A Comissão de Finanças da Câmara de Vereadores, composta pelos vereadores Erico Vinícius (NOVO), Pastor Ascendino Batista (PSD), Mateus Batista (União), Cleiton Profeta (PL) e Kiko da Luz (PSD), rejeitou dois pedidos importantes sobre a discussão da Reforma Administrativa, proposta pela prefeitura.
Mais cedo, durante a reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça, o Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville) já havia pedido tanto por ofício quanto verbalmente, a realização de audiência pública para tratar dos 19 projetos da prefeitura que criam cargos, aumentam salários de gestores e outras mudanças. O presidente da CCJ, que também é do mesmo partido do prefeito Adriano Silva (NOVO), Neto Petters, afirmou que este pedido deveria ser analisado pelas demais comissões de mérito: Finanças, Educação, Urbanismo e Saúde.
Já na comissão de Finanças, além do Sinsej o pedido foi reforçado pelos vereadores Cleiton Profeta e Wilian Tonezi, mesmo este não sendo membro da comissão. Depois a vereadora Vanessa da Rosa (PT) também apareceu na comissão e reforçou o pedido de audiências públicas para discutir tanto com os servidores quanto à população. O pedido foi rejeitado.
Durante todo o debate o vereador Mateus Batista, conhecido por militar junto ao MBL, ficou calado, mesmo ele sendo o relator e crítico aos gastos públicos nas redes sociais. A mesma postura foi acompanhada pelos vereadores Pastor Ascendino Batista e Kiko da Luz.
Após a rejeição do pedido de audiências públicas, os vereadores Wilian Tonezi e Cleiton Profeta solicitaram a votação de diligência, ou seja, que a prefeitura encaminhasse à Câmara um detalhamento do impacto financeiro por secretaria, algo que até o momento não foi feito. O mesmo pedido foi rejeitado.
A reforma administrativa da prefeitura vai gerar um impacto de quase R$ 100 milhões anuais que, segundo o prefeito Adriano Silva, teria recurso para cobrir. No entanto não explica em detalhes a criação de 59 cargos, a maioria de gestão. A Seinfra seria a secretaria mais beneficiada com este projeto, com 42 novos cargos.
Segundo análise prévia do colunista político do Chuville Notícias, Elton Guerra, a conta da eleição do ano passado chegou, afinal os cargos serão destinados aos parceiros políticos que apoiaram Adriano no ano passado. “Tantos partidos políticos apoiando e todo aquele discurso de enxugar e dinamizar a máquina pública, não fazendo a velha política, caiu por terra com a criação de todos estes cargos, sobretudo na Seinfra, secretaria historicamente disputada pelos políticos”, avalia.
Mara Tavares, presidente do Sinsej, lamentou a rejeição dos pedidos pela comissão de Finanças: “Vimos um teatro e uma falta de respeito com o servidor e com a população, falta transparência, mas não vamos ficar calados”. O pedido de audiência pública foi protocolado para todos os vereadores, que podem solicitar durante as próximas reuniões das comissões de mérito.