Um método inovador está tratando das dificuldades de fala e deglutição em pessoas de Joinville com doença de Parkinson. No momento, oito pessoas estão participando do programa de terapia fonoaudiológica Speak Out! para pacientes com Parkinson. Desde o ano passado, o programa foi introduzido no Brasil pelas professoras do curso de Fonoaudiologia da Faculdade Ielusc, Sheila Zampini e Dra. Roxele Ribeiro Lima.
As sessões de terapia, que possuem a duração de 40 minutos cada, incluem ensinar ao paciente e à família os exercícios do Speak Out!, estabelecer uma rotina diária de prática em casa, instruir o paciente sobre como “falar com intenção”, além de fornecer à família dicas eficazes para obter fala intencional do paciente.
O objetivo é ensinar os pacientes a converter a fala de uma função automática em um ato intencional. É formado por vários componentes, incluindo educação para os pacientes e suas famílias, sessões individuais de terapia da fala, prática diária em casa usando livros de exercícios, cartões de memória e terapia em grupo, e reavaliações regulares. Todo o programa é baseado em princípios de aprendizado motor e nos ensinamentos do professor PhD Daniel R. Boone.
De acordo com a professora Dra. Roxele Ribeiro Lima, normalmente, os pacientes alcançam seus objetivos do Speak Out! em 8 a 12 sessões individuais de terapia fonoaudiológica. Este programa tem mostrado resultados promissores na melhoria das habilidades de fala e comunicação em pessoas com doença de Parkinson, oferecendo-lhes uma melhor qualidade de vida. “Pacientes relatam melhora e mais intenção em todas as suas atividades de vida diária e também melhora cognitiva e de deglutição”, expõe a professora Sheila Zampini.
Um dos participantes do projeto, Amauri de Souza Bruno, de 63 anos, foi diagnosticado há sete anos com a Doença de Parkinson. “Este projeto é muito interessante em que, com treinamento e persistência, conseguimos aumentar a intensidade de nossa voz. “Sinto que minha voz está bem melhor, evoluindo constantemente. O projeto nos tira da zona de conforto, pois precisamos praticar os exercícios porque assim consigo ter a respiração e a pronúncia correta das palavras”, afirma ele, que integra a Associação Joinvilense de Parkinson, que se reúne nas segundas e terças-feiras.
Há dois anos, dona Maria de Lourdes Zacchi, de 75 anos, sentiu dificuldades na deglutição. Então, ela procurou um otorrinolaringologista, onde recebeu a notícia que estava com algum problema de saúde e foi indicada então a consultar-se com um neurologista. Nesta consulta, veio a constatação: Maria foi diagnosticada com Mal de Parkinson. Ela conta que as atividades trazem muitos benefícios para a saúde. “O mais interessante é a convivência entre as pessoas com as mesmas dificuldades do que eu. Estava ficando muito isolada e tive a oportunidade de conhecer a atividade da Faculdade Ielusc. Após as 12 sessões, percebo que estou falando melhor e me expressando com muito mais facilidade”, expõe ela.