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Ricos podem ter que pagar faculdade em federais

Governo Federal corre atrás de receitas para fechar as contas no azul. Em atualização da notícia, governo afirma que ideia não foi debatida pela pasta.

Redação, Portal Chuville

09 julho 2024

editado em 09 julho 2024

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Campus Curitibanos UFSC - Foto Jair Quint
Campus Curitibanos UFSC – Foto Jair Quint

Para conseguir chegar ao equilíbrio fiscal, o governo federal estuda passar a cobrar mensalidades de alunos ricos que estudam nas universidades federais. Essa e outras medidas já estão sendo discutidas por uma ala do governo.

Tal medida afetaria alunos de classes sociais mais favorecidas. Estima-se que aproximadamente há 1,3 milhão de estudantes matriculados na rede federal de ensino (segundo o Censo da Educação Superior do Inep de 2022), e cerca de 70% são alunos de baixa renda que não seriam afetados.

Não se sabe quanto o governo arrecada com uma possível cobrança, visto que valores de mensalidades não foram definidos pelo governo.

A cobrança de mensalidades em universidades públicas é um tema controverso. Ao mesmo tempo em que ⅓ da população acha justo cobrar dos mais ricos, 64% defende a gratuidade para todos. 

Este tema já foi sugerido pelo Deputado Federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), da oposição ao governo, em uma PEC apresentada por ele em 2019, de número 206/2019. No documento, o deputado defende que famílias com renda per capita acima de cinco salários mínimos paguem mensalidades nas federais.

Naquela ocasião, entidades educacionais protestaram afirmando que a proposta abria brechas de pagamentos para camadas mais pobres, visto que somente que não teria nenhuma renda, teria acesso a faculdade gratuita. Com as manifestações, o assunto saiu da pauta.

Mexer em estrutura de saúde e educação é um tema caro para o governo federal. Lula disse recentemente que o povo pobre precisa participar do orçamento:

“ Eu vou dizer em alto e bom som: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres. Achar que nós temos que piorar a saúde e piorar a educação para melhorar… Isso é feito há 500 anos no Brasil. Há 500 anos o povo pobre não participava do Orçamento”

Em constante cobrança do mercado para ajuste de despesas públicas, o ministro Fernando Haddad e sua equipe econômica estudam também elevar o percentual de cobrança paga pela União ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), dando uma maior flexibilidade orçamentária em curto prazo ao governo.

Posição do Governo Federal

Após repercussão da matéria veiculada por vários canais de imprensa, a Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério da Fazenda divulgou uma nota informando que esta medida de cobrança não foi debatida pela pasta. Veja a íntegra e o link da nota:

A respeito da reportagem “Governo cogita cobrar de alunos ricos em federais e mudar Fundeb para ajustar contas”, da Folha de S.Paulo, o Ministério da Fazenda informa que tais iniciativas jamais estiveram entre as medidas em análise pela pasta. O Ministério ressalta que não foi procurado pelo jornal, o que impediu uma manifestação oficial antes da publicação.

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