Na semana passada, dia 28/07, foi registrado o primeiro caso de Influenza Aviária H5N1 em Joinville, mais conhecida como Gripe Aviária. O registro foi confirmado pela Cidasc (Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado), no bairro Jarivatuba, em uma ave “fundo de quintal”. Este é o terceiro registro confirmado no estado, sendo o primeiro no dia 27/06 em uma ave silvestre, em São Francisco do Sul; e o segundo no dia 17/07, também em uma ave “fundo de quintal” em Maracajá, sul do estado.
De acordo com o órgão, não há motivo para preocupações, principalmente em relação ao consumo de ovos e carne. Isto porque não há registro da doença entre a produção comercial. Este dado é importante, tendo em vista que SC é o segundo estado com maior exportação de frango do Brasil. Só em fevereiro deste ano, foram exportadas mais de 79 mil toneladas, gerando um faturamento de mais de US$ 171 milhões. Dentre os principais clientes estão China e Arábia Saudita.
Em resposta ao Chuville Notícias, Diego Torres Severo, Diretor de Defesa Agropecuária da Cidasc, disse que a detecção rápida da doença só foi possível devido às “campanhas massivas de identificação dos sintomas”. E completa: “Criamos um raio de 3 km no entorno da ave contaminada, estamos visitando todas as propriedades que tenham aves para identificar outros animais com sintomas e fazermos os devidos encaminhamentos”.
Emergência Zoossanitária
No último dia 20 de julho, o governo de SC decretou “Emergência Zoossanitária” após a identificação do segundo caso no estado. Na verdade a maior motivação foi o embargo de compra de frangos e derivados, feitos pelo Japão, após a identificação da doença em solo catarinense. Medidas sanitárias deverão ser feitas pelos próximos seis meses para evitar que a doença se espalhe e atinja a produção comercial.
A Emergência Zoossanitária já havia sido decretada em maio deste ano, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Até então, já haviam sido registrados casos no Espírito Santo e Rio de Janeiro. Até o momento já são 74 casos confirmados em todo o Brasil, sendo 72 em aves silvestres e dois em aves em produção de subsistência, mais conhecidas como “fundo de quintal”.
Como identificar uma ave com Gripe Aviária?
De acordo com a Cidasc, o criador precisa ficar atento a alguns sintomas respiratórios e neurológicos, tais como:
- Dificuldade respiratória;
- Marcha cambaleante;
- Torcicolo ou movimentos de rotação em seu próprio eixo;
- Elevada e súbita taxa de mortalidade.
Não é pemitido tocar nas aves contaminadas até que chegue um profissional da Vigilância em Saúde ou da própria Cidasc, com roupas adequadas para o manuseio. O animal é levado para análise e as demais aves seguem sendo monitoradas.
Embora o primeiro caso de Gripe Aviária tenha sido registrado em 1878, na Europa, não há registro de contaminação da ave para o humano. Porém a Cidasc alerta para evitar tocar em secreções dos animais e, em seguida, levar à boca ou olhos.
Os casos suspeitos devem ser registrados com a máxima urgência em qualquer escritório da Cidasc ou por meio do site específico.