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Cidade mais feliz do Brasil contrasta com casos crescentes de depressão e suicídio

Estudo publicado nesta semana pela prefeitura e repercutido pela imprensa, mostra Joinville como a cidade mais feliz do Brasil, porém há muitas ressalvas.

Redação, Portal Chuville

07 maio 2025

editado em 07 maio 2025

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Foto: Pixabay

Nesta semana circulou pela imprensa um estudo divulgado pela prefeitura de Joinville, onde mostra nossa cidade como a mais feliz do Brasil. Os dados que foram publicados inicialmente pela Revista Bula e inspirados em um índice da ONU (Organização das Nações Unidas), apontam as 50 cidades brasileiras que teriam a felicidade regulada por vários fatores. Porém estes dados contrastam com o crescente aumento de casos de depressão e suicídio, sobretudo aqui mesmo na cidade.

Para chegar ao pomposo nome de “Cidade mais Feliz do Brasil”, a pesquisa levou em consideração diversos índices, como o desenvolvimento humano, educacional, empregatício e de saúde por meio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e CBEM (Consulta de Bem-Estar Municipal).

Porém o que o resultado desta pesquisa não revela é o aumento de casos de depressão e suicídio em níveis nacional, estadual e municipal. Para se ter uma ideia, de acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), órgão vinculado ao governo de Santa Catarina, só no ano passado houve 52 suicídios no estado, somados a 799 tentativas, ou seja, algo não vai bem. Este índice há 10 anos já era preocupante: 39 casos consumados.

Segundo dados da Associação Catarinense de Medicina (ACM), só aqui no estado mais de 800 mil pessoas estão diagnosticadas com depressão e tomam remédio contínuo para controlar os sintomas da doença.

Já o Ministério da Previdência Social aponta que mais de 33 mil catarinenses estão afastados dos seus trabalhos, sendo a maior parte por quadros de depressão e ansiedade. O tempo médio de afastamento é de três meses, com prejuízos financeiros e humanos incalculáveis. Em termos comparativos, Joinville é a maior cidade do estado e também a que mais emprega.

Não há dados oficiais exclusivos de Joinville, mas segundo relatos de muitos pacientes que precisam de acompanhamento em um dos CAPS da cidade (Centros de Atenção Psicossocial), não há vagas para todos devido à alta e crescente demanda. No caso de uma moradora, que não quis se identificar, foi preciso pagar consulta particular para continuar o tratamento com remédios para sua depressão. Nas Unidades Básicas de Saúde da Família, há apenas 19 psicólogos para atender uma população de mais de 600 mil habitantes.

Por vários fatores as famílias têm convivido cada vez mais com transtornos e doenças mentais, tais como Bornout (estresse crônico), crises de ansiedade, de pânico, além da depressão e autismo, transtorno que também vem crescendo nos últimos anos. O uso de medicamentos como Fluoxetina, Sertralina e Escitalopram também cresce, bem como seus efeitos colaterais.

É preciso contextualizar também que Joinville construiu, ao longo dos anos, estrutura para abrigar opções de lazer e possíveis “fontes de felicidade”, como a Escola do Teatro Bolshoi, constituída no começo dos anos 2000 – hoje uma dos maiores sonhos de consumo por jovens bailarinos de todo o Brasil. O próprio Festival de Dança de Joinville, que há mais de 40 anos encanta o público do mundo todo, além da ampliação de serviços educacionais, de cultura e de serviços, consolidadas entre os anos 90 e 2000.

Onde encontrar apoio

Além da rede de atenção primária, nos Postos de Saúde (UBSF’s), há quatro unidades de CAPS, sendo CAPS II, voltado ao atendimento a transtornos mentais, CAPS III, destinado também ao atendimento durante a noite, o CAPS Infantojuvenil e o CAPS AD, ambos especializados em atendimento para casos com álcool e drogas. Há ainda o SOIS (Serviço Organizado de Inclusão Social), com equipe especializada para atendimentos do gênero.

Além disso, o CVV (Centro de Valorização da Vida) atende 24h pelo telefone, ajudando a salvar vidas, ouvindo a quem precisa. Ligue 188 gratuitamente.

Uma resposta

  1. Outro fator que tem me chamado a atenção é o número de falecimento de recém nascidos e bebês até 1 ano. Talvez seja aceitável, mas não encontrei estatísticas atualizadas a esse respeito, na cidade de Joinville. O obituário é que traz informações, porém não tem dados acumulados ou comparativos.

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