Só para comentar
Eu ainda não conheci o Frank, pessoalmente, mas conversamos bastante pelo Whats e eu acho a história dele é, realmente, incrível. Eu poderia escrever essa nota, aqui na coluna, usando termos como: motivação, superação, autoajuda, o que seria até natural, mas não é o caso do Frank. O Frank não é isso. O Frank levou uma “pancada” da vida, levantou, se adaptou, se capacitou, não esperou muito, foi lá e fez. E continua fazendo. Tem postura dos grandes, tem causas, é generoso no trato e traz respostas de vencedor.
O Frank empreende, age rápido, com decisão e dedicação. Agora, ele já é também escritor, é empreendedor social, palestrante e tantos outros Franks que ele decidir ser.
Eu atuei e continuo atuando, como profissional de comunicação e marketing nos ambientes corporativos durante muito tempo, e ao ler os textos em que o Frank narra o que aconteceu com ele, consegui sentir o que foi a sua saída do seu próprio dia a dia. Fiquei comovido. Boa sorte, Frank! Vá lá, autor!
Sobre o lançamento
A literatura infantil está ganhando um reforço com o lançamento de “Histórias do Juca”, um livro escrito simultaneamente em braille e tinta, que pretende aproximar crianças — com e sem deficiência — da realidade das pessoas com deficiência visual.
A obra será apresentada ao público pela primeira vez na Feira do Livro de Joinville, numa sessão de autógrafos, distribuição de exemplares, bate-papo entre o autor e o público sobre inclusão nesta sexta-feira (6), a partir das 19 horas.
Sobre o livro
O livro traz a trajetória de Juca, uma menino artista que conhece um jacaré, um jacaré que nasce e passa a morar em Joinville junto a outros amigos da espécie ainda antes do peíodo da colonização.
O jacaré, aos poucos vai perdendo a visão e na narrativa é tambem a representação de pessoas cegas, que enfrentam desafios como o luto, o isolamento e o processo de reabilitação. o livro transmite uma poderosa mensagem de superação, acolhimento e empatia.
A história é ambientada em Joinville e traz momentos históricos e traços culturais da cidade, tendo o Rio Cachoeira como um símbolo central — uma “cicatriz viva” que representa as transformações do município e da vida.
A proposta de “Histórias do Juca” é estimular o respeito à diversidade e mostrar que, por trás de cada pessoa com deficiência visual, existe uma trajetória rica, muitas vezes invisibilizada pela diferença.
Além disso, ao utilizar duas linguagens — braille e tinta — o livro possibilita uma leitura compartilhada, quebrando barreiras e incentivando a convivência entre crianças com diferentes realidades.
“As crianças são quem menos resistem à mudança. Se ensinarmos desde cedo sobre inclusão, construiremos um futuro com mais respeito e convivência”, destaca o autor. O projeto enfrentou resistências iniciais porpropor um formato inovador, mas foi levado adiante com determinação, tornando-se um exemplo de como a literatura pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social.
Sobre o autor
Frank Duarte tem 50 anos e até os 45 anos enxergava normalmente e trabalhava numa grande empresa de auditoria de Joinville.
Aos 45 anos, em setembro de 2020, ele teve um glaucoma fulminante e perdeu uma vista, em seguida teve COVID-19, foi internado por 20 dias, incubado por cinco e teve mais de 95 por cento do pulmão tomado pela infecção. Nesse processo, perdeu a visão do olho direito por completo. No final do mesmo ano o glaucoma atingiu a outra vista, consegui com mais brevidade fazer a cirurgia e perdi 95 por cento da visão deste outro olho.
Nessa fase ele já era considerado juridicamente cego e enxergando apenas vultos.
Enfrentou a depressivo, se afastou da sociedade e esse período durou aproximadamente dois anos, foi quando minha esposa, meus familiares e muitos amigos me conduziram para reabilitação na associação Joinville de inclusão a Pessoa com deficiência visual.
Lá, rapidamente, aprendeu a usar a bengala, autonomia da vida diária, fazendo comida, arrumando a casa, fazendo a barba.
Ele contou que também aprendeu a usar o celular e o computador e “em menos de seis meses, já eu sentia que a minha vida novamente fazia sentido e sempre que alguém falava que o cego não poderia fazer alguma coisa, eu me metia a fazer para provar a capacidade”.
Usou bicicleta, promoveu uma pedalada com amigos na Estrada Bonita em bicicleta de duas pessoas. Falaram que cego não cozinhava, montou com amigos uma feijoada para 300 pessoas. Falavam que cego não praticava esporte e entraram em um time de Goalball, para reabilitar e, em seguida, competindo.
Frank se ofereceu na instituição para reabilitar pessoas ao mercado de trabalho e como a associação só trabalha com reabilitação para autonomia diária, movimentamos um grupo de pessoas e montamos o instituto visual de inclusão social que foi formado para trazer a pessoa com deficiência de volta para a sociedade e para o emprego formal.
Agora, e ele lança o livro “Histórias do Juca”.
Com “Histórias do Juca”, Frank estreia sua atuação na literatura infantil, sempre com o mesmo propósito: ampliar o debate sobre inclusão, chegando também o público infantil.
Frank já prepara novas aventuras: personagens, como: Frida Madrinha, uma jacaré também deficiente visual, e a Ararinha Azul, símbolo da biodiversidade e da superação, devem protagonizar as próximas histórias.
Quer falar com o autor?
Fone/WhatsApp: 47 9266-4288 (com Artur Duarte)
E-mail: [email protected]
Curta no Insta: @ifd_brasil https://www.instagram.com/ifd_brasil/
Lançamento na 21ª Feira do Livro de Joinville
Quando: 06/06 (junho)
Onde: Av. José Vieira, 315 – América (Edmundo Doubrawa)
Horário: 17 horas