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Educação infantil de Joinville está pior do que se imagina, diz professora em assembleia

Servidores públicos relataram falta de profissionais para atender demanda crescente durante assembleia geral da categoria, na noite desta quarta-feira (28)

Redação, Portal Chuville

28 fevereiro 2024

editado em 28 fevereiro 2024

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Categoria na campanha “Serviço Público é a gente quem faz!”. Foto Leandro Schmitz

Com a plenária do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) lotada, categoria relatou o que não é novidade: falta de profissionais em vários setores, principamelmente na educação infantil. A assembleia geral para começar a discutir a campanha salarial de 2024 aconteceu na noite desta quarta-feira (28) com o nome “Serviço Público é gente quem faz!”.

“A situação está pior do que vocês imaginam, a demanda por CEI só aumenta, e nos pediram para aumentar o número de crianças por sala de aula. Hoje temos cerca de 25 por turma, sendo que seis ou sete têm algum tipo de deficiência e precisam, por lei, de auxiliar de inclusão. Não temos ninguém, na minha unidade trabalho sozinha na parte da manhã, só falta fazer e servir a merenda”, conta uma professora.

Outros relatos parecidos foram trazidos pelos profissionais de carreira, que sentem na pele a pressão por aumento de trabalho e redução de servidores, seja por licença médica ou aposentadoria, mas sem reposição.

Pelo fato deste ano ter eleições, a campanha salarial foi antecipada. Até abril as negociações precisam ser finalizadas em forma de projeto de lei aprovada pela Câmara de Vereadores. O documento aprovado na noite desta quarta contém vários itens, entre eles:

  • Reajuste salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) + 5% de ganho real pela inflação. O mesmo índice se aplica ao vale alimentação;
  • Reposição dos descontos aplicados durante a paralização de 2021, quando a categoria lutou contra a reforma administrativa do governo Adriano Silva (Novo);
  • Equiparação dos cargos de Assistente Administrativo e Agente Administrativo;
  • Pagamento de insalubridade para os trabalhadores da saúde e assistência social;
  • Eleição direta para diretores nas escolas;
  • Reabertura do ambulatório do servidor, garantindo consultas, exames e cirurgias.

O documento com as sugestões será protocolado na manhã desta quinta-feira e deverá embasar a mesa de negociação com o prefeito Adriano Silva. Dependendo do que avançar ou retroceder, a categoria mobilizará nova assembléia e outras ações.

 

Repúdio geral à terceirização do novo CEI

A categoria se posicionou contrária ao projeto da prefeitura de terceirizar o novo Centro de Educação Infantil, que está sendo construído no bairro Comasa. Conforme publicado pelo Chuville Notícias nesta semana, o edital já foi lançado e o município deverá pagar pouco mais de R$ 400 mil mensais para uma organização social administrar a unidade. “Quantos professores, auxiliares e demais serviços poderiam ser contratados com este dinheiro? Por que terceirizar quando é possível fazer mais concurso público e suprir a demanda?, questiona a presidente do Sinsej, Jane Becker.

O anúncio de 223 vagas para o novo concurso público, feito pela prefeitura hoje, foi considerado insuficiente pelos servidores durante a assembleia. “Não bastasse o número de temporários e estagiários que não contribuem com a nossa previdência, vemos cada vez mais tentativas de terceirizar um serviço público inteiro e sabemos que essa prática não deu certo em vários lugares, por que daria certo aqui?”, considera Jane.

 

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