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OPINIÃO: O cinismo de Armínio Fraga pretende eternizar o Mito de Sísifo ao país

Por Carlos Castro - Jornalista

Redação, Portal Chuville

14 abril 2025

editado em 14 abril 2025

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Opinião por:
Carlos Castro - Jornalista

A desfaçatez do “sacrossanto” mercado não tem limites. O baronato rentista da Faria Lima não pode correr o risco de ficar sem tomar sua CHAMPAGNE “Goût de Diamants” de US$ 1,8 milhão de dólares a garrafa. Para isso, o orçamento da União precisa garantir a qualquer custo, a sangria do pagamento dos juros da dívida. O alvo da vez é o exuberante salário mínimo de R$ 1.518,00 que não pode mais receber aumento real. Em 2024, o Brasil destinou aos cofres do rentismo, em torno de DOIS TRILHÕES e QUINHENTOS BILHÕES de reais, o equivalente a 50% do orçamento.

Caro leitor, você não vai ver essa informação circular na imprensa burguesa com todas as consequências nefastas que provoca à economia e ao povo pobre do país. Quantos investimentos poderiam ser feitos para dar mais dignidade a milhões de brasileiros com essa incalculável fortuna oriunda da riqueza produzida socialmente, porém, apropriada por meia dúzia de rentistas?

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central de FHC, um oráculo do NEOLIBERALISMO brasileiro, declarou no painel Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros de Harvard e do MIT nos EUA, que os gastos públicos do país estão “totalmente descontrolados” e como solução, é preciso congelar o salário mínimo sem aumento acima da inflação por seis anos. Segundo ele, outro fator é a folha de pagamento do estado que “precisa passar por uma reforma radical”.

O cerne do argumento é o encarecimento do crédito na economia devido a taxa de juros da Selic. O Brasil paga para rolar sua dívida o indicador anual da inflação mais 7%. Em 2024, o rentismo levou a bagatela de R$ 988 bilhões só para a rolagem. Roberto Campos Neto deixou a bomba armada no Banco Central para aumentos contínuos na taxa de juros e ai de Gabriel Galípolo se tentar desmontar a bomba, baixando os juros. De subsídios e desonerações, os gastos públicos atingem mais de R$ 600 bilhões. Mas o problema é o aumento real do salário mínimo. É pakabá.

Há algo de muito errado no reino do Brasil. Hamlet ficaria boquiaberto com tamanha alienação. Em pesquisa recente do Datafolha, 20%, portanto em torno de 40 milhões de brasileiros, são contra taxar milionários para garantir a liberação do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mês. O projeto afeta 142 mil super ricos e ajuda a beneficiar 20 milhões de pobres e classe média baixa. Esse porcentual de alienados referenda propostas políticas estapafúrdias como a feita hoje por Armínio Fraga.

Lula se elegeu com a promessa de incluir o pobre no orçamento e de eliminar o IR para quem ganha até R$ 5 mil mês, promessa também feita por Bolsonaro, mas como bem lembrou Paulo Guedes, para garantir essa medida, o governo teria que mexer no intocável andar de cima. Lula e Haddad não pensaram duas vezes e o Projeto de Lei 1087/25 já tramita na Câmara dos Deputados. Mas a burguesia rentista e seus asseclas, essa elite do atraso, ausente de qualquer espírito humanista, prefere marginalizar e humilhar o povo de seu país, impedindo que tenham aumentos salarias em torno de R$ 100,00 por ano, valor que não paga uma taça de cristal para tomar seu Champagne. Também não aceitam abrir mão de nenhum quinhão de sua fortuna para benefício social.

A mitologia grega nos apresenta o Mito de Sísifo, o Rei condenado a empurrar uma imensa rocha acima da montanha só para vê-la rolar de novo para baixo, repetindo esta tarefa inútil pela eternidade. O Brasil se assemelha a esse mito de existência absurda e desumana quando um governo com compromisso social como o de Lula 1, 2 e 3, assim como Dilma 1 e 2, é derrotado, primeiro por um golpe, depois por um projeto de morte que afundou todas as bases e indicadores econômicos do país, conquistados pelos governos de Lula e Dilma.

Será que o Sísifo Brasil vai continuar nesse sobe e desce da montanha? Será que o nível de alienação de uma parte do povo brasileiro vai derrotar toda a recuperação econômica e social que Lula tem possibilitado ao país? Vamos ter que aceitar os absurdos, resistir ao desespero e nos reinventar na essência sobre como viver nesse panteão de “divindades” burguesas, ditando as regras de exploração conforme seus interesses, ignorando os pobres mortais? Até quando?

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