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Conheça Edson Machado e sua importância para o desenvolvimento do Festival de Dança

Festival de Dança de Joinville é o que é graças à criação do Instituto Festival de Dança. E Edson foi peça importante nisso

Redação, Portal Chuville

24 julho 2023

editado em 24 julho 2023

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Academia de Ballet Santo André – Chamada – 1983 – 1o. Lugar Clássico Amador

Edson Busch Machado nasceu em Joinville, em 1952 e, entre 1997 e 2002, esteve à frente da Fundação Cultural da cidade mais populosa do Estado. Nesse período, participou ativamente de uma ação que mudaria o futuro do Festival de Dança de Joinville ao assegurar a sustentabilidade econômica, profissionalização e visibilidade do evento.

O interesse de Edson por manifestações artísticas, como a dança, vem de casa. “Meus pais nos levavam para assistir espetáculos circenses, teatro mambembe, apresentações de dança nas escolas e musicais no cinema”, relembra. O joinvilense é formado em Jornalismo e atua há 53 anos no cenário cultural catarinense. Realizou mais de 300 exposições no país e no exterior e administrou órgãos culturais também em esferas estaduais, em Santa Catarina e no Paraná. Nas Artes Visuais, destaca-se sua atuação como um dos fundadores do Instituto Internacional Juarez Machado, organização que preside atualmente.

Juntamente com a Aaplaj (Associação dos Artistas Plásticos de Joinville), esteve envolvido em exposições temáticas coletivas “Dança: Visão Plástica”, que integraram a programação do Festival. Na década de 1990, passou a dedicar-se mais profundamente ao fomento e desenvolvimento da dança por conta da missão recebida de organizar o festival de emoções. “O desafio foi gigantesco e, como primeira tarefa, foi trazer à Joinville a Companhia do Ballet Nacional de Cuba, com a presença de nada menos da prima-dona da dança no mundo, a coreógrafa Alicia Alonso”, relembra.

“Respeitável Público”, de Edson Machado, ilustrou o cartaz do Festival de Dança de Joinville realizado em 2018.

 

Conforme Edson, durante a década de 90, a equipe da Fundação Cultural diagnosticou a necessidade de realizar mudanças no evento: “Tornavam-se indispensáveis as inovações no planejamento, nas competências administrativas e financeiras, na maior abrangência e mais consistência de um bom produto cultural”. “No primeiro ano, trabalhamos com as quatro fontes de recursos, a estatal, o mecenato, marketing cultural e público pagante. No entanto, havia um significativo déficit no orçamento para realizar o Festival. Buscamos, então, estratégias mais competitivas e especializadas, ou seja, a terceirização dos serviços básicos, mantendo a essência do Festival ainda com o poder público”, relembra. A resposta para essas necessidades veio com a criação, em 1998, do Instituto Festival de Dança de Joinville: “Deixamos de tratar a cultura como despesa e subvenção e, sim, como investimento social”.

A criação foi embasada pela contratação de especialistas no setor jurídico e do terceiro setor para elaboração do estatuto e de um modelo de administração, com a inclusão de conselhos Administrativo, Fiscal e Artístico. “Nessa nova configuração, o Festival abriu o diálogo com códigos claros, amplos, abertos e modernos com seus interlocutores, seja das áreas da dança, da arte educação e da sociedade em geral. Creio que o Instituto, assim como próprio Festival, tornou-se referência em organização. Foi uma decisão ambiciosa e corajosa do grupo de funcionários da Fundação à época”, avalia. “Essa visão  administrativa aprimorou a imagem do Festival, trazendo dividendos na economia, na democratização do evento, nas perspectivas futuras e, sobretudo, na cultura da dança para todo o país. Criar o Instituto naquele momento era uma questão de atitude”, acrescenta.

De acordo com Edson, no período, “já se sentiam os ares de efervescência cultural pela cidade, com a construção do Centreventos Cau Hansen, logo mais do Teatro Juarez Machado, da aquisição da Cidadela Cultural Antárctica e da implantação da filial da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil”. Além disso, ele ressalta a importância da instalação do mural criado por Juarez Machado especialmente para a fachada do Centreventos, em homenagem ao Grande Circo, as artes cênicas à dança e ao movimento. “O Festival passou a ter a visibilidade merecida com sua internacionalização, a eficiência organizacional e das campanhas publicitárias e por conta da alta qualidade dos participantes convidados apresentados pelo conselho artístico, além da beleza e alegria dos grupos concorrentes”, afirma.

Outro fator estratégico para o desenvolvimento do Festival de Dança destacado por Edson é um dos eventos da programação que mais promove engajamento e surgimento de talentos. “Trabalhávamos como observadores ouvindo as reclamações e tentando soluções que pudessem enriquecer o conteúdo do Festival e, consequentemente, trazer mais público. Uma das questões foi a necessidade de atender ao público mais jovem, as crianças e, com isso, elaborar um projeto de formação de público. Foi criado então nesse tempo o Festival Meia Ponta”, conta. “Ao lado dos cursos, o Meia Ponta mostra-se fundamental na continuidade do Festival. Já os cursos foram determinantes no seu diferencial diante dos inúmeros outros festivais pelo país. Trouxemos os principais nomes dos profissionais da educação da dança do país e do exterior para Joinville”, acrescenta.

Na avaliação do Edson, a fórmula do sucesso do Festival de Dança pode ser creditada, em grande parte, à própria população. “Há no Festival de Joinville o DNA das pessoas empreendedoras e da imensa hospitalidade das famílias que recebiam bailarinas e dançarinos em suas casas. Minha mãe, Leonora Busch Machado, foi uma dessas voluntárias ao hospedar alunas em sua casa na Rua Lages, onde hoje é a sede do Instituto Internacional Juarez Machado. Esse comprometimento da sociedade com o evento é fundamental para seu fortalecimento. A população colabora, critica, dá palpite, se solidariza, questiona, reclama, vibra, torce, dança junto. Até parece futebol. O Festival já faz parte do imaginário joinvilense”, avalia.

Em termos de imaginário, Edson deixou também a sua contribuição como artista plástico. Ele foi o responsável pela criação do cartaz do Festival realizado em 2018, a sua 36º edição. “Foi um convite especial de Ely Diniz e Victor Aronis, que hoje estão à frente do Festival, e creio uma especial gentileza desses dois amigos. Eu havia sofrido um grave acidente na Grécia e, de volta ao Brasil, passei um tempo imobilizado. Só me restava desenhar, escrever ou ler. Então o convite foi providencial e procurei homenagear na imagem, as expressões da plateia, por isso intitulado ‘Respeitável Público’”, conta.

Dos anos vivenciados com o Festival, Edson destaca apresentações, além dos dançarinos catarinenses, de companhias como Balé de Stuttgard, Ballet Gulbenkian, Companhias do Paraguai, Cisne Negro, Grupo Corpo, Folclórico da Bahia, Folclórico da Colômbia e Nacional de Cuba. Nas celebrações de 40 décadas do evento, na segunda quinzena de julho, Edson garante que estará em alguns dias, na plateia, “assumindo o seu lugar de respeitável público”.

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