A situação da saúde pública em Joinville agrava-se dia após dia. Sem um concurso público, funcionários são contratados temporariamente e, mesmo assim, não conseguem atender a demanda existente nas UBSF’s (Unidade Básica de Saúde da Família). Para agravar ainda mais a situação, a falta de medicação e não reposição de materiais básicos, atrapalham ainda mais o atendimento.
A jornada exaustiva de horas extras que os funcionários da ativa precisam cumprir para atender a população, além da desinformação, deixam o usuário exausto e irritado quando procura as UBSF’s para atendimento, sobrecarregando o atendimento secundário.
Em conversa com a presidente do Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região) Jane Becker, há o relato da cobrança de um concurso público e da reposição de materiais básicos junto aos órgãos responsáveis. “A falta de medicação não deixa de ser uma condição ruim de trabalho, está muito deficitário, carente de investimento por parte do governo municipal”, disse ela.
A população procura atendimento nas unidades e se depara com o despreparo e desinformação dos funcionários, muitas vezes chegando a ser desumano. Tudo isto acarreta pressão psicológica nestes profissionais. Jane ainda afirma: “Sabemos que a carência de profissionais é grande, não temos um concurso público desde 2014 e os profissionais que atuam na ativa, acabam adoecendo ou estão se aposentando”. Segundo a presidente do sindicato, a solução que a atual gestão tem apresentado em assembleia, são as contratações temporárias, como por exemplo, a contratação de médicos residentes.
A população necessita de mais atenção
A população necessita urgentemente de cuidados. Durante a apuração desta reportagem, populares manifestaram indignação na demora desses atendimentos primários. Paulo, usuário da UBSF Anaburgo, relatou que procurou por assistência médica na unidade, mas teve que se dirigir à UPA Norte porque o único servidor do postinho estava afastado.
O mesmo tem acontecido na unidade recém-inaugurada no Aventureiro, a chamada “Vila da Saúde, que absorveu três postinhos de saúde. A usuária que preferiu não se identificar, disse que a falta de médico tem sido substituída pelo atendimento de enfermagem, tendo assim que se deslocar para a UPA Leste. Falta de médicos é a principal reclamação da população. Muitos procuram as UPAs justamente por falta de profissionais e a desinformação no atendimento.
Secretaria de Saúde se manifesta sobre a atual situação
Procurada por esta reportagem, a diretora de Assistência à Saúde, Marlene Oliveira, afirma que a situação está sendo resolvida gradativamente. “A prefeitura tem feito investimentos, principalmente nesse início de ano, focando bastante na atenção primária à saúde, pois é exigência de promoção e prevenção. A contratação de profissionais pelo Programa Mais Médicos pretende viabilizar e agilizar o atendimento nessas UBSFs”.
Questionada quanto à reposição de materiais e medicamentos, a diretora afirma que a prefeitura disponibiliza uma central única, composta pela equipe de patrimônio, onde o profissional solicita a reposição.
Já em relação ao atendimento pré-hospitalar, a diretora relata que as estruturas móveis prestam serviços integrados com as Unidades Secundárias (UPA’s), agilizando o processo de atendimento nos hospitais São José e Bethesda. Ela afirma que a revitalização das unidades será iniciada ainda esse mês na unidade sul e, futuramente com a ampliação da unidade norte. “Essa sustentabilidade da UBS é bastante onerosa. É importante destacar que existe um convênio com o melhor hospital de Joinville, o Hospital Bethesda, que também é uma porta de entrada de pronto atendimento, financiada pelo município”.
Quanto ao afastamento de profissionais na área da saúde, a diretora afirma que a contratação de profissionais para a adequação das unidades básicas já faz parte do plano de melhorias: “Nós realmente estamos conseguindo surpreender situações, por exemplo, de afastamento médico, então conseguimos equalizar esses afastamentos, que nem sempre são previsíveis. Alguns sim, são previsíveis como licença maternidade e que, em dado momento a gente não tinha essa substituição.”
Questionada quanto a uma solução que a prefeitura pretende apresentar à população, a diretora comenta: “A prefeitura tem feito investimentos, além disso todos sofremos em consequência dos últimos acontecimentos e do adoecimento da população. Hoje o município conta com 156 equipes de Saúde da Família, então isso já é reconhecimento e valorização.” Segundo a diretora, a prefeitura tem trabalhado em campanhas de promoção à saúde como treinamentos, capacitação e reuniões com os conselhos municipais e com a comunidade.
Por Lisiane Haas Eleotério – estagiária de Jornalismo – sob supervisão de Leandro Schmitz
Respostas de 6
Parabéns por abordar assuntos tão relevantes e de interesse da comunidade .. que venha a trazer melhorias significativas para todos envolvidos e aos cidadãos que se beneficiam do atendimento.
Os usuários reclamam cOM RAZÃO!
Parabéns muita Boa a matéria espero que alhmfo seja feito
Excelente Matéria, esperamos que esse quadro mude
Excelente matéria. A cobertura jornalística responsável, é uma maneira eficaz de impulsionar mudanças positivas. Espero que ações sejam tomadas tendo um impacto positivo na saúde pública de nossa cidade e que as melhorias se concretizem em benefício de todos os cidadãos. O Envolvimento Ativo Da Comunidade faz toda diferença.
Parabéns pela matéria. Muito bom saber que tem pessoas olhando a situação da saúde pública da nossa cidade, mais importante ainda é ter quem faça alguma coisa para melhorar ou que pelo menos cobre por essa melhoria.
Espero sinceramente que surta o efeito esperado.