A semana começou quente na Câmara de Vereadores de Joinville. O vereador Wilian Tonezi (PL) foi denunciado por quebra de decoro parlamentar durante a sessão ordinária desta segunda-feira (24). A vereadora Vanessa da Rosa (PT) protocolou a denúncia junto ao Conselho de Ética da Casa, obrigando a leitura de 22 páginas de relato e justificativa. Em seguida foi a vez da defesa dos vereadores e posterior votação. Ao todo dez votos a favor, dois contrários e quatro abstenções. Agora o Conselho irá seguir o processo, podendo até em último caso, cassar o mandato do vereador Tonezi.
A denúncia é pautada no que diz a Lei nº 14.192/2021, definida pelo Regimento Interno e Código de Ética e Decoro Parlamentar, os quais tipificam sanções contra determinados comportamentos, entre eles a violência de gênero e desrepeito.
Entenda o caso
Durante as atividades legislativas nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro, Wilian Tonezi cometeu uma série de agressões verbais contra colegas vereadoras de diferentes partidos em diferentes contextos. Além de ataques falaciosos ao movimento feminista — ao qual chamou de “sanguinário” e “assassino” — e de difamação sobre a atuação das vereadoras, Tonezi chegou a mandar, aos gritos, uma colega se calar durante reunião da Comissão de Urbanismo.
No dia 24 de fevereiro, três parlamentares (Vanessa da Rosa, do PT; Liliane da Frada, do Podemos; e Henrique Deckmann, do MDB) usaram o tempo na tribuna para celebrar os 93 anos da conquista do voto feminino no Brasil e a participação da mulher na política. Foi o estopim para uma onda de ataques de Tonezi às mulheres do parlamento local. Na mesma sessão, ele afirmou que, sempre que houver na câmara algum discurso feminista, ele irá “expor as feministas e o que elas defendem”. A afirmação mostra que as ações não se tratam de ocorrências isoladas ou fruto de descontrole momentâneo, mas de um comportamento planejado, estratégico e deliberado com o propósito de deslegitimar as atuações que envolvem pautas feministas e de igualdade de gênero.
O comportamento chamado misógino se repetiu, com ainda mais veemência, no dia seguinte, 25 de fevereiro, quando Tonezi mandou uma colega da Comissão de Urbanismo se calar aos gritos. Primeiro ele a acusou de fazer uma “palhaçada”, o que provocou uma resposta natural da vereadora, e, logo em seguida, começou a gritar e tentar silenciá-la de maneira hostil, repetindo por três vezes: “Eu tô falando, a senhora fique quieta!”, “Eu tô falando, a senhora fique quieta!”, “Eu tô falando, a senhora fique quieta!”.
“O senhor está errando no tom”, disse o vereador Lucas Souza
Um dos vereadores que subiram à tribuna para defender o voto favorável à denúncia da vereadora Vanessa da Rosa foi Lucas Souza (Republicanos). Ele ressaltou que Tonezi é um dos mais preparados na atual legislatura, muito atuante, porém “erra no tom” em desrespeito aos colegas. “Ninguém aqui está querendo mudar o seu pensamento, mas é inegável que temos percebido um desrespeito aos colegas vereadores, o senhor está errando no tom”, disse.
Opinião parecida seguiram os vereadores Alisson e Erico Vinicius (ambos do Novo), além das vereadoras citadas na denúncia: Liliana da Frada (Podemos), Vanessa Falk (Novo) e Tania Larson (UB).
Em sua defesa, Tonezi argumentou perseguição, enaltecendo Michele Bolsonaro como mulher e citando trechos do livro da deputada Ana Campagnolo (PL), o qual mostra ideais contrários ao feminismo.
Respostas de 3
Esses red pill…
Fato é. Quando há um Representante legitimo, que defende os munícipes, que expressa as verdades, que foi o mais votado dado,o número de pautas que fazem a diferença para a melhoria da população, e não aos poucos alinhados ao Prefeito, realmente incomoda. Isso é mais um episódio da série, Perseguir o bom e deixar os maus governarem. Não muda muito da legislatura Federal, seguem o rito certinho.
Totalmente descontrolado e esterico esse tonezi