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OPINIÃO: Que planeta vamos deixar para as gerações futuras?

Redação, Portal Chuville

02 janeiro 2024

editado em 02 janeiro 2024

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marcos

Opinião por:
Marco Schettert - Historiador e Advogado

A humanidade tem dado passadas em direção a um futuro desconhecido. Infelizmente, o que vamos legar às gerações futuras é um balaio de incertezas, pior, um planeta que está agonizando.

Joinville é terra de Sambaquis. Um olhar atento aos vestígios deixados pelas populações que aqui viveram por mais de 6 mil anos conclui-se que pouco fizeram uso do fogo para cozinhar suas ostras. Eram seres crudívoros (pessoas que se alimentam com alimentos crus). Era um povo pacífico, a arqueologia sinaliza nesta direção.

No séc. XX, os fornos foram aquecidos com ostras, atividade interrompida por força de lei. O fogo iria apagar nossos registros históricos. Os legisladores acertaram.

Não é de hoje que os seres humanos, motivados pela ganância, chegam a requintes de maldades, direcionadas até mesmo para com os animais. O ser humano sempre retirou da humanidade o que podia, guiado pela vontade exploratória. No passado os homens abatiam as crias após o nascimento, extraiam todo leite da mãe, na intenção de fazer com que a vaca ficasse prenha novamente. Uma vaca viveria cerca de cinco anos antes de ser abatida, nesse meio tempo, daria muito leite e no quinto ano, ano do abate, daria mais um bezerro. Outro método era manter os bezerros próximos da mãe, para aumentar a produção do leite. A tribo dos Núeres, no Sudão, ajustava uma coroa de espinhos na cria que estava sendo amamentada, para que a mãe aumentasse a quantidade de leite.

Nossos tropeiros realizavam a doma abaixo do chicote. Felizmente tal prática está sendo substituída por uma doma mais racional, com resultados mais positivos. O ser humano, quando quer, encontra formas mais brandas. O ser humano cria os animais, dá nomes, para depois então abate-los. Assim é o ser humano, traz em sua bagagem o espírito da destruição.

O Poder Público Municipal, a passos rápidos, sem consultar a população, irá inaugurar uma Usina de Incineração na Cidade dos Sambaquis, com data marcada para abril de 2024.

O Brasil apresenta condições favoráveis para a utilização da energia solar, eólica, entre outras formas alternativas de baixo impacto. Optou, entretanto o atual governo, por escancarar as portas para a incineração de resíduos sólidos.

Joinville vai queimar “lixo” com alto potencial de aproveitamento para a reciclagem. Por outro Norte, as campanhas de conscientização do lixo reciclado levadas a termo junto à população, se apresentam como uma farsa, posto que, os lixos reciclados, separados pela população, estão sendo jogados no lixão comum, contrariando a legislação ambiental atual, salvo melhor entendimento, situação com quilate de crime ambiental.

A Bíblia está correta quando menciona que o Planeta está agonizando, Romanos 8:22. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.

Com a incineração, estamos voltando a prática da coivara, a utilização da queima na agricultura, agora nas cidades, tal prática é rotulada pela engenharia, como prática ultrapassada, em desuso, porque acaba com os nutrientes da terra. A prática constante da coivara leva à desertificação. A incineração reduz riquezas às cinzas, sem contar a poluição atmosférica e química que produz.

Agentes cancerígenos são produzidos na queima. Joinville já teve uma lei que proibia a incineração. Na calada da noite, como sempre fazem, os legisladores aprovaram Projeto de Lei Complementar, sem revogar a lei anterior, ajustaram o texto para abrir caminho para a incineração do lixo.

Joinville está na contramão do que estão fazendo países como: Alemanha, Japão, Suécia, onde o reaproveitamento/reciclagem dos resíduos é superior a 90%. A cidade das bicicletas reaproveita seu lixo apenas na ordem de 10%, percentual pequeno, melhor, pequeníssimo. Que não nos esqueçamos que estamos aqui de passagem, atualmente, o STF está considerando o direito das próximas gerações.

Nosso lixo está entre os mais ricos do planeta, a maior pode/deve ser reaproveitada/reciclada, já os resíduos orgânicos poderiam adubar as hortas comunitárias, ainda em pequeno número em nossa cidade.

A pergunta que devemos fazer é esta:
QUE PLANETA VAMOS DEIXAR PARA AS GERAÇÕES FUTURAS?
DIGA NÃO À INCINERAÇÃO!

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