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EDITORIAL: Joinville anda meio mudada…

Redação, Portal Chuville

17 janeiro 2025

editado em 17 janeiro 2025

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Sangue deixado pela vítima esfaqueada no Terminal Central. Foto Divulgação

A maior cidade catarinense é conhecida por atrair muita gente para trabalhar. Muitos largam tudo e chegam aqui, famílias inteiras de diversas partes do país e da América Latina, com suas histórias, culturas, sotaques. Na década de 80, Joinville chegou até a ganhar um slogan: “Terra de povo ordeiro e trabalhador”.

Mas em 2025, terceiro milênio, pós-pandemia, vemos a Joinville se transformar… Eventos que só víamos em São Paulo, Rio de Janeiro e até no Oriente Médio agora vemos aqui, abaixo dos nossos narizes e em frente às nossas calçadas. Barbárie, desigualdades sociais escancaradas, intolerância, violência e toda sorte de doenças físicas e psicológicas.

O lamentável e assustador episódio da tentativa de homicídio no Terminal Central em plena tarde de ontem (16), é apenas a ponta do iceberg de um problema crônico, enorme e que todos teimam em deixar a raiz deste problema para baixo do tapete, fingir que não vê.

Sim, existe uma raiz, onde tudo começou, e para isso precisamos analisar vários fatores que passam pela economia, direitos humanos, política internacional e até mesmo o capitalismo.

Obviamente não vamos esmiuçar aqui detalhe por detalhe. Nos basta aqui a reflexão de que existe algo muito maior por trás de todo este aparente caos que estamos vivendo dia após dia. Não há um ser humano sequer abaixo deste céu cinzento e chuvoso que não esteja sendo atingido de alguma forma por tudo isso.

As facções criminosas hoje certamente exercem um poder maior do que podemos imaginar. Se há cerca de 20 anos eram chamadas de “Poder Paralelo”, hoje seguramente são o poder dominante, apenas travestidos das instituições que conhecemos, como polícia, política e judiciário. Chegamos ao absurdo de ver gente morrer porque tirou foto com um ou dois dedos levantados, simbolizando um possível pertencimento a um determinado grupo criminoso.

Na prática vemos as facções mandando e desmandando em comunidades inteiras, decidindo quem vive e quem morre, oferecendo até um suporte financeiro aos mais carentes. Não é novidade que políticos se elegem com o apoio destes grupos criminosos, aos quais se tratam como “família”. Temos exemplos amplamente noticiados. Ou alguém já esqueceu da droga apreendida em pleno avião da comitiva presidencial do Bolsonaro, no exterior? Temos exemplos locais também, é só pesquisar.

Por outro lado, as igrejas de inúmeras denominações, crescem a cada dia. Cumprem um papel que o Estado deixou para trás. Só que isso também tem um preço: alienação e aparente desinteresse pelo senso coletivo. Para as igrejas, só interessa seu próprio clã, quem for de outra denominação ou de nenhuma, não existe caridade.

Em meio a toda a velocidade de informação, excesso de telas e redes sociais, vemos os governos, inclusive o catarinense, reduzirem gradativamente a qualidade do ensino público. Agora o estudante mal sabe ler ou interpretar um texto e já passa de ano com honra ao mérito.

Não menos importante, vemos nos últimos anos um curioso e estranho fenômeno da ploriferação de farmácias. Vemos uma, duas ou às vezes três a cada esquina. Estranhamente também acontece o mesmo com as lojas de conveniência, que vendem toda sorte de bebidas alcoólicas. É possível abrir uma fresta da cortina e prever o futuro daqui em diante?

Não sabemos por quanto tempo viveremos por aqui, mas que Joinville deixaremos para as próximas gerações? Para onde nossa sociedade caminha? Mais um ano está apenas começando, porém aos 17 dias parece que já chegamos em junho.

Respostas de 3

  1. A cidade cresceu demais e muito rapido. veio muito gente de fora, por razões diversas e mudou nossa cultura de “Terra de povo ordeiro e trabalhador”. Uma Joinville antiga mencionada no editorial, que não existe mais. Alias o que menos existe em Joinville é joinvillense nato. Isso explica muita coisa.

  2. Excelente texto. Triste é ver as pessoas, entidades religiosas e governamentais levantarem muros para os que não os agradam…

  3. Excelente texto expondo a realidade crua e nua de uma sociedade hipócrita, egoísta que não quer que saibam dos seus podres poderes.

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