Uma tragédia jamais deveria ser usada como instrumento para autopromoção política e com difusão de informações imprecisas, como ocorreu ontem em Joinville. O prefeito Adriano Silva, do Novo, deveria tranquilizar os joinvilenses ao invés de ser o causador de pânico social.
Com produto químico perigoso, caso do ácido sulfônico tomando conta dos rios devido ao acidente na Serra Dona Francisca ocorrido ontem (29), por volta das 7h da manhã, foi correto decretar a situação de emergência, inclusive reconhecida pelo governo federal, bem como determinar o fechamento da ETA do Cubatão para impedir a contaminação da água fornecida aos reservatórios da cidade.
Porém, sobre os fatos, merece o nosso REPÚDIO e indignação, o uso político e inconsequente que o prefeito fez para se autopromover. Faltou política preventiva, como será exposto abaixo e sobrou politicagem e marketing, o modus operandi tradicional de um prefeito que não tem nada de relevante em seu desgoverno para apresentar. Claro, não faltou o colete laranja da Defesa Civil e seu semblante choroso, digno de Hollywood, para promover o desespero e o efeito manada nos joinvilenses, que lotaram os supermercados para comprar e estocar água mineral com preços inflacionados.
“Assim que o material passar pelo rio, a cidade volta a ser abastecida, porém, não temos previsão de quanto tempo levará para o abastecimento ser retomado (…) a gente orienta aos joinvilenses para já fazer o racionamento de água”, foi o anúncio de Adriano. Estava aí a senha para o “Armagedon” nos supermercados lotados.
Afoito para ganhar likes em suas redes sociais, não mediu as consequências das informações confusas que passava. Afinal, a abertura da ETA ocorreu no dia seguinte (hoje) e haviam técnicos deixando isso claro nos grupos de whatsapp. Pior é ver seus vereadores e deputado criticarem o povo porque compraram água demais.
Em 2018, foi protocolado a revisão do Plano Diretor, porém o mesmo só foi aprovado em setembro de 2022. O prefeito Adriano sancionou a lei 620/22, mas não estabeleceu prazo de execução. Com isso, o alcaide ignorou a regulamentação de planos concretos de ação para impedir e mitigar eventuais danos ambientais ao município. O Executivo e o legislativo têm instrumentos para execução de planos de prevenção e de cobrança dos órgãos responsáveis, porém, se fizeram de MOUCOS na tragédia anunciada.
Também merece destaque a ignorância com relação a Lei 8.773/19, aprovada em dezembro de 2019 que proíbe a circulação de cargas perigosas na Serra Dona Francisca. Há uma lei proibitiva, mas o prefeito Adriano não exige a fiscalização e o governo estadual de Jorginho Mello (PL) faz de conta que não tem nada a ver com isso e esquece que a estrada Dona Francisca (SC 418) é de sua responsabilidade.
Não bastou o trágico acidente ocorrido com um ônibus, em março de 2015, que levou 51 passageiros à morte, além das promessas de que a segurança seria ampliada. Quantas tragédias a mais terão que ocorrer para o prefeito e o governador se entenderem sobre a regulamentação e o cumprimento da Lei?
Porque é muito fácil lavar as mãos e culpar o outro poder. Porém, ambos estão procrastinando, prevaricando e, com isso, permitindo desastres com essa inoperância e ineficiência administrativa. Cadê a equipe técnica ambiental pra elaborar, executar e fiscalizar projetos dessa magnitude? Ou Adriano é discípulo do terraplanismo negacionista sobre temas ambientais?
Respostas de 6
O prefeito Adriano do Novo só vive de marketing, terceirização e enganação.
Estava comentando isso hoje. Sabíamos que o acidente era grave, mas mais uma vez vimos um show de desinformação, como é característico do lado de lá.
Menos mal, poderia ter sido pior.
Serve pra mostrar o peso de se colocar gente irresponsável a frente de tarefas tão importantes quanto a gestão pública.
Concordo com Jane Becker, o prefeito deixou a populaÇao apavorada onde todos foram correndo aos mercados comprando litros e litros de agua, presenciei briga em mercado, em consequencia, falta de agua mineral! Acho que passou da hora de reavaliar a Serra Dona Francisca e elaborar uma lei para que determinados produtos nao sejam transportados nela! E as informacoes devem chegar com um possivel prazo de normalidade e nao somente deixar todos desesperados!
Ainda faltam informações sobre o fato…
A carga estava sendo transportada de forma adequada, respeitando a legislação, com Nota Fiscal e transportada em embalagens adequadas?
O transporte era feito PARA QUEM?
Era um caminhoneiro autonomo ou tem alguma poderosa transportadora por trás?
Qual o percentual estimado da carga que se perdeu?
Parece-me que com estas respostas poderia se astabelecer com mais precisão o impacto imediato ao abastecimento de água na cidade.
Muito verdade!! Esse tipo de carga perigosa jamais poderia ser transitada em nossa serra. Precisamos já do cumprimento da lei ja regulamentada!
Esclarecedor artigo !
Prefeito irresponsável