política e a análise para te deixar bem informado.

Redação, Portal Chuville

04 junho 2025

editado em 04 junho 2025

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Estamos de Olho
Estamos de Olho

“Evangelho Segundo o Currículo”

E mais uma vez, a Câmara de Vereadores de Joinville nos brinda com seu circo de prioridades invertidas. O vereador Brandel Jr., do PL, decidiu que agora sua missão sagrada é fazer da aula de História uma pregação de púlpito: quer introduzir o estudo da Bíblia nas escolas municipais. Isso mesmo. Bíblia. Em aula de História. Em escola pública.

A dúvida que paira como incenso no ar: será que Brandel vai querer que os professores ensinem Gênesis entre a Revolução Francesa e a Era Vargas? Vai ter prova oral sobre o Sermão da Montanha ou trabalho em grupo sobre os Dez Mandamentos?

Estamos de olho nessa tentativa disfarçada de catequese institucionalizada — porque, convenhamos, não é sobre fé, é sobre voto. Essa bancada da Bíblia adora confundir Estado Laico com Estado Evangélico. É como se tentassem usar o crucifixo como régua para a Constituição. E o mais curioso: enquanto os postos de saúde continuam caindo aos pedaços, o transporte público clama por socorro e faltam vagas em creches, o vereador acha que o grande problema da educação é a ausência da Bíblia na sala de aula.

Será que não tem mais o que fazer, nobre edil? Um cursinho de prioridades talvez ajudasse mais que uma exegese forçada no currículo escolar. A fé é importante, claro. Mas transformar sala de aula em templo é cruzar uma linha perigosa — e inconstitucional.

Aos pais, professores e cidadãos que acreditam em uma escola plural, livre e baseada em ciência e respeito: estamos de olho. E de sobrancelha arqueada.

 

Reforma com Recuo

Quando o povo grita, a base treme. Foi o que vimos esta semana na Câmara de Vereadores de Joinville. A tão falada (e temida) reforma administrativa, que seria aprovada no famoso “passa a boiada”, encontrou um muro de resistência: os servidores públicos. E o barulho foi tanto que os vereadores resolveram recuar e convocar uma audiência pública para sexta-feira (13/06).

Sim, audiência pública. Aquele velho recurso que a classe política adora usar quando percebe que o caldo entornou. Na prática, um freio de emergência para tentar mostrar que estão “ouvindo a população”, quando na verdade só estão tentando ganhar tempo e aliviar a pressão.

A reforma — que pode afetar carreiras, salários e direitos — foi montada com a velha fórmula: pouca transparência, pressa na tramitação e nenhum diálogo real com os diretamente impactados. Mas o que os iluminados do Legislativo não esperavam era a mobilização forte dos servidores. Estes sim mostraram o que é pressão de verdade.

Agora, com a audiência pública marcada, surge a pergunta: será que vão ouvir de verdade? Ou será mais um teatrinho institucional, onde falam em “escuta ativa” enquanto já estão com os votos engatilhados?

Vereadores, cuidado. O servidor não é massa de manobra nem obstáculo para os planos de gabinete. Ele é a espinha dorsal da cidade. É quem segura a ponta enquanto vocês fazem pose e jogada de marketing.

Se a reforma for para melhorar, que se discuta com dados, com diálogo e com respeito. Mas se for só para cortar, precarizar e favorecer interesses, preparem-se: o povo está acordado — e bem mais atento do que vocês imaginam.

Estamos de olho — e o servidor também.

 

Transporte público gratuito em Joinville: fato, fantasia ou falta de vergonha?

A promessa de transporte público gratuito em Joinville virou um verdadeiro jogo de empurra entre o governo municipal, a Câmara de Vereadores e os estudantes. Cada um tem uma versão, nenhuma solução. E o povo? Esse continua esperando no ponto. Literalmente.

Mas vamos aos fatos:

Joinville tem uma das passagens mais caras de Santa Catarina.

Atualmente, o valor da tarifa ultrapassa os R$ 5,00, mesmo com poucos ônibus, horários limitados e atrasos frequentes. A tarifa pesa no bolso principalmente de quem mais precisa: trabalhadores de baixa renda e estudantes da periferia.

Os estudantes estão cobrando posição.

Durante as eleições o tema sempre vem à tona, promessas e debates, sempre há sinalizações por parte dos progressistas, as sinalizações públicas de que o passe livre estudantil seria prioridade. Resultado: prometeram o paraíso e entregaram o purgatório. A ideia não saiu do discurso.

A Câmara joga para a plateia, mas não se compromete.

Alguns vereadores fazem discursos inflamados a favor do transporte gratuito, outros dizem que é inviável. Mas ninguém apresenta estudo técnico sério, nem proposta concreta de onde viria o dinheiro.

E dá para fazer?

Cidades como Maricá (RJ), Caeté (MG) e Porto Real (RJ) têm transporte público 100% gratuito. Em Maricá, por exemplo, o sistema é subsidiado pelo orçamento municipal, com o transporte sendo tratado como direito básico, assim como saúde e educação.

Joinville arrecada bilhões por ano. Só em 2024, o orçamento foi superior a R$ 5 bilhões. A pergunta é: falta dinheiro ou falta vontade política?

O governo fala em “estudos” enquanto a população continua gastando.

O executivo diz que está avaliando a viabilidade econômica e que “não dá pra ser de um dia para o outro”. Justo. Mas a paciência da população também tem limite. Especialmente quando se vê dinheiro público indo para eventos, publicidade institucional e obras questionáveis.

Para pensar e provocar:

Se Maricá consegue, por que Joinville não consegue?

Por que não se cria um projeto piloto com gratuidade aos finais de semana, como teste?

Por que não usar o transporte gratuito como política de mobilidade urbana e inclusão social, e não só como promessa de campanha?

Estamos de olho — e queremos um transporte público que funcione, que seja acessível, digno e que pare de ser tratado como esmola.

 

Jorginho e Adrianinho na Terra do Sol Nascente

E lá vão eles: malas prontas, paletós engomados e passaportes carimbados. O governador Jorginho Mello (PL) e o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), estão de malas prontas para a Ásia. Isso mesmo. Os dois, que vivem reclamando da China comunista, agora vão bater continência no Oriente para, supostamente, “buscar investimentos”.

Afinal, quando o assunto é dinheiro, até ideologia pega o primeiro voo e vai parar no bagageiro.

Enquanto isso, a vice-governadora Marilisa Boehm é despachada para o Chile — missão oficial, dizem. Com isso, adivinha quem assume como governador de Santa Catarina por algumas semanas? O presidente da Assembleia Legislativa. Sim, mais um na linha sucessória para esquentar a cadeira enquanto o povo catarinense observa (ou tenta entender) esse rodízio de poder em ritmo de mochilão político.

Curioso: em tempos de eleições, Jorginho faz discursos inflamados contra o comunismo, os “perigos vermelhos”, o dragão chinês… Mas na primeira oportunidade, corre pra Pequim com a mão estendida e um sorriso de 12 megapixels. Vai entender!

A verdade é que o eleitor fica feito barata tonta: um diz que é contra, o outro diz que é liberal, todos falam em “liberdade”… mas ninguém larga a oportunidade de pegar carona no avião executivo e tirar uma foto com empresários asiáticos que eles tanto demonizavam nos palanques.

Enquanto isso, Santa Catarina tem fila para cirurgias, escolas sucateadas, estradas caindo aos pedaços e cidades esperando por obras prometidas há anos. Mas os governantes acham mais importante pegar o carimbo internacional do que resolver os buracos no chão de casa.

Governador, prefeito, vice e presidente da Alesc: antes de ir bater palma para o dragão asiático, seria bom apagar os incêndios no próprio terreiro. Porque se continuar assim, não vai ter tradutor simultâneo que dê conta de explicar essa incoerência para o povo.

Estamos de olho — e com o passaporte da coerência vencido.

 

João Rodrigues e o Tabuleiro dos Invisíveis

João Rodrigues (PSD), prefeito de Chapecó, não esconde mais de ninguém: quer ser governador de Santa Catarina. E como todo bom aspirante ao cargo máximo do estado, já está com o discurso pronto, o mapa na mão e os temas na ponta da língua. A nova aposta? Moradores de rua.

Isso mesmo. Rodrigues resolveu jogar suas fichas nessa pauta espinhosa, controversa e, convenhamos, humanamente complexa. Só que ao invés de falar em acolhimento, saúde mental ou políticas públicas sérias, ele prefere o caminho mais curto: a criminalização da pobreza disfarçada de “ordem urbana”.

A lógica é simples: apontar o dedo para quem está no chão e posar de herói para quem está de terno. Funciona bem em vídeos de 30 segundos — mas destrói qualquer debate real sobre inclusão social.

Mas João não para por aí. De olho na sucessão estadual, tenta cavar espaço em um território já congestionado: o do bolsonarismo. Com Jorginho Mello enfrentando o desgaste natural de governo e tendo que explicar as viagens e os recuos, João aparece como “o autêntico”, o “bravo do Oeste” que fala grosso e promete botar ordem na casa.

Só que dividir o eleitorado bolsonarista é como tentar cortar um fio de cabelo com uma marreta. É perigoso, arriscado e pode sobrar caco pra todo lado. Ainda mais quando o próprio Bolsonaro ainda tem (ou pensa que tem) carta para jogar em 2026.

Rodrigues está andando pelo estado, tirando selfies, gravando vídeos e inflamando o discurso. Seu nome vai aparecer cada vez mais nas rodas políticas, nos grupos de WhatsApp e nos debates eleitorais. Mas o eleitor — esse que vê a realidade do chão da rua — vai querer mais do que frases de efeito.

Porque pautar a pobreza como inimiga é fácil. Difícil é resolver o problema com humanidade, estrutura e coragem de governar para todos — e não só para a claque de redes sociais.

Estamos de olho — e quem viver verá.

Uma resposta

  1. ” Se Maricá consegue, por que Joinville não consegue? ” acho que não dá para comparar essas duas cidades. Maricá tem 211 mil habitantes em uma área urbana de 192 km, Joinville tem 616 mil habitantes em uma área de 213 km. Então Joinville iria ter um custo maior para ter essa gratuidade pois tem très vezes a população em quase a mesma área. Talvez a gratuidade em algumas linhas, associado a maior quantidade de ônibus nestas, seja mais fácil de viabilizar. E talvez ainda tenha um efeito colateral de melhorar a qualidade do transito de veículos.

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