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Falta de remédios e insumos no São José esbarra na burocracia

Hospital referência de Joinville e região sofre com falta de itens básicos, como soro fisiológico

Redação, Portal Chuville

25 julho 2023

editado em 25 julho 2023

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Foto: Divulgação

Imagine você, sendo enfermeiro ou enfermeira de um grande hospital, tendo uma ala inteira para cuidar, pelo menos 20 pacientes precisando de todo tipo de cuidado. Você checa a listagem de medicamentos e constata que não há disponibilidade para todos. Este é o relato real de um servidor de carreira do Hospital Municipal São José, de Joinville. Trabalhando na enfermagem de um dos maiores hospitais da região há mais de cinco anos, ele preferiu não ser identificado nesta reportagem. Apenas contou sobre seu dia a dia, um problema que não é novidade, mas ainda causa espanto.

Itens básicos, como soro fisiológico e álcool, são fracionados com certa frequência pelos profissionais de saúde que lá trabalham. Conversas em grupos por aplicativo evidenciam o problema:

Print extraído de um grupo, na última semana

 

A própria direção do São José reconheceu faltar cerca de 150 itens de medicação, durante uma das reuniões da Comissão Especial de Saúde da Câmara de Vereadores. Comissão esta que divulgou, no último dia 18, um relatório apontando não só falta de medicamentos, como a necessidade urgente de concurso público para atender a alta demanda.

 

Pedra no sapato?

O hospital tem sido motivo de discussões acaloradas sobre terceirização. A folha de pagamento dos servidores, volta e meia, é sugerida à responsabilidade do governo do estado de Santa Catarina. Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde repassou ao município a primeira parcela de R$ 4 milhões, a qual deverá ajudar a custear as despesas que custam aos cofres da cidade, cerca de R$ 19 milhões mensais só com olerites. O governo Jorginho Mello (PL) se comprometeu a bancar R$ 32 milhões ao hospital que atende toda a região norte catarinense. Este montante seria repassado até o ano que vem.

Os últimos prefeitos de Joinville, além do atual Adriano Silva (Novo), queixam-se dos altos custos e da tabela defasada do SUS, fazendo com que a conta não feche.

 

A falta de remédios e a burocracia

A burocracia também foi a justificativa dada pela direção do hospital, durante uma das reuniões da Comissão no Legislativo, no começo do mês passado. Existe processo de compra de medicamento pendente desde julho de 2022. Dificuldades com orçamentos, com a demanda e fornecedores, assim como a adequação às leis vigentes, foram alguns dos argumentos passados. Em todo este processo ainda estão envolvidas a Secretaria de Saúde e de Administração e Planejamento.

Para o vereador Cassiano Ucker (União), relator da Comissão Especial de Saúde, a falta de remédios no São José é conhecida. “Sabemos que, em alguns casos, a falta decorre de problemas com fornecedores e até falta de matérias-primas para a fabricação de alguns medicamentos, além de entraves nos processos licitatórios. Por isso, sugerimos no relatório da Comissão o aumento dos estoques, hoje pensado para três meses, para seis meses”, explica.

Nesta terça-feira (25), mais uma visita foi feita ao hospital para verificar os itens que estariam faltando no almoxarifado. “Confirmamos que alguns tipos de soro fisiológico estão em falta e estão ainda pendentes no processo de compra”, lamentou Ucker.

Por meio de nota, a prefeitura de Joinville disse que “não há falta de soro fisiológico, soro glocosado ou álcool para o atendimento de pacientes”. E que apenas o frasco de soro de 500 ml está em trâmite de compra. A nota ainda frisa que “os pacientes não são impactados”.

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