Com a plenária do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) lotada, categoria relatou o que não é novidade: falta de profissionais em vários setores, principamelmente na educação infantil. A assembleia geral para começar a discutir a campanha salarial de 2024 aconteceu na noite desta quarta-feira (28) com o nome “Serviço Público é gente quem faz!”.
“A situação está pior do que vocês imaginam, a demanda por CEI só aumenta, e nos pediram para aumentar o número de crianças por sala de aula. Hoje temos cerca de 25 por turma, sendo que seis ou sete têm algum tipo de deficiência e precisam, por lei, de auxiliar de inclusão. Não temos ninguém, na minha unidade trabalho sozinha na parte da manhã, só falta fazer e servir a merenda”, conta uma professora.
Outros relatos parecidos foram trazidos pelos profissionais de carreira, que sentem na pele a pressão por aumento de trabalho e redução de servidores, seja por licença médica ou aposentadoria, mas sem reposição.
Pelo fato deste ano ter eleições, a campanha salarial foi antecipada. Até abril as negociações precisam ser finalizadas em forma de projeto de lei aprovada pela Câmara de Vereadores. O documento aprovado na noite desta quarta contém vários itens, entre eles:
- Reajuste salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) + 5% de ganho real pela inflação. O mesmo índice se aplica ao vale alimentação;
- Reposição dos descontos aplicados durante a paralização de 2021, quando a categoria lutou contra a reforma administrativa do governo Adriano Silva (Novo);
- Equiparação dos cargos de Assistente Administrativo e Agente Administrativo;
- Pagamento de insalubridade para os trabalhadores da saúde e assistência social;
- Eleição direta para diretores nas escolas;
- Reabertura do ambulatório do servidor, garantindo consultas, exames e cirurgias.
O documento com as sugestões será protocolado na manhã desta quinta-feira e deverá embasar a mesa de negociação com o prefeito Adriano Silva. Dependendo do que avançar ou retroceder, a categoria mobilizará nova assembléia e outras ações.
Repúdio geral à terceirização do novo CEI
A categoria se posicionou contrária ao projeto da prefeitura de terceirizar o novo Centro de Educação Infantil, que está sendo construído no bairro Comasa. Conforme publicado pelo Chuville Notícias nesta semana, o edital já foi lançado e o município deverá pagar pouco mais de R$ 400 mil mensais para uma organização social administrar a unidade. “Quantos professores, auxiliares e demais serviços poderiam ser contratados com este dinheiro? Por que terceirizar quando é possível fazer mais concurso público e suprir a demanda?, questiona a presidente do Sinsej, Jane Becker.
O anúncio de 223 vagas para o novo concurso público, feito pela prefeitura hoje, foi considerado insuficiente pelos servidores durante a assembleia. “Não bastasse o número de temporários e estagiários que não contribuem com a nossa previdência, vemos cada vez mais tentativas de terceirizar um serviço público inteiro e sabemos que essa prática não deu certo em vários lugares, por que daria certo aqui?”, considera Jane.