Por Leandro Ferreira | Editor da Newsletter Guará Jornalismo e colunista político aqui no Chuville!
Discurso da secretária se sobressai em ato final da Comissão Especial de Saúde na Câmara de Vereadores
Ao som forte de uma salva de palmas longa, estridente, Tânia desceu do púlpito na Câmara de Vereadores. Ela terminara seu discurso de dez minutos em resposta às cobranças da Comissão Especial de Saúde – e com punho cerrado saudou o público em agradecimento.
Na semana em que começa a Copa do Mundo Feminina, fico à vontade para fazer uma comparação futebolística. Tânia é a Marta da Saúde, a camisa 10. Não importa o ano, a época, ou o momento – se ela for chamada, pega a camisa 10, assume o time, bota a bola pra frente e vira o jogo. Foi assim mais uma vez.
O grande mérito da Comissão Especial de Saúde foi promover a troca na pasta da saúde – antes mesmo do primeiro ato, de sua instauração. Ao perceber a movimentação na câmara, e possível CPI, Adriano foi rápido e anunciou a “craque”, o nome que é unânime na cidade.
Tânia assumiu com muitas adversidades, com falta de profissionais, epidemia de dengue, falta de remédios, filas nos hospitais e reclamações por todos os lados.
Conhecedora do assunto, com 51 anos de atuação no serviço público, ela combateu os focos de incêndio aos poucos, e apresentou soluções para cada um dos problemas. Sua primeira medida foi focar na saúde primária, identificou falta de profissionais e coordenou as contratações para repor o quadro.
Não fugiu de nenhum embate, ao contrário. Compareceu em todas as reuniões em que foi chamada – e, mais uma vez, respondeu item por item, questão por questão. Vale citar aqui, por exemplo, a questão das mulheres há mais de dois anos aguardando por cirurgia de reconstrução de mama no Hospital São José. Ela entrou em campo, costurou a estratégia, e agora já há perspectiva para serem atendidas.
Tânia também não entrou em campo no escuro. Ela pediu carta branca a Adriano, e teve. Quando o governo federal anunciou a possibilidade de ampliar o quadro de médicos na cidade via Mais Médicos, um programa criado por Lula, ela não hesitou: pediu autorização para chamar 51 médicos – e o prefeito atendeu.
O namoro ainda é Novo
Tânia tem carisma, histórico e empatia. Qualidades que rapidamente foram reconhecidas pela equipe de servidores na cidade. Foram eles, os mais próximos, claro, que ontem aplaudiram com euforia a secretária.
Em meio ao seu discurso, Tânia enfatizou o trabalho dos servidores, destacou que todos ali acreditam na saúde pública – e esse pensamento vai além de sua fala, sua vida pública testemunha esse lema.
Mas ao contrário disso, este lema não combina com o partido Novo. Basta lembrarmos por exemplo as principais bandeiras do prefeito para saúde em seu mandato: terceirizar o Hospital São José e a Unidade de Pronto Atendimento Sul. Colocar Organizações Sociais, entidades privadas, para administrar duas das principais unidades de saúde da cidade não é, nem de perto, um gesto de reconhecimento à importância do trabalho do servidor público.
É por isso que é preciso observar os próximos capítulos do “namoro Novo” desta gestão com Tânia Eberhardt. Ela também sabe do projeto de Adriano, tanto que logo em seu primeiro dia admitiu que essa é uma possibilidade, citando o exemplo bem avaliado por ela do Hospital Infantil de Joinville.
Quem viver, verá.
