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Carnaval de rua de Joinville leva mais de 18 mil pessoas para a Avenida

Quatro escolas de samba levaram alegria, samba e beleza ao público, além do espetáculo de bonecos gigantes, algo inédito.

Redação, Portal Chuville

23 fevereiro 2025

editado em 23 fevereiro 2025

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Foto: Mauro Artur Schlieck

A noite de sábado (22/2) foi marcada pelo Desfile das Escolas de Samba de Joinville e reuniu mais de 18 mil pessoas na avenida Beira Rio. Com as arquibancadas lotadas, muitos levaram cadeiras e bancos para acompanhar toda a programação que se estendeu até o começo da madrugada de domingo. E também teve quem curtiu toda a movimentação da avenida em pé, dançando no ritmo do sambas.

Neste ano, o público conferiu o ritmo, alegria e muito samba da Associação Recreativa Escola Fusão do Samba, do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Unidos do Caldeirão, do Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba Unidos pela Diversidade e da Escola de Samba Príncipes do Samba.

Com muita animação, quem abriu a programação foi o Bloco do Neco Maneco, com dez bonecos criados para homenagear personalidades e personagens lendários da cidade como a Bailarina, o Mestre Bera, a Dona Fioca, o Moço Bonito do Baile, a Pipoqueira Margarida, a Rosa do Pé Inchado, a Noiva da Ponte, o Trabalhador da Indústria, Chapeludo e Neco Maneco.

O público presente na Beira Rio também pode conferir a tradicional lavagem da avenida com Afoxé Omilodê. Com água de cheiro, distribuição de flores e defumação.

Os 250 participantes limparam simbolicamente os caminhos dos foliões que compõem as escolas de samba. A prática é realizada há mais de 20 anos em Joinville e tem sua origem nas religiões de matriz africanas.

Em seguida, ocorreu o desfile das realezas do Carnaval de Joinville, com o rei momo Felipe Sizério, a rainha Bruna Cestrem, a primeira-princesa Juliana Rosa Pereira e a segunda-princesa, Barbara Stefani Vale. O prefeito Adriano Silva, o secretário de Cultura e Turismo, Guilherme Gassenferth, o presidente da Liga das Escolas de Samba, Gabriel de Paula, vereadores, secretários, demais autoridades e representantes das quatro Escolas de Samba passaram pela avenida com muita simpatia e samba no pé. A realeza do Carnaval de São Francisco do Sul também desfilou convidando os foliões a curtir o Carnaval na cidade vizinha.

Alegorias, fantasias e muita música abrilhantaram o Desfile das Escolas de Samba

A primeira escola de samba a desfilar na avenida Beira Rio na noite de sábado (22/2) foi a Príncipes do Samba. Com o enredo “Nos Refúgios da Boemia – De Bar em Bar à Fantasia!”, contou com 350 integrantes, 24 alas e duas alegorias levantando a turma da arquibancada e quem se reuniu em torno do gradil para não perder nenhum detalhe da história criada pela escola para, por meio da memória de um folião, contar a origem dos bares e narrar seus momentos mais marcantes.

A arquiteta Simoni Costa participou do desfile pela primeira vez e, assim que chegou na dispersão, contou que estava arrepiada só de lembrar de como foi percorrer a avenida. “O trajeto parece pequeno, né? Parece simples, mas não é. Só quem tá lá desfilando sabe a energia que a gente consegue transmitir e receber do público. Ano que vem estarei de novo desfilando”, revela.

A Unidos do Caldeirão levou para a avenida seus 300 integrantes divididos em 14 alas e duas alegorias para apresentar o samba enredo “Baía da Babitonga e seus Encantos”. A escola mergulhou nas belezas e mistérios deste paraíso com ilhas e manguezais.

Sidney Aguinaldo Alberto Junior e sua mãe Luciana Gomes de Santos desfilaram juntos pela primeira vez. Ela está na Caldeirão há três anos, desde que veio de São Paulo para Joinville. A noite de sábado foi de estreia para Sidney. “É a primeira vez que vivo isso com a minha mãe. Foi muito mágico”, conta. Após a apresentação, os dois seguiram para o Expocentro Edmundo Doubrawa para trocar de fantasia e esperar a hora de desfilar pela Diversidade também.

A terceira agremiação a pisar na avenida foi a Fusão do Samba com o enredo “Com Amor e Alegria, Triunfou a Periferia”. Os 330 integrantes, oito alas e uma alegoria destacaram a história de luta e superação do povo, mostrando como a periferia transforma desafios em arte, festa e identidade.

A professora Claudete Maria Ricardo desfilou pela terceira vez na Fusão como porta-bandeira. “É uma honra conduzir e apresentar a bandeira da escola. Fico muito feliz em ver as pessoas cantando e participando. É um show”, contou Claudete. Com um vestido criado especialmente para apresentação e pesando mais de 20 quilos, estava cansada ao final da apresentação. “Mas tudo vale a pena, apesar de ser cansativo. Ano que vem tem mais”, garante.

Com o samba enredo “Colo de Mãe, Jacila a Mãe de Joinville”, a Unidos pela Diversidade encerrou o desfile na Beira Rio. As 17 alas, as duas alegorias e os 350 integrantes foram para a avenida contar a história de luta e superação de uma mulher guerreira, uma cidadã carioca que é joinvilense de coração. Jacila Barbosa, a Mãe Jacila, trabalha para manter viva as raízes negras e desenvolve um trabalho social por meio da Casa da Vó Joaquina.

O dirigente espiritual Alexandre José Caetano está na Diversidade há 11 anos. Segundo ele, entrar na avenida oferece uma emoção sem explicação. “A representatividade cultural, negra e existencial foi, mais uma vez, representada na avenida. Foi lindo e perfeito”, conclui.

 

O presidente da Liga das Escolas de Samba, Gabriel de Paula, elogia o empenho e dedicação de todos que se dedicam o ano inteiro para levar o desfile para a avenida e garante que em 2026, o público vai acompanhar novidades.

“Joinville sempre nos abraça e esse ano não poderia ser diferente. Temos aí mais de 18 mil pessoas prestigiando o Carnaval, o que mostra que a gente está num ritmo forte e tudo se encaminha para que ano que vem a gente tenha competição novamente. As escolas já estão se preparando, hoje é uma prova disso, e ano que vem a gente certamente fará o Carnaval competitivo, anunciou o presidente em conversa com a imprensa.

 

Carnaval antecipado abre a Folia de Momo em Santa Catarina

Como nos anos anteriores, o Carnaval de Joinville ocorreu um final de semana antes dos festejos tradicionais. A intenção da organização é atrair mais visitantes e oferecer aos foliões e público a oportunidade de brincar o Carnaval em Joinville.

A florista Maria dos Anjos estava com a família desde cedo para conferir a bateria e as alegorias das escolas de samba. “Achei muito bom fazer o Carnaval neste fim de semana. Assim, vou poder visitar a família e curtir os desfiles em Joaçaba no feriadão”, explica ao detalhar os planos para o próximo fim de semana.

O Carnaval de Joinville foi realizado pela Liga das Escolas de Samba de Joinville (LIESJ) com promoção da Prefeitura de Joinville e participação de diferentes áreas. A Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) foi responsável pela estrutura e organização e investiu cerca de R$ 200 mil.

A festividade também teve apoio da Fundação Catarinense de Cultura e do Governo do Estado de Santa Catarina com repasse de R$200 mil, sendo R$ 50 mil para cada uma das quatro escolas de samba de Joinville.

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