Com a conquista da representação do Brasil na República Tcheca, no ano que vem, a Xpace Dance Company luta agora para buscar recursos e custear esta viagem tão importante. A escola joinvilense tem cerca de dois anos e já acumula títulos e histórias. Entre eles a participação no Sul Brasileiro de Dança, alcançando os dois primeiros lugares da competição.
Ao todo serão 18 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos que irão representar Joinville no exterior, na categoria dança Hip Hop.
O Chuville Notícias conversou com o diretor da Xpace Dance Company, Alceu de Miranda Junior, que tem suas atividades junto à Associação Atlética do Banco do Brasil, no bairro Iririú.
Como foi a trajetória até a conquista dessas vagas para o campeonato mundial de Hip Hop? Vocês enfrentaram competições regionais, estaduais, nacionais?
Alceu: Ainda não fomos para o mundial, o mundial vai ocorrer em Outubro de 2025, na Europa. Passamos por duas seletivas, a primeira foi aqui em Joinville mesmo, durante o Festival de Dança de Joinville.
Havíamos conquistado duas vagas: 1ª Lugar Conjunto Cadet e 1° Lugar Duo Júnior. Então ali, nós já passamos a ser Seleção Brasileira, já havíamos ganhado a vaga em Julho de 2024.
Porém essa vaga foi conquistada quando estávamos representando nossa escola de dança antiga, a qual foi necessária nossa saída por motivos maiores. Nos mudamos para uma nova escola que é onde estamos hoje, XPACE DANCE COMPANY. Por regras da competição, a vaga conquistada sempre fica para a escola. E como nós saimos da escola que estávamos, não desistimos do nosso sonho e criamos outros dois trabalhos novos para reconquistar a vaga na seletiva na etapa em Rio Grande do Sul, Capão da Canoa.
Lá reconquistamos não só 2 vagas que já havíamos conquistado, mas sim 3 colocações foram conquistadas: 1ª Lugar Conjunto Cadet, 1° Lugar Duo Júnior e 2ª Lugar Conjunto Júnior.
Com menos de 1 mês de preparo, fomos capazes de reconquistar nosso sonho de ir representar o Brasil no mundial de um dos maiores campeonatos de Hip Hop do mundo.
Qual a importância dessa participação no campeonato mundial para você e para os dançarinos da Xpace Dance?
Alceu: Nossa história é muito linda e se eu contar tudo aqui precisaríamos de mais algumas matérias para explicar. Mas todo nosso processo entre Julho e Novembro foi total Resiliência e Perseverança de realizarmos nossos sonhos.
Todos os integrantes, tantos os alunos quanto os pais estão dentro desse projeto de corpo e alma, 100% apoiando pra fazer com que tudo dê certo. A importância da nossa participação nesse mundial é além de realizar nosso sonho, de tentarmos trazer o troféu pra Joinville e tornar não só Joinville, mas o Brasil referência no Hip Hop.
Quais são os próximos passos para viabilizar a viagem dos 18 dançarinos? Já tem ações de arrecadação planejadas?
Alceu: Sim, desde Julho quando conquistamos a vaga na outra escola, já estávamos fazendo ações como por exemplo dançar em semáforo, venda de brigadeiros, rifa e vaquinha online.
Parceria com lojas e empresas foi tentado algumas, mas não obtivemos sucesso, a dificuldade de apoio à cultura/arte é grande. Falta incentivo das empresas e da prefeitura.
Qual o impacto desse tipo de evento na carreira dos dançarinos e como a visibilidade pode influenciar o cenário de danças urbanas em Joinville?
Alceu: Além da evolução profissional deles em relação à dança, todo esse processo eles vão levar pra vida. A resiliência, o respeito e amor ao próximo, no nosso caso com os envolvidos em todo o processo, desde ensaios, caronas, passeios, aulas até a competição e a volta pra casa. Com toda certeza o portfólio deles como dançarinos seria complementado com essa conquista, aliás ja foi complementado, imagina se trouxermos o troféu para o Brasil!
Como surgiu a ideia de fundar a Xpace Dance e qual tem sido o principal objetivo da escola para os jovens da região?
Alceu: Nossa escola não foi criada com o objetivo e a visão de participar de competições. Nossa escola além do ensino, visa o refúgio e a diversão para muitos. A dança cura, e nossa escola preza pela qualidade de vida das pessoas, um lugar onde elas se sintam confortáveis, onde elas possam esquecer os problemas da vida e fazer o que gostam, o que amam, se divertindo com suas amizades e os professores. Nosso objetivo é fazer a diferença na vida das pessoas através da dança.
Porém devido ao grande número de talentos que nossa escola possui, nos desafiamos a entrar para o cenário competitivo, e estamos nos saindo muito bem.
Para aqueles que se interessam pela Xpace Dance e querem apoiar o projeto, quais formas de colaboração?
Alceu: São algumas, como Cota Patrocínio, Venda de Rifa, Venda de Docinhos, Contribuição expontânea via Pix, Vaquinha Online, Apresentações em semáforos, Eventos alimentícios como uma Hamburgada, Feijoada, etc. E pra quem tiver interesse em conhecer a escola, pode nos seguir no Instagram (@xpacedance), nós ficamos situados no complexo da AABB, no Iririú.
Qual é a preparação necessária para representar o Brasil e Joinville em uma competição tão prestigiada como essa?
Alceu: Não é fácil. Abdicar dos finais de semana com os amigos, abdicar dos momentos com a família, abdicar de uma alimentação impulsiva, ensaiar quando não se tem mais forças. Enfim, dançarino também é atleta, fazemos treinamento físico regularmente, musculação e condicionamento físico, além da reparação técnica da dança ao corpo através das aulas de dança que nossa escola proporciona.
Ensaios de pelo menos 8 horas nos finais de semana e durante a semana 4 horas. Uma alimentação saudável, onde se evita doces, refrigerantes, fast food e tudo que pode prejudicar a performance do bailarino durante todo o processo até a chegada da competição.
Trabalhar o físico é extremamente importante, mas trabalhar o psicológico é tão importante quanto. Psicólogo, terapias, todo e qualquer tipo de cuidado mental também é realizado com os dançarinos para esse nível de competição para que eles estejam preparados para enfrentar grandes oponentes de todo o mundo!