De olho, sempre. Até quando descansamos
Depois de uma semana de folga — merecida, diga-se — para recarregar as energias e colocar as ideias nos eixos, estamos de volta. E mais atentos do que nunca.
A partir desta edição, você vai notar um ajuste no tom dos nossos comentários. Vamos manter a firmeza e o compromisso com a crítica responsável, mas agora com uma dose maior de equilíbrio. Afinal, cobrar com seriedade também exige maturidade na linguagem.
Mas atenção: mudança de tom não significa alívio na cobrança. Seguimos de olho — nos bastidores, nos discursos, nos acordos de gabinete e, principalmente, na vida real da população que carrega esse país nas costas. Seguimos atentos a quem fala bonito, mas age feio.
Porque quem descansa, volta com mais fôlego. E com mais vontade de mostrar o que muita gente ainda tenta esconder.
Vereador pernambucano visita Zequinha e aplaude somente a prefeitura
O vereador de Recife (PE), Eduardo Moura, colega de partido do prefeito Adriano Silva (NOVO), esteve em Joinville e visitou as recentes reformas no Hospital São José. Em suas redes sociais, postou vídeo mostrando pintura, corredores e até equipamentos que, segundo ele, não são oferecidos lá.
Até aí tudo bem, o problema foi quando ele começou a politizar o discurso, dizendo que o Zequinha é mantido pela prefeitura e que mais de R$ 300 milhões por ano são investidos. Só que a assessoria de imprensa do Adriano Silva esqueceu de avisar ao nobre vereador pernambucano de que quem paga a conta do São José é o governo federal, estadual e municipal. Ou seja, a prefeitura de Joinville vive com o pires na mão porque jamais daria conta sozinha.
É como sempre falamos aqui: de NOVO (partido) só tem nome, mas a prática continua sendo da velha e mal falada política da informação maquiada.
Vereadora desmente prefeito sobre casas aos moradores de rua
O assunto polêmico da semana foi a portaria do governo federal, estipulando regras que destinam até 3% do total de moradias do programa Minha Casa Minha Vida a pessoas em situação de rua. O prefeito Adriano Silva já foi para sua rede social alimentar sua base eleitoral, mostrando-se contra esta medida, colocando as pessoas em situação de rua como dependentes químicos e que precisariam primeiro de ajuda psicológica e de saúde antes de serem contemplados com moradias.
A vereadora Vanessa da Rosa (PT), por sua vez, postou um vídeo rebatendo o prefeito, dizendo que em nenhum momento a portaria do governo federal disse que pessoas com dependência química seriam beneficiadas pelo programa. E que as casas do Minha Casa Minha Vida serão destinadas levando em conta vários critérios estabelecidos em conjunto aos municípios, entre eles mulheres chefes de família como grupos prioritários.
“Acho que o senhor não leu direitinho as regras do Programa Minha Casa Minha Vida, prefeito, foi mal!”, disse Vanessa em seu vídeo.
INSS: o rombo, a má gestão e a conta que sobra pra sociedade
Um escândalo bilionário sacudiu o INSS nesta semana, revelando o tamanho da fragilidade nos controles internos da autarquia responsável por um dos maiores orçamentos públicos do país. Segundo a Polícia Federal, uma quadrilha atuava desde 2019 aplicando golpes milionários com aposentadorias e benefícios fraudulentos. E só agora, em 2024, o esquema foi devidamente escancarado.
Diante da gravidade do caso, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido. A decisão do governo federal veio após a constatação de falhas graves na gestão e na fiscalização interna do órgão, que já vinha sendo alvo de críticas por atrasos, burocracia e lentidão no atendimento à população.
O mais preocupante é que essa operação não é só um capítulo isolado de corrupção: é um sintoma de um sistema adoecido. A estrutura do INSS, marcada por décadas de sucateamento e aparelhamento político, tornou-se terreno fértil para irregularidades desse porte.
E antes que tentem dizer que isso é coisa “do governo atual”, vale lembrar que o esquema começou lá atrás, em 2019, durante a gestão Bolsonaro — e só veio à tona agora porque a Polícia Federal, finalmente com autonomia, está fazendo o dever de casa.
Enquanto isso, a conta da corrupção e da má gestão continua caindo no colo do contribuinte — aquele que madruga nas filas e espera meses por uma resposta.
Estamos de olho — e esperamos que, desta vez, não fique só na troca de nomes.
O túnel da paciência
O governador Jorginho Mello (PL), aquele que só falta usar um capacete pra parecer engenheiro de rodovia, foi até Brasília se encontrar com o ministro dos Transportes, Renan Filho, pra falar sobre o famigerado Morro dos Cavalos, aquele mesmo da BR-101 que todo mundo conhece pelo nome e pelos acidentes.
A proposta? Construir um túnel de R$ 1 bilhão. Mas tem um detalhe: não tem dinheiro. O governo federal não tem recursos disponíveis pra isso e a solução apresentada é empurrar a conta pra concessionária Arteris Litoral Sul, em troca de mais tempo de concessão da estrada. Isso mesmo: a empresa faz a obra, mas em troca continua cobrando pedágio até 2048. Um clássico: “você finge que constrói e eu finjo que fiscalizo”.
A Arteris, claro, adorou a ideia. Afinal, mais prazo significa mais lucro, com ou sem túnel. E enquanto isso, o povo continua arriscando a vida num trecho onde o asfalto se encontra com o barranco — e o barranco sempre vence.
Mas fica o registro: a foto do encontro saiu, o discurso foi feito, a promessa lançada ao vento. E o túnel? Bem, por enquanto continua apenas escavado na paciência dos catarinenses.
Estamos de olho. E de freio puxado no Morro dos Cavalos.
Fusões e federações: estratégia ou sobrevivência política?
Nos bastidores da política nacional, os movimentos de reorganização partidária ganharam força. Recentemente, o PSDB e o Podemos anunciaram sua fusão, criando o que chamaram de Federação Social Cristã. O objetivo é claro: unir forças para manter relevância no Congresso e enfrentar o desafio das cláusulas de desempenho eleitoral.
O PSDB, que já foi protagonista na política brasileira, tenta se reinventar após anos de desgaste e perda de espaço. Já o Podemos, com presença mais pulverizada, vê na fusão uma forma de ganhar musculatura institucional e melhorar seu desempenho nas urnas em 2026.
No mesmo compasso, União Brasil e PP negociam a criação de uma federação. Com pautas próximas e forte presença no Centrão, os dois partidos buscam consolidar uma bancada robusta e ampliar o tempo de televisão, acesso ao fundo partidário e força nas disputas eleitorais que vem pela frente.
Esses movimentos mostram como a lógica da sobrevivência política continua sendo determinante. Em vez de programas ou projetos comuns, o que une essas legendas são cálculos estratégicos e a busca por estabilidade em um sistema eleitoral cada vez mais exigente.
Resta saber se essas uniões renderão frutos para a sociedade ou apenas garantirão fôlego para as siglas no jogo político tradicional.
Estamos de olho — e atentos ao que essas fusões trarão além dos números.
Deputado Fernando Krelling mostrando trabalho
Após visita ao Cedup, Fernando Krelling (MDB) articula melhorias para instituição junto à Secretaria do Estado da Educação. As demandas de melhorias e investimentos do Governo do Estado no Cedup (Centro Interescolar de Segundo Grau Dario Geraldo Salles), de Joinville, foram repassadas pelo deputado estadual Fernando Krelling, vice-presidente da Alesc (Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina) na tarde desta terça-feira (29), à SED (Secretaria do Estado da Educação). A reunião na Capital foi com a chefe de gabinete Kércia Menegaz e com a diretora de ensino da SED, Kênia Scarduelli.
Conforme o deputado Fernando Krelling, desde 2019 ele tem trabalhado para a ampliação de cursos e vagas no Cedup Dario Salles, que fica na zona Sul de Joinville. Além disso, é preciso de mais investimentos na parte técnica, tecnológica e estrutural da unidade. “Os profissionais do Cedup fazem um trabalho exemplar e de muita qualidade na formação de nossos jovens, qualificando e os preparando para o mercado de trabalho. Isto é muito importante para o desenvolvimento destas pessoas, da cidade, e de nossas empresas. Por isso, a necessidade de mais investimentos nesta sólida instituição”, defendeu o deputado Fernando Krelling.
Após a reunião na SED, já na Sessão Ordinária da Alesc, o deputado Fernando Krelling usou a tribuna da Casa do Poder Legislativo para expressar a importância dos investimentos no ensino profissionalizante em Santa Catarina. Falou do Cedup e de outra importante instituição de ensino de Joinville, a Escola Técnica Tupy que há 66 anos atua na formação dos jovens.
