As chuvas que caem desde quinta-feira à noite sobre Joinville já causaram prejuízos para muita gente, sobretudo aos trabalhadores que fazem acontecer as atrações de natal nas praças centrais (Bandeira e Dario Salles). Logo pela manhã de sábado (7) a enchente tomou conta de brinquedos, casinhas e espaços natalinos que encantaram o público na abertura do natal, no último dia 24. E a conta do prejuízo tornou-se uma verdadeira batata quente que está passando de mão em mão.
Alguns vendedores ambulantes procuraram o Chuville Notícias para reclamar de novos impasses envolvendo a categoria e o Instituto Natal Joinville. Não é a primeira vez que o Instituto envolve-se em polêmicas com os ambulantes. No ano passado o Chuville Notícias chegou a publicar reportagens contando situações que foram desde a cobrança por prestação de contas do INJ até proibição de atuação de ambulantes por falta de regularização.
“A chuva deste fim de semana foi a gota d’água, porque estamos sendo prejudicados há muito tempo. Basta chover três pingos e os brinquedos já não funcionam, isso quando não tem gente suficiente pra operar os brinquedos. Já vi muita gente chegar pra brincar na roda gigante e ela estar até desligada e isso decepciona as pessoas e impacta nas nossas vendas também”, conta um dos ambulantes, que preferiu não se identificar.
Ele reclama que já é o terceiro dia que não está trabalhando e, assim como seus colegas, quer saber como recuperar o prejuízo. Cada ambulante assinou contrato com o Instituto Natal Joinville no valor de R$ 1.198,00 dividido em seis parcelas.
Contrato foi assinado diretamente com o INJ
Os vendedores ambulantes assinaram, em novembro, um contrato de sete páginas com o Instituto Natal Joinville, o qual o Chuville Notícias teve acesso. Nele é possível ver que existem cinco cláusulas que falam das obrigações do INJ (Cedente), sendo que duas delas se misturam com as obrigações dos chamados Cessionários. Nenhuma delas versa sobre garantias aos ambulantes em caso de algum infortúnio.
Já as obrigações dos ambulantes somam 15 cláusulas e nenhuma delas cita a AVAJO (Associação dos Vendedores Ambulantes de Joinville). A AVAJO foi criada neste ano como uma ferramenta de melhoria, já que muitos problemas ocorreram na edição do ano passado. A Associação seria a responsável pela inscrição, gestão, curadoria e fiscalização dos ambulantes na edição deste ano.
O que diz o Instituto Natal Joinville
Em resposta a esta reportagem, o presidente do INJ, Ozei Luiz da Silva, disse que desconhece os problemas na roda gigante e outros brinquedos reclamados pelos ambulantes. “Com exceção dos dias de chuva, quando não operam por questões de segurança, os brinquedos tiveram funcionamento normal das 17h às 23h, salientado que existe um intervalo diário de 30 minutos para manutenção preventiva”, lembrou.
Em relação aos prejuízos, Ozei lamentou o ocorrido, mas disse que os ambulantes prejudicados devem procurar a AVAJO, que tem a curadoria da categoria. Após isso, serão analisados os encaminhamentos possíveis.
Alguns feirantes, como os artesãos da tradicional Feira Natal Feito à Mão relataram ao Chuville Notícias que o Instituto Natal Joinville encaminhou um link para que os feirantes pudessem relatar seus prejuízos. Já os ambulantes reclamam que não tiveram o mesmo tratamento.
“Nesta terça-feira, às 16h, vai ter uma reunião onde eles vão oferecer um desconto pelas despesas que tivemos. Não aceitamos isso!”, reclamou outro ambulante.
O presidente da AVAJO, Jhonatan Figueroa foi procurado, mas até o fechamento desta reportagem não foi localizado. O espaço segue aberto para um posicionamento.
Em suas redes sociais, o produtor de orgânicos Otanir Mattiola chegou a criticar a escolha do local das atividades natalinas de Joinville: um local que todos sabem que é alagável.
Uma resposta
Empreender é assumir riscos. Se chove, o prejuízo é de cada um. Falta responsabilidade. Se não estava bom ano passado, bastava não participar neste ano.