Uma empresa denominada Blowout Distribuidora, Importação e Exportação Eireli, com sede em Joinville, é alvo de investigação da Polícia Civil do Paraná por suposto desvio de R$ 2,5 milhões, que seriam utilizados na compra de remédio para o câncer da menina Yasmin, de 11 anos. Essas informações foram veiculadas no programa Fantástico, da Rede Globo, na noite de domingo, dia 16/06.
A família de Yasmin descobriu o câncer raro, neuroblastoma, que se manifestou na menina aos cinco anos de idade. O tratamento da doença se dá à base de medicamentos importados, com custos elevados, o que levou a família a entrar com uma ação na justiça solicitando que o estado do Paraná arcasse com os custos.
O escritório Bandeira Advogados, de Foz do Iguaçu, listou para a justiça orçamentos de três empresas e se prontificou a cuidar dos trâmites burocráticos para a família de Yasmin, sem cobrar honorários. A empresa com menor custo foi a Blowout, que foi contratada para adquirir os remédios.
A Blowout contratou uma segunda empresa, denominada LH Comércio de Medicamentos Limitada, para a compra e entrega dos remédios a Yasmin. Para o tratamento, a menina precisava de cinco (5) ampolas do medicamento Danyelza e sessenta (60) caixas do remédio Leukine.
Apenas uma (1) ampola foi entregue ao hospital que faz o tratamento da menina, e a família teve que buscar outro remédio, Leukine, no aeroporto de Cascavel. Quando foram verificar a procedência do remédio, as dez (10) caixas continham o genérico do Leukine, com vencimento para junho de 2024.
Para a emissora, o dono da Blowout disse que não tem ligação com a importadora contratada e que as informações para a compra dos remédios estão documentadas nos autos. Já a LH alega que a Blowout solicitou a compra de apenas duas (2) ampolas do Danyelza e doze (12) unidades do genérico do Leukine. A empresa ainda afirmou que a Blowout não fez o pagamento corretamente, acarretando no atraso dos remédios.
A Polícia Civil do Paraná investiga o caso e realizou o bloqueio das contas das duas empresas envolvidas. Em uma das audiências realizadas, o dono da Blowout entregou um documento à justiça onde se propõe a devolver o dinheiro em 18 prestações. Afirmaram também que os remédios serão entregues.
A família de Yasmin espera reaver o dinheiro e está realizando uma vaquinha virtual com a ajuda do instituto Anaju para compra do remédio e sequência o tratamento.
Dono da Blowout já foi preso por roubo e estelionato
O dono da Blowout, Polion Gomes Reinaux Gomes, foi preso em 2015, no Rio de Janeiro, junto com outro criminoso, por integrar uma quadrilha especializada em desvios de equipamentos hospitalares.
Eles se passavam por técnicos de manutenção e entravam nos hospitais alegando que deveriam levar equipamentos para conserto. Com documentos falsos, eles conseguiam retirar os equipamentos dos hospitais e vendiam no mercado. Dentre os equipamentos recuperados pela polícia na época, estavam respiradores que custavam em média mais de R$200 mil.
O processo deste caso terminou em acordo e foi arquivado em 2021. Polion possui ao menos sete empresas com registro na Receita Federal do Brasil, todas destinadas à área da saúde, e em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Fizemos contato nos números telefônicos das empresas, mas nenhum atendeu. O Chuville fica à disposição caso Polion e suas empresas queiram se manifestar.
