Após a deflagração da Operação Desregulação, da Polícia Civil na última semana, moradores do Loteamento Adelina reclamaram dificuldades em relação aos processos de regularização fundiária, iniciados com a empresa investigada. A Operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão, bloqueio de R$ 250 mil, apreensão de dois veículos e suspensão cautelar das funções exercidas por um servidor público, lotado na Secretaria de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville. Entre os investigados está a empresa Versal Engenharia.
O operário Rolf Heuchling, morador do Loteamento Adelina, no Jardim Paraíso, reclama que seu processo de regularização fundiária começou em 2017, ano em que foi promulgada a lei federal que regulamenta as regularização de imóveis. Pagou todos os boletos (24 parcelas de R$ 150) e não obteve o que esperava. Mesmo cobrando a empresa, nada de concreto aconteceu. “Prometeram que em dois anos a escritura estaria em nossas mãos, mas infelizmente minha mãe faleceu em 2020 sem ter este documento. A última resposta é de que a documentação está na prefeitura”, lamenta.
Uma audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores, ainda em 2022 para tratar do tema, mas a Versal Engenharia, não compareceu.
Polícia Civil investiga o caso
A Polícia Civil, por meio da 3ª Delegacia de Polícia Especializada no Combate à Corrupção (DECOR), estende as investigações à empresa de engenharia, que supostamente estaria trabalhando em conjunto ao servidor público da prefeitura de Joinville afastado do cargo. Há suspeita de crimes como corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os indícios apontam que o servidor, no exercício de sua função, captava clientes para a empresa citada, facilitando assim os processos de regularizações de terrenos e casas.
O que dizem a prefeitura e a Versal Engenharia
Por meio de nota, a prefeitura de Joinville disse que os moradores ainda não receberam a escritura porque a equipe técnica solicitou complementos à empresa investigada.
“A Secretaria da Habitação informa que todos os processos de Reurb, inclusive aqueles que são contratados pelo morador por meio de empresa privada, passam por avalização da equipe técnica da Secretaria. Com relação aos processos nas intermediações da Rua Adelina Cercal Arins, há 32 lotes em processo de regularização e eles estão no cronograma para análise na Secretaria de Habitação. Já sobre os sete lotes na Servidão Valfredo Ricardo dos Santos, a Secretaria enviou para a empresa solicitações de complementos nos projetos, de acordo com a legislação, e aguarda o retorno”.
A Versal Engenharia foi procurada pelo Chuville Notícias e pelo Guará Jornalismo, mas não soube precisar informações. Um funcionário chamado “Cesar” disse ao Chuville Notícias, por telefone, que nada tinha a declarar sobre o assunto, pois a empresa ainda não tinha tido acesso ao processo. Quanto à reclamação dos moradores do Loteamento Adelina, ele disse que: “as dúvidas dos clientes podem ser resolvidas em contato direto com a empresa”.
Reportagem conjunta do Chuville Notícias e Guará Jornalismo
Uma resposta
Estamos com o mesmo problema com a Versal em São Francisco do Sul.
Pode nos ajudar ?