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Toneladas de recicláveis vão parar no aterro sanitário em Joinville

Com as cooperativas sobrecarregadas, caminhão compactador recolhe os recicláveis e leva para o aterro sanitário. Problema já foi divulgado pelo Chuville Notícias em setembro deste ano e de lá pra cá pouco mudou

Redação, Portal Chuville

07 dezembro 2023

editado em 08 dezembro 2023

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Caminhão compactador em frente a um condomínio de Joinville. Foto Divulgação

Imagine você separar todo o lixo na sua casa, destinando uma sacola (ou mais) exclusivamente para a coleta seletiva, achando que está contribuindo para o meio ambiente. O problema é que grande parte do material que você separou vai parar no mesmo lugar do lixo comum: o aterro sanitário. E isto vem acontecendo há muito tempo e o Chuville Notícias chegou a publicar em setembro deste ano.

Porém de lá para cá pouco mudou e as denúncias continuam aparecendo. O síndico de um condomínio localizado no bairro Anita Garibaldi procurou esta reportagem indignado. Segundo Maurício Silveira, semana após semana um caminhão compactador encosta no prédio, destruindo tudo o que poderia ser reaproveitado para, em seguida, levar para o aterro sanitário. “Teve um dia que fui obrigado a perguntar para o rapaz por que estavam fazendo isso, já que as pessoas têm todo o trabalho de separar o material. Aí ele me disse que tudo seria levado para o aterro porque as cooperativas não estão dando conta”, relata o síndico.

Joinville conseguia reciclar, em 2019, cerca de 700 toneladas por mês. E isto representava somente 6% de tudo o que a cidade gerava como lixo, ou seja, mais de 11 mil toneladas. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevista desde 2010, cobra que municípios aumentem este índice.

 

Problema não é novo

O relato do síndico é a prova de que nada mudou desde maio deste ano, quando o Coletivo Joinville Lixo Zero protocolou uma Denúncia de Fato junto ao Ministério Público de SC sobre a mesma irregularidade. O processo ainda está em análise e leva em conta várias outras denúncias, como a prorrogação do contrato da empresa Ambiental para mais 10 anos e a instalação da Usina de Recuperação Energética (URE), a qual recebeu licença ambiental de instalação na última semana.

Procuramos uma das cinco cooperativas cadastradas em Joinville para saber o que estava acontecendo. O dirigente da Assecrejo, Primo Severino Tavares Nunes, nos confirmou que o material reciclável “está em baixa”. Isto quer dizer que poucas pessoas querem trabalhar no ramo porque os compradores estão pagando muito pouco nesta época do ano. “Até os clandestinos pararam de coletar porque o diesel tá alto, o valor pago é baixo, então muita gente saiu e a gente tá com excesso de material desde fevereiro desse ano”, conta o líder da cooperativa que fica no bairro Aventureiro.

A prefeitura, por sua vez, garantiu que o caminhão compactador não tem a mesma pressão usada nos demais caminhões da coleta. E que mais cooperativas estão em processo de serem licenciadas, aumentando a capacidade de reciclagem na cidade. O órgão responsável pela fiscalização do contrato com a Ambiental, empresa de coleta de resíduos, é a Seinfra.

 

Audiência Pública vai discutir o assunto no dia 14

O Coletivo Lixo Zero Joinville vai discutir na Câmara de Vereadores de Joinville este tema. Na próxima quinta-feira (14), às 18h30, será a oportunidade de encontrar uma solução para um problema antigo. Quanto ao Coletivo, a maior cidade de Santa Catarina não está dando conta de gerenciar a coleta de recicláveis. A situação é ainda pior no quesito “reciclabilidade”.

Abastecer as cooperativas, identificar e regularizar os catadores individuais, tornando-os parte oficial do processo e investir em compostagem são soluções defendidas pelo Coletivo Lixo Zero Joinville. Dados apurados junto às cooperativas apontam que os caminhões compactadores destroem cerca de 50% do material que poderia ser reaproveitado. Além disso, lixo orgânico é misturado ao reciclável, prejudicando ainda mais o trabalho. E esta informação foi confirmada na última semana pelo Coletivo, durante reunião no Simpósio dos Síndicos.

“Com a compostagem, nutrientes como fósforo, potássio e nitrogênio seriam acessados através do adubo resultante do processo de compostagem. Assim, menos mineração no Brasil e no exterior seria necessária para suprir a demanda por nutrientes para a agricultura”, defende o Coletivo Lixo Zero Joinville.

Você também pode denunciar irregularidades junto ao Ministério Público e à Ouvidoria da prefeitura. Os links estão aqui e aqui.

 

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