Três acusados de participação em uma chacina ocorrida em Joinville foram condenados nesta quarta-feira (16) a penas que somam mais de 350 anos de prisão. Os crimes aconteceram em 8 de janeiro de 2023, quando sete pessoas foram assassinadas e outras três sobreviveram a uma tentativa de homicídio. O motivo seria uma suspeita, por parte dos réus, de que as vítimas integravam uma facção criminosa rival.
O julgamento durou dois dias no Tribunal do Júri. Os condenados foram:
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Charles Willian Rodrigues Delfes, condenado a 87 anos, seis meses e três dias de reclusão;
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Jackson José da Silva, a 127 anos e 14 dias de reclusão, mais 10 meses e 22 dias de detenção e 120 dias-multa, no valor de R$ 5.280;
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Márcio Delfino da Rosa, a 137 anos, três meses e 18 dias de reclusão, além de um ano de detenção e 124 dias-multa (R$ 5.456).
Um quarto acusado julgado na mesma sessão foi absolvido. Outros cinco réus envolvidos no caso serão julgados em julho.
As condenações também incluem crimes de sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, dano qualificado, participação em organização criminosa e outros delitos conexos. Como os três estavam presos preventivamente e o STF reconhece a soberania dos veredictos do Júri, eles não poderão recorrer em liberdade.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os crimes ocorreram após um desentendimento em um bar, onde uma das vítimas teria feito um gesto interpretado como sinal de pertencimento a uma facção rival. Horas depois, criminosos invadiram a residência onde as vítimas estavam, no bairro Morro do Meio, e iniciaram o sequestro e os assassinatos.
Os corpos de seis vítimas foram encontrados carbonizados dentro de um carro na Estrada Serrinha, no bairro Vila Nova. O corpo de uma sétima vítima foi ocultado em uma plantação de pupunha. Três sobreviventes escaparam após o carro em que estavam ser abandonado por problemas mecânicos.
A promotora Júlia Wendhausen Cavallazzi, que atuou no caso, destacou a importância da decisão:
“A sociedade joinvilense deu uma resposta à altura da brutalidade dos crimes cometidos. Espero que essa resposta dê algum conforto aos familiares e às vítimas sobreviventes, todos trabalhadores do Paraná que vieram ao nosso estado com o único propósito de trabalhar honestamente”.