O Papa Francisco elevou a Diocese de Joinville à categoria de Arquidiocese, nomeando o até então Bispo Diocesano, Dom Francisco Carlos Bach, como Arcebispo Metropolita.
A partir de agora, a Arquidiocese de Joinville deixa de ser subordinada à Arquidiocese de Florianópolis e passa a chefiar uma nova província eclesiástica, que inclui as Dioceses de Blumenau e Rio do Sul como sufragâneas.
Essa elevação ao status de Arquidiocese representa um reconhecimento do Vaticano à relevância histórica, social e pastoral da Igreja em Joinville, que tem se destacado pelo serviço à comunidade e à sociedade civil.
Como Metropolita, Dom Francisco Carlos Bach terá a responsabilidade de presidir a província eclesiástica, convocar e liderar o concílio provincial, além de cumprir funções descritas no Código de Direito Canônico (cân. 436), como zelar pela disciplina eclesiástica, realizar visitas canônicas quando necessário e designar administradores diocesanos em casos específicos.
O título não representa um grau hierárquico superior na Igreja, mas o arcebispo recebe do Papa o Pálio, uma insígnia litúrgica de lã branca com cruzes, simbolizando o vínculo de comunhão com a Sé Romana.
A Arquidiocese de Joinville abrange hoje 66 paróquias, conta com 155 padres, 95 diáconos e atende uma população estimada de 1,35 milhão de pessoas em 18 municípios do norte de Santa Catarina.
A figura do Arcebispo
O Papa Francisco concedeu a Dom Francisco Carlos Bach o título de Arcebispo Metropolita, elevando a Diocese de Joinville a Arquidiocese. O termo “Arcebispo” tem origem no grego, combinando “arke” (principal) e “epíscopos” (supervisor), e indica a dignidade de um bispo principal.
Essa designação não representa um novo grau no sacramento da ordem, que possui apenas três níveis – diaconato, presbiterado e episcopado –, mas é uma honra que se situa abaixo apenas da dignidade cardinalícia e é concedida exclusivamente pelo Papa.
O título de Arcebispo, além de elevar o status da sede episcopal de Joinville, reconhece sua relevância histórica e social, mas não traz funções especiais de governo sobre outras dioceses.
Cabe ao Arcebispo, no entanto, a presidência da província eclesiástica. Desde os primeiros séculos, a Igreja conferiu status especial a algumas dioceses, como as de Roma, Jerusalém, Alexandria e Antioquia. No século IV, surgiu a figura do bispo metropolitano, que mais tarde foi designado como arcebispo, responsável pela liderança das Sés principais em sua região eclesiástica.
A elevação de Joinville à categoria de Arquidiocese coloca a cidade em posição de destaque na Igreja Católica no Brasil, reforçando seu papel na nova província eclesiástica.
A província eclesiástica
O Papa Francisco instituiu duas novas províncias eclesiásticas em Santa Catarina, com a elevação das dioceses de Joinville e Chapecó ao status de Arquidioceses. Essa decisão reorganiza o cenário eclesiástico do estado, que anteriormente tinha Florianópolis como única arquidiocese desde sua criação em 1927, quando fazia parte da Província Eclesiástica de Curitiba.
Com a mudança, o Regional Sul IV da CNBB passa a contar com três províncias eclesiásticas: a de Joinville, que terá as dioceses de Blumenau e Rio do Sul como sufragâneas; a de Chapecó, com as dioceses de Caçador, Joaçaba e Lages; e a de Florianópolis, que continuará responsável pelas dioceses de Tubarão e Criciúma.
As províncias eclesiásticas agrupam dioceses próximas, promovendo relações mais integradas entre as lideranças religiosas locais. Esse modelo organizacional, inspirado na divisão administrativa do Império Romano e oficializado no Concílio de Niceia (325 d.C.), é uma prática que fortalece a coordenação territorial e pastoral.
No Brasil, agora há 48 províncias eclesiásticas, incluindo as novas unidades em Santa Catarina, criadas por decisão do Papa Francisco, autoridade máxima da Igreja Católica.