Quem admira a cultura brasileira, em especial o samba, já pode marcar na agenda a data de apresentação do primeiro álbum autoral do cantor e compositor Fio José. Depois de dez meses de produção, a primeira apresentação de “Fio José – Batuques da Cidade”, vai ocorrer dia 16 de março, a partir das 10h, num local que tem a cara da cultura negra em Joinville, a casa do seu Olívio Cristino, na comunidade quilombola do Ribeirão do Cubatão.
A abertura do show de apresentação será com a amiga e cantora Noemy Santos. Depois do lançamento, o álbum poderá ser encontrado nos principais streamings de música.
O álbum tem nove faixas e é um retrato do trabalho do cantor em favor da divulgação e reconhecimento da música influenciada pelos batuques e rodas de samba praticados pelos afro-brasileiros.
Querido e reconhecido na noite joinvilense pelas rodas de samba e chorinho – quando se apresenta dia sim, outro também, além de São Francisco e Itapoá -, o músico e compositor vinha se preparando há três anos para o “salto” na carreira.
“Esse trabalho representa um ato de fortalecimento da cultura negra e disseminação da tradição do samba que aprendi e aprendo até hoje”, conta José Francisco Irineu, nascido em Santo André (SP), mas que escolheu Joinville para morar desde os 30 anos.
Fio José conta que a música chegou muito cedo à sua vida. Em casa, ouvia a mãe cantarolar; o pai, o levava para ouvir o tio Anízio tocar; e ainda tinha primos, da dupla Havaí e Alvorada, que faziam parte de bandas de sertanejo e se apresentavam em Santo André (SP). Mas a porta de entrada para o universo ocorreu aos 17 anos, quando Fio José adotou o cavaquinho como o instrumento para dar vazão à veia artística.
E logo vieram as composições, à princípio de modo esporádico, até o processo de criação amadurecer e culminar nesse primeiro álbum. Num breve retrospecto, ele identifica nomes do samba raiz e cultura negra como suas principais influências. Nessa lista estão os nomes de João Nogueira, Wilson das Neves, Fundo de Quintal, Moacyr Luz (este, ganhou uma faixa especial no álbum, “As Guias de Um Moa”, escrita em parceria com João Silva), Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e Roberto Ribeiro. “Com o passar do tempo, fui conhecendo mais e mais compositores e me aproximando das suas obras”, conta.
Para ouvir e cantar – Das nove “faixas” do álbum, Fio José assina sozinho cinco (Sonhando com João Nogueira, Encontro com a Velha Guarda, Meu Abrigo, Quimbundo e Receita de Samba); com Serginho Almeida, compôs “As Benzedeiras” e, com João Silva, “Guias de Um Moa”. Ele grava, ainda, “Tributo a Nelson Cavaquinho”, de Dayse Puget, e “Mãe Rezadeira”, de João Silva.
Outros nomes relevantes da música regional também têm a digital na obra. A produção e direção musical do álbum é de Ana Paula da Silva, além da participação dos instrumentistas Gustavo Moro (Violão 6 e 7 cordas), Caio Murilo (cavaquinho), Ricardo Salmazo (pandeiro, tamborim, ganzá e coro), Rossano Lopes (surdo e tantan), Luiz Rolim (percussão geral), Matheus Carvalho (coro), Jay de Oyá (coro), Clayton Rodrigues (flauta transversal), Otávio Augusto (clarinete), Jader Alves (trombone), Ana Paula da Silva (violão 6 cordas em uma das faixas) com arranjos de Gustavo Moro e Daniel Migliavacca.
A gravação do álbum autoral é viabilizada com recursos do Fundo Municipal do SIMDEC Joinville, o Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura, edição 2022, promovido pela Prefeitura de Joinville por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult).
Serviço
O quê: Lançamento do álbum “Fio José – Batuques da Cidade”
Participação especial: Noemy Santos
Data: 16 de março, a partir das 10h30
Local: Estrada Maximiliano Leopoldino, s\n (próximo ao CTG Chaparral)
É de graça.
Ficha técnica:
Fio José (voz)
Gustavo Moro (violão 6 e 7 cordas, e arranjos)
Caio Murilo (cavaquinho)
Ricardo Salmazo (pandeiro, tamborim e ganzá)
Rossano Lopes (surdo e tantan)
Luís Rolim (percussão geral)
Clayton Rodrigues (flauta transversal)
Otávio Augusto (clarinete)
Jader Alves (trombone)
Matheus Carvalho, Jay de Oyá e Ricardo Salmazo (coro)
Ana Paula da Silva (produção e direção musical)
Stéfanos Pinkuss (engenheiro de gravação, mixador e masterizador)
Gravado, editado, mixado e masterizado no estúdio Aroeira em Curitiba (PR)
E, então, vamos? Deu vontadade, né?
Vai ser show!
Com texto da jornalista Loreni Franck
Foto: Mauro Arthur Schlick
