A maior parte da população já segue normalmente as atividades, até deixando de lado os cuidados antes obrigatórios, como uso de máscara e álcool para higienizar mãos e objetos. Pouco se fala na pandemia de Covid-19 que assustou o mundo. Parece que a doença desapareceu. Só que não.
Segundo dados oficiais da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), em outubro houve um pico súbito de novos casos da doença no estado: 978 em uma semana e 980 na semana seguinte. A maior parte das contaminações se deu entre pessoas com mais de 60 anos. Nos últimos três meses, a taxa de mortalidade também atingiu os mais idosos: 10 mortos a cada 100 mil habitantes ocorreram entre pessoas com 80 anos ou mais.
Embora nenhum dado se compare ao ápice da pandemia de Coronavírus, que ceifou 22.904 vidas em Santa Catarina, os dados atuais são preocupantes por duas razões: o vírus é mutável muito rapidamente e há baixa procura de vacinação. De acordo com Arieli Schiessl Fialho, gerente de doenças infecciosas agudas e imunização da Dive, as pessoas tomaram a segunda dose, mas esqueceram que existe ainda a vacina bivalente (eficaz para as novas cepas da Covid-19), além do reforço anual. “É preciso tomar muito cuidado na proteção às crianças, a recomendação é que os pais levem os filhos e aproveitem para atualizar suas vacinas também”, sugere.
Em Joinville a vacinação está abaixo do esperado
A desconfinça na eficácia da vacina, muito disseminada pelas redes sociais durante a pandemia, parece insistir. O diretor da Secretaria de Saúde de Joinville, Douglas Machado, afirma que o mínimo ideal seria 95% da população vacinada, porém a cidade tem apenas de 12% a 70% deste índice. “As pessoas acham que a Covid-19 acabou, mas ela é uma doença crônica, é como a Dengue, temos que conviver com ela e tomarmos todo o cuidado possível. E a tendência é aumentar o número de casos”, alerta.
Nos últimos dois meses foram feitos 1.005 testes, sendo que atualmente, a maior cidade do estado registra 393 casos positivos para Covid-19. Ou seja, 67 casos para cada 100 mil habitantes. A Secretaria de Saúde garante que não há falta de testes, nem de vacinas para a população. Todas as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF’s), além das UPA’s estão preparadas para vacinar.
Os cuidados com a etiqueta da tosse, uso de álcool gel e máscara, caso tenha sintomas gripais, ainda devem ser mantidos. Quem tem a doença confirmada precisa ficar em isolamento por até cinco dias, apenas quando os sintomas são leves.