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“Dizem que temos remédio, mas é mentira”, diz paciente oncológica do São José em protesto

Pacientes oncológicos do Hospital São José reclamam que estão há dois meses sem medicamentos. Protesto foi feito no fim da tarde desta segunda-feira (18).

Redação, Portal Chuville

18 março 2024

editado em 19 março 2024

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Protesto de pacientes em frente ao Hospital São José. Foto Leandro Schmitz

Superando dores e dificuldades, pacientes que estão em tratamento contra câncer (oncológicos), fizeram protesto em frente ao Hospital Municipal São José no fim da tarde desta segunda-feira (18). Com cartazes e faixas nas mãos, apenas clamaram por suas vidas, afinal dez medicamentos considerados primordiais para a manutenção do tratamento estão em falta. Segundo eles, a última dose que tomaram foi em janeiro, portanto dois meses.

Dentre os riscos por não tomar a medicação indicada a cada 20 dias, está a metástase, quando o câncer se espalha para demais regiões do corpo, tornando-se irreversível em alguns casos.

Veja a lista faltante:

  • CARBOPLATINA 150mg/15ml;
  • CICLOFOSFAMIDA 50mg;
  • CISPLATINA 50mg;
  • DESTILBENOL (DIETILESTILBESTROL) 1mg;
  • EPIRRUBICINA 50mg;
  • INTERFERON 10 milhões alfa 2b;
  • MITOXANTRONA 2mg/ml (10ml);
  • CAPECITABINA 500mg;
  • LETROZOL 2,5mg;
  • ASPARAGINASE 10.000 UI/10ml.

Cleusa Schmitz está em tratamento contra um câncer que já atingiu os ossos há 15 anos. Segundo ela, foi preciso entrar na justiça para realizar os exames que deram o diagnóstico correto da doença, além de judicialmente ter garantido o tratamento inicial. Porém o problema é coletivo, mais pessoas também precisam e, muitas vezes, não podem ter este recurso.

“Falam pra gente que a falta é problema com licitação e que tem parceria com um hospital de Curitiba, mas é mentira. Eles dão apenas uma medicação e nos mandam de volta para o São José. Estamos aqui porque o problema não é só meu, é de todos que lutam pela vida”, conta Cleusa.

Ela se refere a uma parceria que, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, existe com o Hospital Erasto Gaertner, especializado em oncologia.

Procurada pelo Chuville Notícias, a Secretaria de Saúde confirmou a “dificuldade” em manter dez medicamentos quimioterápicos, mas que os mesmos são ofertados por meio de um convênio com o hospital de Curitiba. O restante seria fornecido pelos governos federal e estadual.

 

Reunião na Câmara de Vereadores já evidenciou o problema

Na última quarta-feira (13), alguns pacientes oncológicos, além da direção do Hospital São José e representantes do Ministério Público, estiveram na reunião da Comissão de Saúde. Um dos médicos presente, Luiz Fernando Cicogna, chegou a contar que remédios básicos também faltam, como por exemplo, Dipirona.

Uma planilha foi apresentada mostrando a lista faltante de remédios, que estariam em processo licitatório, porém em muitos casos, o certame não avança por questões burocráticas.

 

Sindicato alerta que prefeitura pretende terceirizar setor do São José

Em dezembro do ano passado, em um outro protesto em frente ao famoso “Zequinha”, o Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville) alertou que a terceirização de setores do principal hospital público da cidade está sendo organizada pela atual gestão do prefeito Adriano Silva (Novo).

“Hoje, o Hospital Municipal São José é referência nacional em diversos setores de atendimento, como o de oncologia, que está na mira da terceirização. Nós não podemos permitir que o prefeito Adriano avance nessa política nefasta de precarização do serviço público na cidade de Joinville”, disse a presidente do Sindicato, Jane Becker.

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