🧠 Ideologia se combate com ideia, não com ignorância
Ah, a Câmara de Joinville… esse palco de performances inusitadas, onde alguns vereadores, ao invés de legislar sobre os buracos da cidade, preferem cavar buracos conceituais. O protagonista da vez é o vereador Cleiton Profeta (PL), que acaba de apresentar o Projeto de Lei nº 158/2025. O objetivo? Proibir a exibição de símbolos comunistas em locais públicos. Isso mesmo. Simbologia política agora é caso de polícia — ou seria de paródia?
Caso aprovado, o projeto vai vedar manifestações com foice e martelo, fundos vermelhos, bandeiras, panfletos, camisetas, cartazes e até adesivos que “remetam” ao comunismo. Se você gosta de vermelho e tem uma horta, cuidado: usar uma enxada pode ser interpretado como apologia ideológica.
Segundo o vereador, o projeto se justifica porque o comunismo é uma ideologia associada a regimes totalitários, mortes e violações de direitos humanos. Até aí, o argumento poderia ter vindo de um trabalho de ensino médio — com um pouco mais de leitura, talvez até ganhasse nota. Mas ele vai além: afirma haver “doutrinação ideológica” em escolas por meio de símbolos e ideias comunistas. Ou seja, um novo AI-5, só que com PowerPoint.
É curioso como alguns parlamentares se dizem defensores da liberdade, desde que seja a deles. Para o Profeta, liberdade de expressão termina onde começa um cartaz vermelho. E o pluralismo de ideias? Ah, esse que se dane. No fundo, trata-se de uma tentativa de legislar pelo medo e pela desinformação, camuflada de moralismo revisionista.
Enquanto isso, o povo segue esperando por projetos que melhorem a saúde, a educação e a segurança — mas parece que o comunismo imaginário causa mais insônia que o mosquito da dengue.
Como sempre, estamos de olho — e de olhos bem abertos, porque tem gente querendo tapar os nossos com cortina de fumaça ideológica.
🕊️ Viagem institucional ou turismo imprudente em zona de guerra?
Em tempos onde a segurança pública no Brasil — e especialmente em Joinville — clama por estratégias locais, algumas autoridades resolveram buscar soluções bem longe de casa. Literalmente. Uma comitiva de prefeitos, vices, secretários e vereadores brasileiros embarcou para Israel, em missão oficial para participar de um evento internacional sobre segurança.
Entre os presentes, está o Secretário da SEPROT de Joinville, Coronel Riggo, representando a cidade em solo israelense. O problema? A “missão” ganhou contornos de tensão dignos de filme de guerra: enquanto discutiam segurança, Israel e Irã entraram em confronto direto. Resultado? Autoridades brasileiras foram levadas para abrigos antibombas (bunkers), onde agora aguardam o cessar dos ataques para retornar ao país.
A pergunta que fica: era mesmo necessário sair do Brasil para discutir segurança pública justamente em um território que vive um conflito armado constante com a Faixa de Gaza e, agora, escalado com o Irã?
Missões internacionais podem ser valiosas quando bem planejadas e justificadas. Mas o que estamos vendo beira a temeridade institucional. Em vez de investir o tempo e o dinheiro público (ou mesmo privado com apoio estatal) em soluções locais e concretas, preferiu-se embarcar para uma zona de guerra, talvez movidos mais por vaidade política do que por estratégia técnica.
Fica a torcida para que todos retornem em segurança. Mas também fica a lição: nem toda viagem institucional é inteligente. Às vezes, o bom senso vale mais do que o carimbo no passaporte.
🌪️ Extrema-direita em crise: o império do caos começa a ruir
O cenário não anda favorável para os profetas do apocalipse político. De um lado do oceano, Donald Trump enfrenta uma pressão popular crescente nos Estados Unidos — milhares vão às ruas enquanto ele faz ouvidos moucos e segue em seu papel de aspirante a autocrata. E como um bom representante da velha cartilha do “eu posso tudo”, ignora até mesmo o rompimento com o bilionário Elon Musk. Porque quando a sede de poder fala mais alto, nem foguete te tira da órbita do ego.
Do lado de cá, nas terras tupiniquins, Jair Bolsonaro sente o cerco se fechar. A cada depoimento, delação ou revelação, o ex-presidente se aproxima mais do que ele mais teme: uma cela com vista para o próprio erro. O mito, ao que parece, está se desfazendo sob o peso da realidade jurídica.
O que une essas figuras além do populismo de manual? Um desdém pelas instituições, pela ciência, pela imprensa — e, claro, pela democracia. Mas como toda onda, a extrema-direita parece estar quebrando na areia da lucidez social. Sim, ainda há resistência, ainda há quem aplauda o absurdo, mas o script está em ruínas. E o mundo começa a virar a página.
Que essa ressaca ideológica sirva de lição. Porque se é verdade que o extremismo é contagioso, a racionalidade política também pode ser. Que o Brasil aprenda com os próprios erros — e, se possível, não precise repeti-los em escala global.
Estamos de olho — e esperançosos de que o bom senso volte a ser tendência.
🚨 Governar é dividir poder — ou fugir dele?
Mais uma cena constrangedora do teatro político catarinense: o governador Jorginho Mello (PL), acompanhado do prefeito Adriano Silva (NOVO) e do presidente da Alesc, embarcou em mais uma viagem internacional. Até aí, tudo dentro do figurino de quem adora uma foto fora do país. Mas o que chamou atenção — e não pela primeira vez — foi a exclusão deliberada da vice-governadora Mariliza Boehm do protagonismo institucional.
Ao invés de assumir interinamente o comando do Estado, como prevê a lógica republicana, Mariliza foi “gentilmente despachada” para uma viagem internacional, sem necessidade real, apenas para que não houvesse “vácuo de comando” — leia-se: ela não sentasse na cadeira. A pergunta que ecoa nos bastidores é direta e incômoda: qual o verdadeiro motivo dessa fuga de protagonismo feminino?
Será uma desconfiança técnica? Duvido muito. Mariliza é delegada, preparada, articulada. Falta de sintonia política? Pode ser. Medo de sombra? Provável. Ou será, no fundo, misoginia disfarçada de precaução institucional?
É curioso ver como alguns homens no poder defendem “família, fé e força” — até a hora de dividir espaço com uma mulher capaz. Aí, subitamente, surge uma passagem internacional “estrategicamente conveniente”.
Santa Catarina é um estado com histórico de vice-governadores fortes e atuantes. Mariliza não merece ser tratada como um peso diplomático que se envia para longe em tempos de ausência do titular.
Seguimos, estamos de olho — e cada vez mais atentos ao machismo institucional que se esconde sob o verniz da política tradicional.
♟️ O tabuleiro de 2026: peças se movem, egos colidem, e o povo… assiste
O jogo começou. E nem é 2026 ainda.
De um lado, o atual governador Jorginho Mello já veste a faixa como se fosse eterna. Atrai aliados, centraliza o poder e distribui favores como quem reparte doce entre fiéis. De outro, João Rodrigues, o prefeito de Chapecó com ares de gladiador, se posiciona como o principal adversário — e tenta montar sua tropa com nomes de peso e barganhas cirúrgicas.
Jorginho, com a caneta na mão e a máquina no colo, acaba de seduzir o prefeito de Joinville. Em troca da fidelidade, entregou o comando do PL na maior cidade do estado. Um detalhe curioso: dos quatro vereadores do PL em Joinville, dois são oposição ferrenha ao próprio Adriano. Ou seja, se o partido já era um barril de pólvora, agora virou um espetáculo pirotécnico.
Do outro lado do ringue, João Rodrigues aposta alto: chamou ninguém menos que Clésio Salvaro — o “dono do Sul” — para compor a chapa como vice e busca fechar com União Brasil e PP (agora federados). Ainda há resistências pontuais no MDB, mas a articulação avança. O maior desafio? Dominar o eixo litoral de Florianópolis a Joinville, onde reina a instabilidade e o pragmatismo eleitoral.
A disputa promete ser dura, acelerada e cheia de acertos de bastidores. Mas o que ainda não apareceu no jogo — e precisa urgentemente surgir — é um projeto de estado. Até agora, vemos muito movimento, mas pouca proposta. Muito cacique, pouco plano.
O cenário está montado. O tabuleiro começa a esquentar. E nós, como sempre, estamos de olho — porque enquanto eles se engalfinham pelo poder, o povo continua esperando por soluções.
🎭 Exportando Bolsonaros: o reality político agora quer se passar em Santa Catarina
Sim, você não leu errado. Já temos um “Bolsonaro genérico” em Balneário Camboriú, um vereador que atende pelo nome de Jairzinho Bolsonaro. Mas parece que o clone local não foi suficiente. O próprio inelegível-mor, Jair Bolsonaro, quer importar diretamente do Rio de Janeiro seu filho vereador Carlos Bolsonaro para disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina.
É isso mesmo: o “Carluxo”, famoso por se esconder atrás do Twitter e por ser investigado por rachadinhas, quer ser o representante dos catarinenses no Congresso Nacional.
O detalhe tragicômico? Segundo bastidores, o anúncio foi feito pessoalmente à deputada Julia Zanatta (PL), de Criciúma, amiga da família e entusiasta da agenda bolsonarista — e parece que a ideia não caiu muito bem. Há quem diga que ela já começou a flertar com outras siglas.
A pergunta que ecoa entre as dunas, as serras e os corredores da Alesc é direta: até quando Santa Catarina vai aceitar ser puxadinho político de interesses cariocas? Até quando os eleitores vão confundir sobrenome com projeto, bravata com competência, sobrenome com soluções?
Santa Catarina precisa de representantes com identidade própria, comprometidos com o estado — não de candidatos teletransportados de outros territórios em nome de uma dinastia política falida. O “mito” virou miragem, e agora querem empurrar sua sombra para o Senado?
Sinceramente… isso é uma vergonha!
E como sempre, estamos de olho — porque o povo catarinense merece mais do que um reality político com roteiro reciclado.
Uma resposta
Parabéns, adorei os textos…desde a escrita até o conteúdo