Funcionários e o sindicato novamente relataram nesta terça-feira, 23/07, que a UPA Sul convive com a falta de diversos materiais utilizados no dia a dia no atendimento aos pacientes. De produtos de limpeza a cateteres, os materiais não são entregues ou estão com baixa quantidade em estoque.
Entre os relatos, está o caso da falta de Abocath 24 (conhecido como cateter), utilizado na pediatria. Servidores relataram a falta do material. Quando solicitado empréstimos com as PAs Norte e Leste, ouvem que também não há disponível.
“Estamos nos virando nos 30. Não sabemos se a coordenação pediu que os médicos não prescrevessem soro intramuscular por falta destes cateteres”, relata um funcionário que não quis ser identificado.
A clorexidina, utilizada para assepsia da pele em pequenas cirurgias e sondagem em controle de urina, também é outro dos produtos em falta.
“Há mais de um ano estamos sem esparadrapo. Utilizamos apenas o micropore, porque não há outro para fixar o soro e a medicação”, continua o relato do funcionário.
Outro caso que chama a atenção é a indisponibilidade de luvas em determinados tamanhos. Luvas de procedimento tamanhos P, PP e M são substituídas por G.
Há pessoas que possuem alergia ao talco bioabsorvível que vem nas luvas; desta forma, há a necessidade de luvas especiais. Estes itens também não estão disponíveis na unidade.
Produtos de limpeza também são citados. Os servidores relatam que funcionários da zeladoria diluem o detergente na água para economizar e não faltar.
O hipoclorito também está em falta. Este caso já foi citado em reportagem do Chuville no dia 12/06.
Além dos materiais, a UPA tem problema na recepção com a terceirização dos funcionários daquele setor. Servidores relatam que dificilmente a empresa contratada consegue colocar uma equipe completa para atender a população. Quando isso não acontece, os enfermeiros são deslocados para a recepção para evitar maiores impactos e transtornos.
Prefeitura culpa Anvisa pelo atraso de alguns materiais
Durante a terça-feira, chegaram pequenas quantidades de catéteres 22 e 24, embalados em sacos plásticos para uso até a chegada do material em definitivo.
A Prefeitura alega que o atraso para a compra dos catéteres ocorreu devido a uma medida cautelar da Anvisa contra o fabricante Medix. Com isso, foi realizada uma compra emergencial, dispensando a licitação.
A Anvisa publicou no Diário Oficial da União a medida cautelar no dia 11 de março de 2024. Em 08 de maio, a prefeitura sinalizou a resolução em seu site. Quatro meses depois, os materiais ainda não foram completamente substituídos.
Sobre os esparadrapos, a entrega deve ocorrer nos próximos dias. Para a questão das luvas, há um processo logístico em andamento para a entrega.
Ainda segundo o poder público, quando ocorrer restrição de estoque, os itens devem ser distribuídos em menor quantidade para não “impactar” o abastecimento em todas as unidades.
Sindicato cobra ações
Nesta quarta, 24/07, representantes do sindicato tiveram reuniões com a Central de Abastecimento de Materiais e Equipamentos (CAME) para debater a falta de materiais nas unidades de saúde.
Os representantes da prefeitura alegaram que houve problemas durante a transição da gestão da logística de entregas para a empresa terceirizada e que estão tendo dificuldades com alguns fornecedores.
Os dirigentes seguem acompanhando o caso.
Respostas de 2
Surreal o que está acontecendo com a saúde em Joinville!! NUNCA ASSISTIMOS UM DESGOVERNO TÃO ORQUESTRADO, PRA SAÚDE NÃO FUNCIONAR, A FIM DE SER PRIVATIZADA JOINVILLE NÃO MERECE MAIS ESSA GESTÃO!!
É uma vergonha, a falta de Planejamento dessa gestão. Eles querem precarizar, deixando o usuário do SUS sem atendimento, sem os insumos, remédios. Sem esperança. Para que a Prefeitura faça contratos com a empresas para eles atenderem. Acorda Joinvilense! Vamos dizer um basta!
Não a Privatização!