O cartaz oficial do 41º Festival de Dança de Joinville é uma criação do muralista Rogério Fernandes, um dos mais destacados artistas visuais do Brasil.
A obra “Sob o Céu de Morpheu” foi produzida especialmente para representar esta edição do evento e acompanha os traços do artista, que se inspira na xilogravura nordestina e no realismo fantástico em suas criações.
Rogério é piauiense radicado em Minas Gerais, e tem formação em Design. Trabalhou em agências de publicidade, mas há anos dedica-se exclusivamente à arte. Alcançou visibilidade nacional e internacional com seus murais e com premiações como o Prêmio Melhor Frida Kahlo, pela Universidade do México.
Ele faz arte de rua mas não se considera parte do movimento do grafite: seu trabalho consiste em colorir o mundo com obras de arte em muros, fachadas e postes.
Suas obras combinam arte contemporânea com personagens da imaginação popular. Em Belo Horizonte, cidade onde reside, são mais de 50 painéis com sua assinatura.
Sobre o cartaz
Na tela produzida para o cartaz oficial do Festival de Dança de Joinville, Rogério apresenta uma cena etérea de balé, na qual um homem e uma mulher se movem em um cenário com elementos fantásticos, remetendo a um sonho. O céu que dá nome à obra tem tonalidades suaves e oferece uma sensação de infinitude e mistério. No centro, os bailarinos parecem flutuar, como se estivessem livres das restrições da gravidade, reforçando a natureza irreal do ambiente.
Há ainda elementos mitológicos discretos espalhados pela obra, como flores gigantes, criaturas aladas e formas abstratas que se entrelaçam e se transformam. O Morpheu a quem o título se refere é o deus do sonho da mitologia grega, e é descrito como um ser que possuía a capacidade de se transformar e assumir diferentes formas durante a vida.
“É como se fosse um mundo de sonho, de fantasia e lirismo. Eu quis fazer essa mistura que tem muito a ver com o meu trabalho, que mistura elementos oníricos, com uma coisa mais noturna”, explica o artista.
Inspiração em coreografia do Grupo Corpo
Para produzir a obra, Rogério buscou inspiração em uma companhia da cidade em que reside: o Grupo Corpo, companhia mineira que já foi convidada para abrir o Festival de Dança de Joinville em duas edições (1987 e 2014). O estudo foi realizado a partir da obra “Lecuona”, em que há um momento em que um casal de bailarinos dançam ao som de um bolero.
“Eu amo muito o Grupo Corpo e esse espetáculo é muito bonito. Busquei as referências na coreografia, na posição dos bailarinos, com ela vestida como uma dançarina de tango, e trabalhei nesse universo de sonho, da mitologia de Morfeu”, conta.
Tradição do cartaz
A produção de um cartaz artístico do Festival de Dança de Joinville é uma tradição do evento.
Nas primeiras edições, nos anos 1980, o material de divulgação era feito pelo artista joinvilense Hamilton Machado, sempre com uma obra de arte diferente para estampar o cartaz.
Nos últimos anos, é realizado por artistas convidados, entre eles: Juarez Machado, Môa, Denise Schlickman, Paulo Agostini, Elifas Andreato, Lairton e Vinicius Valentim.
Para acompanhar o perfil do Festival de Dança no Instagram: https://www.instagram.com/festivaldedancaoficial/