A Argentina acompanhou, no último domingo (10), a troca do seu presidente. Javier Milei, considerado líder conservador, assumiu o país na presença de muitos líderes mundiais. Porém alguns governadores brasileiros, incluindo o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), acompanharam o colega de partido ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro na mesma cerimônia. Embora o estado catarinense tenha relações comerciais e turísticas com os “hermanos”, há mais de 20 anos um governador catarinense não comparecia à posse de um presidente argentino.
O Chuville Notícias questionou Jorginho Mello a respeito da viagem, embora o governador tenha declarado que as despesas desta agenda oficial seriam custeadas com recursos próprios. A assessoria de imprensa do governador até então sempre atendeu bem esta reportagem, mas após o envio das perguntas, preferiu o silêncio.
Veja as perguntas, que também foram feitas pela jornalista Amanda Miranda:
1 – Qual benefício prático da viagem à Argentina ao povo catarinense?
2 – Existe algum acordo ou projeto em comum entre o estado de SC e a Argentina? Se sim, qual é?
3 – Por que o interesse pela Argentina após um ano de governo? Havia o mesmo interesse pela gestão anterior argentina?
4 – Qual foi o gasto total da viagem do governador à Argentina, bem como o gasto total das diárias com assessores?
Esta reportagem também aproveitou para questionar sobre a recente polêmica envolvendo as eleições para diretor nas escolas estaduais, realizadas nos dias 3 e 4 de dezembro. Um decreto assinado por Jorginho determinou mudança nas regras da eleição, obrigando quórum de pelo menos 50% para valer o resultado. Caso este quórum não seja atendido, o governador é quem indica um novo diretor. Veja a pergunta não respondida:
5 – O senhor acredita que a mudança na eleição para diretores escolares possa prejudicar o processo democrático de escolha?
Nota do editor
O jornalismo anda lado a lado com a democracia. Caso o governador, que se considera conservador e de direita, queira acompanhar após 20 anos a posse do presidente argentino que tem visão política parecida, está tudo certo. É legítimo. Mas o maior compromisso de Jorginho Mello é com Santa Catarina. Respeitar as questões dos catarinenses por meio da imprensa é crucial e faz parte do seu mandato, escolhido pelo povo. Ser de direita, esquerda ou centro não invalida a obrigação da transparência, afinal, por que o silêncio? Do que o governador e seus assessores de imprensa têm medo ou receio?
O Chuville Notícias segue aberto para as respostas.
