Ney Latorraca morreu às 6h22, da quinta-feira, 26 de dezembro de 2024, aos 80 anos, no Rio de Janeiro, devido a uma sepse pulmonar em decorrência do agravamento de um câncer na próstata, descoberto em 2019, que chegou à remissão, mas voltou a sem manifestar em agosto desse ano por metástase.
Eu sempre achei o Ney Latorraca, pelo que acompanhamos pelas entrevistas na TV, revistas e jornais, um cara inteligente, de humor irônico e refinado e sempre muito alegre, tanto que é fácil de lembrar dele sorrindo e soltando uma boa gargalhada ao comentar algum assunto.
Numa dessas entrevistas, falando sobre a profissão, ele disse: – “É como se fosse uma religião, é uma entrega total, eu sou feliz assim, desse jeito.”
Ney nasceu em Santos, atuou pela primeira vez aos seis anos numa radionovela da Record, estreou no palco aos 20, com o clássico “Pluft, o Fantasminha”, de Maria Clara Machado. Fez TV, teatro e cinema. Ficou 11 anos em cartaz com a peça “O Mistério de Irma Vap”, com Marco Nanini e direção da Marilia Pera, lembra?
Passou pela TV Tupi, Record, Cultura e estreou na Globo, em 75. Das novelas e séries, lembro mais rapidamente de Estúpido Cupido, da inesquecível Vamp, no papel de Vlad, um vampiro debochado e que encantou o Brasil, e o Barbosa, na TV Pirata, um clássico do humor na TV brasileira mais para o final dos anos 80, início dos 90.
Na quinta, enquanto a notícia da morte dele se espalhava pelo Brasil, pedi para a Fernanda Moreira, diretora da Studio Escola de Atores, comentar sobre o legado de Ney Latorraca e ela disse: – “Ney Latorraca trouxe a versatilidade, a pluralidade para o ator, transitou bem entre o universo audiovisual e os palcos e sempre achei isso inspirador. Ele é de uma geração poderosa de atores que o Brasil pode conhecer cada vez mais.”
“Ney também deixa o legado a novos atores e atrizes de que é preciso levar consideração que atuar é uma profissão, que você precisa se construir no ofício . Não é algo que se constrói da noite pro dia”, concluiu Fernanda,
No cinema, o ator atuou em “O Beijo no Asfalto”, lançado em 1981, inspirado em obra de Nelson Rodrigues e direção de Bruno Barreto, quando protagonizou um dos primeiros beijos gays do cinema brasil, contracenando com Tarcísio Meira.
Um dia de homenagens ao ator Nei Latorraca. Uma vida de de extrema dedicação à profissão. Uma atuação e jeito de ser que ficarão para a história das artes no Brasil.
Separei alguns outros links para você ler:
Velório nesta sexta
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/rj/velorio-de-ney-latorraca-sera-nesta-sexta-feira-no-theatro-municipal-no-rj/
Sobre a carreira
https://www.uol.com.br/splash/noticias/2024/12/26/morre-ney-latorraca.htm
Testamento para instituições sociais
https://rollingstone.com.br/noticia/a-impressionante-doacao-de-ney-latorraca-apos-sua-morte-esta-no-testamento/